UEM desenvolve ferramenta para otimizar projetos de software

Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) está trabalhando em uma ferramenta inovadora para reduzir o esforço de desenvolvedores de software e o tempo de elaboração e avaliação em projetos da área. A pesquisa faz parte do projeto “Otimização Evolutiva e Interativa de Arquitetura de Linha de Produto de Software”, coordenado pela professora Thelma Elita Colanzi, do Departamento de Informática (DIN), vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computaçãoda UEM.

 

Atuando há mais de dez anos como pesquisadora de algoritmos de otimização no desenvolvimento de software, a professora explica que os desenvolvedores trabalham muitas horas para pensar em um projeto de software e isso demanda um esforço intelectual excessivo, além de inúmeras horas e dias de trabalho. “Nesse sentido, os algoritmos de otimização tendem a reduzir o esforço e o tempo de trabalho, pois automaticamente geram uma ou mais propostas para que a equipe possa analisá-las”, afirma.

 

Antes de programado, testado e disponibilizado aos usuários, a etapa de projeção é uma das mais importantes no processo de desenvolvimento de um software. “Inserimos inteligência, conhecimento de desenvolvimento de software, dentro do algoritmo de otimização, visando melhorar os projetos como se fosse um engenheiro de software”, destaca Thelma, que também é secretária regional da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) no Paraná.

 

Inicialmente, a ferramenta foi pensada para ser usada por instituições desenvolvedoras de software, porém a professora adianta que a expectativa agora é fazer um estudo de caso com uma empresa da cidade de Maringá, no Noroeste do Estado, que desenvolve softwares voltados à Gestão Pública. “Estamos usando algoritmos de aprendizagem de máquina, um tipo de algoritmo de IA, para aprender as preferências do usuário durante o uso da ferramenta, a fim de melhorar a eficácia do algoritmo de otimização”, salienta a professora.

 

A pesquisa tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Além de professores e estudantes da UEM, o grupo conta ainda com a participação de pesquisadores de outras instituições de ensino superior: Universidade de São Paulo (USP); Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Universidade Federal do Amazonas (Ufam); e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

 

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL – Cada vez mais presente no dia a dia, facilitando a vida humana, a Inteligência Artificial (IA) é um termo usado para definir uma ciência computacional multidisciplinar, que serve para desenvolver e aprimorar sistemas complexos, baseados em lógica, cálculo, banco de dados e no comportamento inteligente. Essa tecnologia proporciona agilidade e eficiência na resolução de problemas, a partir de tomadas de decisão e consequente execução de tarefas. A IA é empregada, por exemplo, nas áreas da Medicina, Robótica, Segurança, Games, e até no reconhecimento de objetos ou pessoas, como a identificação biométrica. (Com AEN)

 

 

 

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Paraná lidera ranking nacional com 57 mil empregados pelas Agências do Trabalhador

O Paraná lidera o ranking nacional de pessoas colocadas no mercado de trabalho pelas Agências do Trabalhador. De janeiro a setembro de 2020 foram colocados 56.964 empregados com carteira assinada. O balanço é da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério da Economia e foi enviado à Secretaria da Justiça, Família e Trabalho.

 

O resultado do Paraná está 145% acima do segundo colocado, que é São Paulo, com 23.194 colocados. Ceará ficou em terceiro, com 20.270, seguido de Minas Gerais com 14.402 e Bahia com 12.380 novos trabalhadores.

 

“A liderança do Paraná é disparada e confirma mais uma vez o potencial do nosso Estado de gerar oportunidades para a população”, diz o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “O Governo do Estado vem atuando fortemente para dar suporte à retomada da economia, com linhas de crédito para empreendedores, programa de proteção de empregos para jovens, programa de valorização dos produtos paranaenses, obras de infraestrutura, que criam novas vagas em todas as regiões”, destaca. “E é importante ressaltar que mesmo durante a pandemia tivemos inúmeros anúncios de novos investimentos produtivos no nosso Estado, dos mais diversos segmentos”.

 

TRABALHO ATIVO - O secretário da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, destaca que os números do Paraná ainda correspondem a 30% do total do resultado do País de 189.715 colocados pelos postos da rede do Sistema Nacional de Emprego (Sine).

 

“Este é um reflexo direto do esforço do governo Ratinho Junior para atrair empresas e da gestão pró ativa de captação de novas vagas de emprego que é desenvolvida pelas Agências do junto às empresas”, explica.

 

Existem hoje 216 Agências do Trabalhador no Paraná, que são vinculadas à Secretaria da Justiça, Família e Trabalho do Paraná, o que facilita o acesso ao mercado de trabalho. “Nas agências todos os atendimentos são prestados por meio da intermediação de mão de obra, ou seja, os profissionais fazem todo o acompanhamento para a procura de vaga que se enquadre ao perfil do candidato e seleciona para encaminhamento da entrevista até a contratação”, explica a chefe do Departamento do Trabalho e Estimulo à Geração de Renda da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho, Suelen Glisnki.

 

Levantamento feito pela Secretaria, na semana passado, mostrou que de março a setembro, período mais intenso da pandemia e da retração da economia, foram colocados no mercado 39.666 pessoas.

 

CONTRATAÇÕES – A rede de Supermercados Condor - uma das diversas empresas que são parcerias das Agências do Trabalhador - não parou durante a pandemia e continuou contratando. “Neste ano atípico, muitas pessoas perderam emprego, ou tiveram que mudar sua forma de trabalho. Nós contratamos de março a setembro aproximadamente 2 mil pessoas nos setores de operador de caixa, padeiros, confeiteiros, dentre outros”, destacou a gestora de RH do Condor Super Center, Charmoniks Maria da Graça Heuer.

 

Ela reforçou, ainda, que a empresa está atendendo a todos os decretos estaduais e municipais relacionados à pandemia do novo coronavírus. “Somos considerados serviços essenciais e por isso não paramos e continuamos firmes disponibilizando vagas de emprego. Hoje, por exemplo, temos mais de 100 vagas abertas ainda para fechar no mês de outubro”.

 

PROCURA DE VAGAS – Para consultar as vagas disponíveis na sua cidade, basta acessar o aplicativo Sine Fácil que pode ser baixado gratuitamente pela Play Store ou Apple Store, ou pelo site empregabrasil.mte.gov.br. Para acessar o Sine Fácil é necessário um Qrcode que pode ser solicitado diretamente no site da Secretaria da Justiça, Famílias e Trabalho pelo Chat do Trabalhador.

 

Também é possível buscar atendimento presencial nas Agências do Trabalhador que estão atendendo ao público, mediante agendamento prévio no site www.justica.pr.gov.br/trabalho. (Com AEN)

 

 

 

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Sorteios de 21 motos da Promoção Sorte Premiada da Sicredi Grandes Lagos iniciam dia 3 de novembro

A partir do dia 3 de novembro a Sicredi Grandes Lagos PR/SP vai realizar os sorteios da Promoção Sorte Premiada. São 21 motos Yamaha modelo Factor 125i, uma por agência da cooperativa. A premiação segue até o dia 30 de dezembro, quando será sorteado o grande prêmio da campanha, uma caminhonete Volkswagen Amarok zero quilômetro, além das motos das agências XV de Novembro e Marechal de Laranjeiras do Sul. Ao todo, são mais de R$ 320 mil em prêmios.

 

Na promoção, os associados da cooperativa recebem cupons da campanha de acordo com os serviços financeiros contratados. São diferentes formas de participação: associação à cooperativa, investimentos de R$ 1 mil por meio do Sicredinvest, aplicação de R$ 100 na poupança ou aplicação programada de pelo menos R$ 100 por 24 meses. Também participam associados que realizarem contratação de consórcio, seguros e integralização de capital social. Em algumas modalidades há o limite de 25 cupons por produto contratado. O regulamento completo pode ser visualizado no site www.sicredi.com.br/promocoes.

 

“Valorizamos o relacionamento com nossos associados e queremos fortalecer ainda mais essa proximidade com a campanha. Por isso, vamos sortear uma moto por agência, contemplando 19 municípios da nossa área de atuação nos estados do Paraná e São Paulo, além do grande prêmio final para todos os associados participantes”, destaca o presidente da Sicredi Grandes Lagos PR/SP, Orlando Muffato.

 

O presidente ainda lembra que, ao investir na cooperativa, os associados ganham com a promoção e com o fomento ao desenvolvimento regional. “No Sicredi, a utilização de produtos financeiros, como a poupança, beneficiam tanto o associado quanto as comunidades e a economia local. Os recursos investidos fomentam o crédito da cooperativa, que ganha mais capacidade de apoiar o desenvolvimento da região onde está instalada, um ciclo virtuoso que só o cooperativismo de crédito oferece”, finaliza Muffato.

 

Confira abaixo o cronograma do sorteio das 21 Motos e da caminhonete Volkswagen Amarok zero quilômetro:

 

AGÊNCIA LARANJAL
Data: 03/11/2020
Horário: 10h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA MARQUINHO
Data: 03/11/2020
Horário: 15h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA CANTAGALO
Data: 04/11/2020
Horário: 10h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA VIRMOND
Data: 04/11/2020
Horário: 15h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA DIAMANTE DO SUL
Data: 05/11/2020
Horário: 10h
LocaL: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA CAMPO BONITO
Data: 05/11/2020
Horário: 15h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA IBEMA
Data: 06/11/2020
Horário: 10h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA GUARANIAÇU
Data: 06/11/2020
Horário: 15h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA RIO BONITO DO IGUAÇU
Data: 09/11/2020
Horário: 10h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA PORTO BARREIRO
Data: 09/11/2020
Horário: 15h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA QUEDAS DO IGUAÇU
Data: 12/11/2020
Horário: 10h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA ESPIGÃO ALTO DO IGUAÇU
Data: 12/11/2020
Horário: 15h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA TRES BARRAS DO PARANÁ
Data: 13/11/2020
Horário: 10h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA NOVA LARANJEIRAS
Data: 13/11/2020
Horário: 15h
Local: Agência Sicredi


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AGÊNCIA SANTOS AMADOR
Data: 08/12/2020
Horário: 10h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA GONZAGA
Data: 08/12/2020
Horário: 15h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA SÃO VICENTE
Data: 09/12/2020
Horário: 10h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA PRAIA GRANDE
Data: 09/12/2020
Horário: 15h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIA GUARUJÁ
Data: 10/12/2020
Horário: 15h
Local: Agência Sicredi

 

AGÊNCIAS LARANJEIRAS DO SUL
Data: 30/12/2020
Horário: 15h
Local: Agência Marechal de Laranjeiras do Sul

 

 

 

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Ações de enfrentamento da dengue são intensificadas

A Secretaria de Estado da Saúde promove, nesta semana, ações de enfrentamento à dengue, abrangendo as 22 Regionais da Saúde, gestores municipais e técnicos que atuam na Atenção Primária e na Urgência e Emergência, e estão diretamente envolvidos no atendimento a pacientes com doença. O objetivo é manter a mobilização contra a dengue, com alinhamento de protocolos entre as áreas técnicas e apresentação, ao Ministério da Saúde, do Plano de Ação para o Enfrentamento no Paraná para o período epidemiológico 2020/2021.

 

“No período anterior de monitoramento, encerrado no final de julho deste ano, tivemos a maior epidemia da doença no Paraná, com mais de 227 mil casos e 177 óbitos e, no período atual, com três meses de acompanhamento, temos 848 casos e três óbitos. Por isso, a atuação permanente no Estado com integração das áreas técnicas da Sesa”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.

 

Nesta segunda-feira (26), equipes da diretoria de Atenção e Vigilância em Saúde da secretaria participaram de encontro técnico online com a Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde para a discussão de apoio do Governo Federal às atividades na área da assistência, previstas pelo Paraná.

 

“O momento é de alinhamento, integração e diálogo”, explicou a diretora da Sesa, Maria Goretti David Lopes. “Por isso a apresentação de nosso planejamento de combate à dengue e também o nosso pedido de apoio ao ministério”.

 

AÇÕES - Entre as ações, a secretaria estadual inicia nesta terça-feira (27) um ciclo de webconferências sobre diagnóstico e manejo clínico ao paciente com dengue. Nos dias 27 de outubro e 04 e 11 de novembro os encontros serão dirigidos aos trabalhadores da Atenção Primária. Um segundo ciclo acontecerá em 19 e 26 de novembro e 3 de dezembro para os profissionais que atuam na Urgência e Emergência.

 

“Serão dois ciclos para atingirmos maior número de profissionais que estão na porta de entrada do sistema de saúde. Médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem participarão das discussões online quando atingiremos os 399 municípios do Estado”, explicou Maria Goretti.

 

Entre os temas das conferências, estão: identificação de sintomas, critérios de agilidade no internamento de possíveis casos de dengue, diagnóstico laboratorial, condições de comorbidades associadas, estadiamento clínico e alta do paciente.

 

Ainda nesta semana, de 28 a 30, a Secretaria da Saúde promove em Maringá uma reunião técnica integrada para alinhamento das estratégias de controle da doença, com a presença do secretário Beto Preto.

 

No evento, com a participação de representantes do Ministério da Saúde, Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), serão debatidas estratégias complementares ao Plano Estadual de Ação para o Enfrentamento da Dengue, Zika Vírus e Chikungunya. Também haverá visitas à central de Ultra Baixo Volume (UBV) do Estado, unidades de serviço de saúde (Upa UBS) e Vigilância Municipal.

 

MINISTÉRIO – No encontro desta segunda-feira, Ângela Ribeiro Vargas, representante da Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde e da Força Nacional do SUS, disse que encaminhará as demandas de apoio do Paraná. “Parabenizamos o Estado pela iniciativa de integrar as ações da atenção primária e vigilância nas ações da dengue. Com certeza será um diferencial no combate à dengue. Com este Plano de Enfrentamento 2020/2021, o Paraná apresenta um olhar de resolutividade e cuidado fundamentais para a saúde da população”, destacou. (Com AEN)

 

 

 

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Inteligência Artificial é usada para mapear paisagem urbana

Um projeto desenvolvido na Universidade Estadual de Londrina (UEL) analisa um novo procedimento de identificação da configuração e composição da paisagem urbana. O objetivo é auxiliar na definição de recortes espaciais e escalas analíticas das cidades, contribuindo com técnicas computacionais para a compreensão de qualidades urbanas, que podem influenciar o comportamento humano, bem como elementos sociais e econômicos.

 

Envolvendo pesquisadores do Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) e do Centro de Ciências Exatas (CCE) da UEL, o projeto se baseia em imagens obtidas pelo Google Street View (GSV), um recurso da Google, multinacional de serviços online e software, que disponibiliza vistas panorâmicas e permite visualizar partes de algumas regiões do mundo.

 

A estudante de doutorado Ana Luiza Favarão Leão, do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPU), explica que todos os elementos urbanos causam impacto nos habitantes de um determinado lugar. “Disposição de ruas, calçamento e loteamentos, assim como a quantidade de árvores e lixeiras. Esses elementos podem até parecer pouco significativos, como a cor de um edifício”. Ela ressalta que esses dados podem ser coletados pelo GSV, mas não estão sistematizados na ferramenta.

 

A pesquisa utilizou banco de imagens de três bairros de Londrina, no Norte do Estado, propondo um modelo de deep learning (aprendizado profundo) para classificação dos elementos constitutivos da paisagem urbana. O deep learning é um ramo avançado de aprendizado de máquina, que usa algoritmos para possibilitar melhor interpretação de dados coletados.

 

O estudante de mestrado Hugo Queiroz Abonizio, do Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação, esclarece que a classificação proposta é inovadora nesse modelo, pois tem foco na distinção dos bairros. “Ao detectar texturas, formas, cores e outros dados, o modelo fornece o que precisamos para proceder com a classificação dos elementos”, pontua.

 

O modelo proposto obteve ótimo desempenho, atribuindo corretamente quase 90% das amostras das regiões analisadas. A amostragem constituiu imagens coletadas de 2017 pontos de vias públicas, captadas a cada 100 metros: 554 no Centro, 368 no bairro Gleba Palhano, e 1095 locais de cinco conjuntos habitacionais da Zona Norte da cidade. Os pesquisadores observaram elementos como a quantidade de carros e estacionamentos nas vias e a intensidade de sinalização e vegetação.

 

Segundo a pesquisa, na zona Norte de Londrina a verticalização não dificulta a visão do horizonte, como acontece na região central da cidade. No Centro, além da verticalização mais expressiva, foi observada maior variedade de construções e a tendência de os estabelecimentos comerciais estarem muito próximos uns dos outros. Já a Gleba Palhano, um bairro novo e em desenvolvimento, desafiou o modelo, pois apresenta elementos mistos, da região central e da zona Norte.

 

DEEP LEARNING – A aprendizagem da máquina (learning machine) é a primeira linha da Inteligência Artificial. “Nós explicamos à máquina como aprender. O que ela deve observar e correlacionar, próximo de como um ser humano aprenderia”, destaca o professor Sylvio Barbon Júnior, do Departamento de Computação da UEL. Segundo ele, apesar de complexo e de demandar muitas imagens, o modelo funciona para qualquer coisa, desde que “se ensine” a identificar o objeto, seja um animal, uma edificação, um terreno vazio, uma placa, uma árvore, um muro, entre outros.

 

O professor destaca ainda a contribuição da computação nas diversas áreas do conhecimento como ferramenta para aprimorar o trabalho dos pesquisadores. “A Inteligência Artificial permite uma abstração mais prática e exata. Traduz e automatiza o conhecimento”, afirma. Nesse caso, a grande quantidade de dados permite uma modelagem interpretativa mais eficiente.

 

Para a professora Milena Kanashiro, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, o projeto segue uma linha de automatização do conhecimento e representa um avanço, na medida em que abrange também a temporalidade dos espaços estudados. “O estudo possibilita melhor identificação de áreas homogêneas e delimitação de áreas”, ressalta.

 

Neste ponto, quem pode contribuir muito é a Computação. Antes de mais nada, uma das grandes vantagens de usar o GSV é que os pesquisadores não precisam se deslocar pelos pontos que precisam coletar dados, o que representa economia de recursos. Mas há muito além: Hugo Queiroz Abonizio é mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação, do CCE, e é orientado pelo professor Sylvio Barbon Júnior (Departamento de Computação).

 

Embora em sua dissertação, em fase de conclusão, esteja trabalhando com linguagem natural (textos), ele e o orientador atuam na pesquisa da Ana, desenvolvendo um modelo de deep learning para classificação dos elementos constitutivos da paisagem urbana em três bairros de Londrina: Centro Histórico, Cinco Conjuntos (Zona Norte) e Gleba Palhano (Zona Oeste).

 

DEEP LEARNING – O deep learning (aprendizado profundo) é um ramo avançado de aprendizado de máquina que utiliza algoritmos que possibilitam melhor interpretação de dados coletados. Segundo o professor Sylvio, a aprendizagem da máquina (learning machine) é a primeira linha da Inteligência Artificial.

 

“Nós explicamos à máquina como aprender. O que ela deve observar e correlacionar, aproximando-se de como um ser humano aprenderia”. O modelo demanda muitas imagens e exemplos, mas isso o GSV pode prover fartamente. O modelo é complexo, mas funciona para qualquer coisa, desde que “se ensine” a identificar a coisa – seja um gato, um cachorro, um prédio, um terreno vazio, uma placa, uma árvore, um muro. Qualquer coisa.

 

Hugo explica que a classificação proposta já foi usada em outros contextos, mas é uma novidade neste modelo porque foca na diferenciação dos bairros. Ao detectar texturas, formas, cores e outros dados, o modelo fornece ao pesquisador o que ele precisa para proceder a classificação. Para o professor Sylvio, é importante lembrar ainda que a pesquisa atua num cenário não controlado – as imagens coletadas foram feitas em diferentes condições de luminosidade, temperatura e qualidade técnica, e não foram feitas pelos pesquisadores.

 

O professor destaca a contribuição da Ciência da Computação em outras áreas como ferramenta que otimiza o trabalho de outros pesquisadores. “A Inteligência Artificial permite uma abstração mais prática e exata, traduz e automatiza o conhecimento”, afirma. No caso desta pesquisa, a grande quantidade de dados permite uma modelagem interpretativa mais “agressiva”, ou seja, muito mais eficiente.

 

A professora Milena Kanashiro tem a mesma perspectiva. Para ela, o projeto segue uma linha de automatização do conhecimento e representa um avanço na medida que abrange também a temporalidade dos espaços estudados. Para ela, este estudo possibilita uma melhor identificação de áreas homogêneas e delimitação de áreas (bairros, por exemplo). Outro ponto positivo destacado por ela é a união de programas de diferentes centros de estudos da UEL (Arquitetura e Urbanismo e Ciências Exatas), o que só promove a Universidade.

 

PUBLICAÇÃO – O modelo foi testado e os resultados foram muito positivos, atribuindo corretamente quase 90% das amostras dos respectivos bairros estudados. Os quatro pesquisadores publicaram uma parte do estudo na Revista de Morfologia Urbana (junho/2020), em artigo intitulado “Identificação de composições de paisagem urbana: uma abordagem de deep learning” [http://revistademorfologiaurbana.org/index.php/rmu].

 

A revista é uma publicação científica da PNUM (Portuguese-Language Network of Urban Morphology), ou Rede Lusófona de Morfologia Urbana, que por sua vez integra o Seminário Internacional de Forma Urbana, que reúne pesquisadores e professores de todo o mundo desde 1994.

 

A amostragem constituiu em imagens coletadas de pontos a cada 100 metros nas vias públicas, num total de 2017 – 554 no Centro, 368 na Gleba Palhano e 1095 na Zona Norte. Foram observados elementos como a quantidade de carros, estacionamentos nas vias, intensidade de sinalização e vegetação. Tais elementos se referem, num outro nível, às chamadas “metaqualidades urbanas”, como a vitalidade e a caminhabilidade.

 

Ana Luiza destaca algumas diferenças entre as regiões. Na Zona Norte, por exemplo, ela diz poeticamente que “existe muito céu”, ou seja, a verticalização não dificulta a visão do horizonte, como acontece no Centro. Lá, além da verticalização mais expressiva, foi observada maior variedade de construções e a tendência de os estabelecimentos comerciais estarem “grudados” um no outro. Já a Gleba Palhano, conta Ana, desafiou o modelo. Bairro mais novo e em desenvolvimento, ele apresenta elementos ora de Centro, ora de bairro.

 

Os autores veem os resultados como encorajadores e afirmam no estudo que “em um âmbito teórico avança-se cientificamente na utilização de técnicas computacionais para o entendimento objetivo de qualidades urbanas, que podem influenciar o comportamento humano, bem como elementos sociais e econômicos”. (Com AEN)

 

 

 

 

 

 

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