Produção industrial do Paraná perde força na passagem de maio para junho, aponta IBGE

A produção industrial no Brasil apresentou queda em dez dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Os dados se referem a junho de 2021 – quando o balanço passou pela última atualização – e são comparados ao mês imediatamente anterior.

 

Uma das perdas mais acentuadas foi verificada no estado do Paraná. Neste recorte, a Unidade da Federação teve queda de 5,7%. Os números também repercutiram no Congresso Nacional. Segundo o deputado federal Gustavo Fruet (PDT-PR), o quadro se deve ao cenário de pandemia, que afetou, inclusive, os mercados de importação e exportação.

 

“É necessário que a retomada seja acompanhada de questões macroeconômicas. E esses fatores também apontam indicadores preocupantes, tendo em vista a questão cambial dos indicadores que apontam crescimento da inflação, um crescimento do PIB abaixo do esperado, e também um recuo em relação a investimentos”, considera.

 

Cenário nacional


De acordo com pesquisa do IBGE, a produção nacional teve variação nula na passagem entre maio e junho. Quando comparada com junho de 2020, a produção industrial subiu 12%.

 

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Exportações contribuem para aumento da produção industrial no Espírito Santo

 

Para o resultado deste último recorte, o conselheiro do Conselho Federal de Economia, Carlos Eduardo de Oliveira Júnior, entende que houve uma participação do avanço da vacinação contra Covid-19. Já para justificar a estagnação na comparação anterior, ele elenca variados fatores.

 

“Isso pode ser detectado por alguns problemas conjunturais. Um deles é a elevação dos custos, com a elevação dos produtos importados, e também com a elevação do dólar. Isso faz com que a produção se reduza. Agora, temos uma grande incógnita, porque a elevação no preço da energia elétrica também vai fazer com que a produção não cresça, porque a energia elétrica está muito cara”, afirma.  

 

O balanço do IBGE revela, ainda, que, no indicador acumulado para o período entre janeiro e junho deste ano, frente a igual período de 2020, a expansão verificada na produção nacional alcançou doze dos quinze locais pesquisados, com destaque para Ceará (26,8%), Amazonas (26,6%) e Santa Catarina (26,1%).
 

 

 

 

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Secretários municipais de Agricultura e Meio Ambiente debatem parcerias com o Estado

Dezenas de secretários municipais de Agricultura e de Meio Ambiente do Paraná, além de servidores das secretarias, iniciaram nesta quarta-feira (15) um encontro que se estenderá até sexta-feira (17) para conhecer em detalhes programas desenvolvidos pelo Estado nessas duas áreas e que podem ser aplicados em suas regiões.

 

O evento, promovido pela Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná, tem, entre outros, apoio das Secretarias de Estado da Agricultura e do Abastecimento, e do Desenvolvimento Sustentável e Turismo. Reúne parte do público de forma presencial no auditório do Mercado Municipal de Curitiba e é transmitido online para o Interior.

 

Durante a abertura, na noite de quarta, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou a importância de Estado e municípios terem agendas de trabalho em conjunto. “Se tiver duas ou três agendas no município está errado, cada um está puxando para um lado, não potencializa o resultado”, alertou. “Não estou impondo a minha agenda e nem vou fazer só a de vocês, vamos trabalhar em agenda de consenso, potencializando”.

 

Segundo ele, há vários programas que oferecem oportunidades para que os agricultores cresçam em suas atividades, e há muitos exemplos de sucesso nos municípios que podem ser replicados.

 

Ortigara apresentou dados da agropecuária paranaense, que a fazem líder de produção nacional em vários segmentos. “Mas não nos falta a perspectiva, a visão de que tem muito por fazer. O meio rural tem muitas carências que nós podemos ajudar seja no aspecto produtivo seja no aspecto da vida social”, afirmou. “Dá para fazer bastante”.

 

Entre os programas detalhados pelos técnicos do Sistema Estadual da Agricultura estão Banco do Agricultor Paranaense, Coopera Paraná, Estradas da Integração, Paraná Energia Rural Renovável e as várias ações de segurança alimentar e nutricional, como Leite das Crianças, Compra Direta Paraná e Restaurantes Populares. Também foram relatadas as principais atividades de defesa agropecuária e apresentada a forma como foi constituído e funciona o IDR-Paraná.

 

Os participantes estão recebendo, ainda, noções sobre o ICMS Ecológico, resíduos sólidos e parques urbanos, apresentados por servidores do Instituto Água e Terra (IAT), além de conhecerem experiências sobre asfaltamento de estradas rurais em Toledo, conectividade no campo em Pato Branco e as ações de segurança alimentar e nutricional desenvolvidas pela prefeitura de Curitiba.

 

PARTICIPANTES - “A gente está vindo esclarecer assunto por assunto, sabendo os detalhes dos programas que o governo tem para os municípios e, com certeza, vai ter mais conhecimento”, disse o secretário de Agricultura e Pecuária do município de Salgado Filho, no Sudoeste, Marcelo João Barili. “Quando os produtores procurarem as secretarias, a gente vai conseguir direcionar mais corretamente.”

 

Recém-nomeado secretário de Agricultura de Planalto, no Sudoeste do Estado, Willian Kegler ressaltou a oportunidade de ouvir os técnicos do governo e ter conhecimento de programas que poderão ajudar o município. “Ouvir essas palestras é muito bom para poder repassar ao nosso povo e à nossa cidade”, afirmou.

 

Fernanda Giorgetti está há oito meses à frente da Secretaria de Meio Ambiente e de Agropecuária de Jaguapitã, no Norte, e considerou muito importante participar do encontro ainda no começo de seu trabalho. “Vamos levar as experiências e os programas para tentar implantar da melhor forma no município, é um aprendizado incrível”, reforçou.

 

O presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Paraná, Clodomir Ascari, disse que a entidade tem esse evento em seu calendário com o objetivo de despertar para a necessidade de os secretários buscarem sempre a melhor orientação técnica para suas ações. Segundo ele, é preciso reduzir o tempo tanto de elaboração de projetos quanto de implementação.

 

“Temos obrigação de passar as informações para diminuir esse tempo e melhorar a comunicação para que a sociedade seja bem atendida e para os secretários terem mais tranquilidade”, afirmou.

 

 

 

Imunizantes que chegaram nesta quinta ao Paraná serão usados para completar esquema vacinal

Chegaram ao Paraná, na manhã desta quinta-feira (16), 324.930 vacinas contra a Covid-19. São 115.500 doses do imunizante Covishield (AstraZeneca/Fiocruz) e 209.430 do Comirnaty (Pfizer/Biontech), todas de segunda dose (D2), para completar o esquema vacinal da população com idade entre 40 e 59 anos e de alguns grupos prioritários.

 

Assim que desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, as vacinas foram encaminhadas para separação e armazenagem no Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar). Elas serão distribuídas às Regionais de Saúde conforme o cronograma previsto para a segunda aplicação.

 

A remessa faz parte de um lote com 5.158.560 doses distribuídas pelo Ministério da Saúde aos 26 estados e ao Distrito Federal. Em todo o País, 267.623.564 vacinas já foram confirmadas para envio aos estados. Até o momento, o Paraná recebeu 14.082.880 doses, e cerca de 640 mil estão em processo de envio e distribuição.

 

De acordo com o vacinômetro do Ministério da Saúde, quase 12 milhões de doses já foram aplicadas no Estado (11.973.358). Com isso, 8.044.872 de pessoas já receberam ao menos uma dose do imunizante, 92,26% da população adulta. Quase metade dos paranaenses com mais de 18 anos já completou a cobertura vacinal, com a aplicação de 4.250.593 segundas doses ou do imunizante de dose única. (Com AEN)

 

 

 

Integração porto-ferrovia é tema de debate em evento que reuniu Estado, União e indústria

Com os avanços do projeto de expansão da malha ferroviária para o transporte de cargas pelo Estado, o setor produtivo volta a atenção para a outra ponta da cadeia logística: os portos. O potencial de movimentação da Portos do Paraná, nos mais diversos segmentos, foi debatido nesta quarta-feira (15) em encontro que reuniu o Governo do Estado, iniciativa privada e governo federal na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba.

 

“O governo tem, constantemente, dialogado com todo o setor produtivo do Paraná para essa construção da nova infraestrutura do nosso Estado. Esse diálogo tem sido intermodal”, disse o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex.

 

De acordo ele, os resultados alcançados pelos portos de Paranaguá e Antonina são fruto não só do trabalho e da dedicação dos trabalhadores paranaenses, mas também uma combinação de toda a logística e infraestrutura que têm se desenvolvido no Estado, com apoio das novas concessões rodoviárias e da Nova Ferroeste. A integração, segundo ele, é preponderante para o setor produtivo.

 

“Todos os caminhos (rodoviário, ferroviário ou aéreo) chegam até os portos”, disse o secretário. “E o Governo do Estado tem trabalhado exatamente projetando esse hub, pelas características logísticas do Paraná”.

 

Segundo o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, há uma preparação para todo esse avanço na infraestrutura. “O porto precisa estar preparado para melhorar a condição de receber essas cargas. O principal meio é promover uma melhora na condição ferroviária”, afirmou.

 

Garcia destacou que hoje o volume de carga que chega pelos trilhos aos portos paranaenses não é tão expressivo quanto pode ser. “A hora que conseguirmos melhorar (e o projeto do moegão é fundamental para essa recepção ferroviária, com as licitações dos novos terminais) certamente vamos conseguir atender toda a demanda que está sendo projetada”, declarou.

 

De acordo com ele, os atuais investimentos dos portos acontecem simultaneamente em três frentes: infraestrutura terrestre, marítima e de armazenagem (com novos arrendamentos). O objetivo, em geral, é não apenas ampliar a capacidade, mas também reduzir os custos aos empresários, o que faz aumentar a competitividade do Estado.

 

Nessa linha, além do projeto do moegão, referente à ampliação da capacidade de descarga ferroviária em uma moega exclusiva para atender o modal, ainda se destacam o projeto do Novo Corredor de Exportação, que vai ampliar muito a capacidade de escoamento dos graneis sólidos; o projeto para a concessão do canal de acesso marítimo; a dragagem continuada de manutenção; e a derrocagem da porção mais rasa do maciço rochoso conhecido como Pedra da Palangana.

 

FERROVIA – O projeto da Nova Ferroeste, também apresentado na pauta do encontro na Fiep, é a nova estrada de ferro, com 1.304 quilômetros, que vai ligar Maracaju (MS) a Paranaguá. Como apontam os estudos, ela deve ser base para a movimentação de cerca de 26 milhões de toneladas de carga já no primeiro ano de operação, principalmente grãos (em especial a soja) e contêineres refrigerados com proteína animal.

 

O secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, Marcello da Costa, disse que essa ferrovia vai criar um grande corredor logístico, captando carga do Paraguai via Foz do Iguaçu, e ser mais uma opção para o Centro-Oeste a partir de Maracaju. Tudo isso, segundo ele, se alinha com a estratégia do governo federal para o País, que é conectar as ferrovias aos portos em diferentes regiões.

 

O secretário falou ainda sobre a importância da obra para trazer insumos e outras cargas, especialmente para o agronegócio. “Essa circulação interna e de retorno com fertilizantes e milho, por exemplo, vai beneficiar outros estados além do Paraná, como Santa Catarina e o Mato Grosso do Sul”, destacou.

 

Esta também é a opinião do secretário de Estado do governo do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck. Durante o encontro ele falou sobre a importância da execução da Nova Ferroeste para fomentar a competitividade das regiões Sul e Centro-Oeste. “A partir da construção dessa obra poderemos reduzir tarifas e melhorar a competitividade dos produtos brasileiros no Exterior”, afirmou.

 

A ausência de estradas de ferro no Paraguai foi lembrada pelo diretor do Departamento de Transporte Ferroviário (DTFER), Ismael Trinks, que participou presencialmente do evento. Para ele, o ramal ligando Cascavel a Foz do Iguaçu compensa uma carência logística do país vizinho e gera novas oportunidades. Ele lembrou ainda a transformação proporcionada pela publicação da Medida Provisória 1.065, no final de agosto, que inclui a autorização como opção de execução de novos projetos para o modal ferroviário.

 

“Desde a publicação, recebemos 12 pedidos de autorização, três deles da Nova Ferroeste”, explicou, sobre as conexões com Maracaju, Foz do Iguaçu e Paranaguá protocolados este mês que serão acrescidos à concessão vigente.

 

Hoje a Ferroeste opera um trecho de 248 quilômetros entre Cascavel e Guarapuava, onde se liga à Malha Sul, operada pela Rumo Logística, para chegar ao Litoral. Atualmente o tempo de viagem de um contêiner entre Cascavel e Paranaguá é de cinco dias; a partir da execução da Nova Ferroeste, esse trajeto será feito em 20 horas.

 

O projeto completo prevê a ampliação nas duas pontas. De Cascavel a ferrovia segue até Maracaju (MS), além de um ramal a Foz do Iguaçu. A partir de Guarapuava, a Ferroeste vai seguir um novo traçado para cruzar a Serra da Esperança, contornar a Capital e descer a Serra do Mar próximo à BR 277 até alcançar o Litoral.

 

Hoje cerca de 20% de toda mercadoria que chega aos dois portos é transportada por trem. A intenção é aumentar essa fatia para até 60% com a chegada da Ferroeste a Paranaguá.

 

Um dos trechos mais sensíveis do ponto de vista ambiental e de engenharia é a descida da Serra do Mar que vai acontecer junto à área de domínio da BR 277, sempre que o relevo permitir. Um vídeo com a projeção do traçado foi apresentado aos participantes. Nos 55 quilômetros serão construídos 25 viadutos (17 km no total) e 10 túneis (8 km no total), procurando preservar ao máximo a vegetação existente.

 

A Nova Ferroeste foi projetada para suportar composições com vagões sobrepostos, conhecidos como double stack. Dessa maneira, além de aumentar a capacidade de transporte, diminui o impacto ambiental. “Cada vagão corresponde a quatro caminhões, dessa maneira reduzimos significativamente a emissão de carbono em comparação com o modal rodoviário”, disse o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes.

 

A Nova Ferroeste vai beneficiar 9 milhões de pessoas em 427 cidades no Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraguai.

 

SETOR PRODUTIVO – Para Edson Vasconcelos, vice-presidente e coordenador do Conselho Temático da Infraestrutura da Fiep, esse debate com o setor produtivo foi fundamental para entender como estão os portos hoje. “Traz uma clareza muito importante dessa conexão com a nova ferrovia. O porto atender a produção do Estado do Paraná é uma primeira necessidade, mas, hoje, o que se mostrou aqui é que ele transcende e passa a atender também o Mato Grosso do Sul, o Paraguai e coloca o Estado como de grande interesse portuário”, afirmou.

 

PRESENÇAS – O evento foi aberto virtualmente pelo presidente do Sistema Fiep, Carlos Valter Martins Pedro. Também participaram, pelo Governo do Estado, o secretário de Planejamento e Projetos Estruturantes, Valdemar Bernardo Jorge; e o diretor da Ferroeste, André Gonçalves. Além deles, ainda fizeram parte do debate representantes do Instituto de Engenharia do Paraná; do Movimento Pró-Paraná; da TCP e do projeto do Porto Guará. (Com AEN)

 

 

 

Ministério da Saúde confirma mais 324,9 mil vacinas contra a Covid-19 ao Paraná

O Ministério da Saúde confirmou na tarde desta quarta-feira (15) o envio de mais 324.930 vacinas contra a Covid-19 ao Paraná. São 115.500 doses da AstraZeneca/Fiocruz e 209.430 da Pfizer/BioNTech.

 

Os imunizantes da Pfizer estão previstos para chegar em dois lotes, às 8h25, no voo LA 4787, e às 10h20, no voo G3 1126, no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, dentro da 100ª pauta de distribuição do Ministério da Saúde. Já as doses da AstraZeneca desembarcam no voo AD 4193, às 10h05, e contemplam a 99ª pauta.

 

As doses serão encaminhadas para o Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), em Curitiba, onde passarão por conferência e armazenamento até que sejam descentralizadas. A distribuição dos imunizantes para as 22 Regionais de Saúde está condicionada à divulgação do Informe Técnico referente a esta pauta, para confirmar se o lote se trata de primeira ou segunda dose.

 

A Secretaria de Estado da Saúde já questionou o Ministério da Saúde sobre o Informe Técnico referente o lote de 63.180 doses da Pfizer que chegaram ao Estado nesta quarta-feira (15) e também sobre este novo lote. Ainda não há previsão de envio do documento.

 

Segundo os dados do Vacinômetro nacional, 11.910.383 doses foram aplicadas no Estado, sendo 7.713.003 D1, 322.052 doses únicas (DU) e 3.875.328 segundas doses (D2). Entre D1 e DU, o Paraná já atingiu 92,1% da população adulta estimada em 8.720.953 pessoas. (Com AEN)

 

 

 

Com planejamento, Governo resolve demanda histórica e transfere gestão de todos os presos ao Depen

O dia 15 de setembro de 2021 é histórico para a segurança pública do Paraná. Após anos de espera, o Estado não terá mais presos custodiados por integrantes da Polícia Civil. Isso só foi possível com o decreto assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior nesta quarta-feira (15), em cerimônia no Palácio Iguaçu, que autoriza o início da terceira e última fase do processo de transferência de gestão, com o repasse da custódia dos últimos detentos das carceragens da Polícia Civil para a gestão plena do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen). No total, cerca de 12 mil pessoas privadas de liberdade tiveram a situação regularizada desde 2019.

 

A medida encerra um ciclo de 168 anos de custódia de presos pela Polícia Civil, o que fez o Paraná carregar por muito tempo o posto de ser o estado com a maior população carcerária em delegacias do País. A transferência física de todos os presos custodiados nos municípios ainda depende da abertura de novas vagas em penitenciárias – o Paraná ficou ao longo dos últimos anos sem construir presídios, o que ampliou consideravelmente a demanda. Enquanto isso, eles já serão atendidos pelo Depen, com acesso ao Fundo Penitenciário e às políticas de ressocialização (educação e trabalho).

 

“Era algo que envergonhava o Paraná. Quando começamos a gestão, em 2019, tínhamos mais de 12 mil presos em delegacia. Uma tarefa árdua, difícil, mas que a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Civil estão conseguindo resolver. Não há mais desvio de função. Agora, o policial civil poderá se dedicar exclusivamente à investigação e resolução de crimes, colaborando ainda mais para a queda nos índices de violência do Estado”, destacou Ratinho Junior.

 

As transferências de gestão das carceragens envolveram três fases. Na primeira etapa, iniciada em 2019, 37 carceragens de delegacias foram transferidas para o Depen, em 36 municípios. Em um segundo momento, a partir do decreto assinado pelo governador em novembro de 2020, a mudança atingiu 41 carceragens de delegacias, além do fechamento definitivo de outras 15, em uma ação que envolveu 56 cidades.

 

Contabilizando as duas etapas, o número de presos das delegacias que foram para custódia do Depen passou de 11.063 em janeiro de 2019 para 1.724 em maio de 2021, ou seja, redução de 9.339 pessoas. A fase atual envolve 70 municípios e vai zerar o número de presos sob os cuidados da Polícia Civil em outros 58 municípios. No total, 73 carceragens foram totalmente fechadas.

 

“Era uma situação que gerava insatisfação, insegurança, violação de direitos. Aos poucos fomos resolvendo a questão. É mais uma das conquistas que tivemos na área da segurança pública porque resolve a demanda da Polícia Civil e garante um ambiente mais adequado ao sistema penitenciário, com fluxo de presos para unidades maiores e melhorias nas cadeias públicas existentes”, disse o governador. "Com esse decreto estamos proibindo a custódia em prédios da Polícia Civil".

 

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Silvio Jacob Rockembach, a transferência de gestão e o fechamento das delegacias já tiveram resultados positivos, como a melhoria no fluxo dos serviços da polícia judiciária, além do crescimento da solução dos casos.

 

“Os resultados já são perceptíveis, conseguimos constatar nitidamente uma melhoria na qualidade das investigações e um aumento na solução de casos de grande complexidade. A delegacia não é local adequado para presos, então a ação é importantíssima para a Polícia Civil do Paraná”, afirmou.

 

A população paranaense, disse Rockembach, é a principal beneficiada pela medida. Além de ter mais segurança, contará com atendimento mais abrangente da Polícia Civil, com os policiais dedicados exclusivamente às atividades de polícia judiciária. Possibilitará ainda um aumento nos índices de solução de crimes e de operações, inclusive de repressão qualificada, já que contará com mais efetivo disponível para suas ações.

 

PLANEJAMENTO – Secretário de Estado da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares explicou que o processo de transferência de gestão e fechamento de algumas carceragens foi possível com planejamento estratégico, comprometimento e com a entrega de obras ao sistema penitenciário no Estado, além da contratação de mais servidores para ocupar esses espaços onde trabalhavam policiais civis.

 

Ele citou entre essas ações a Cadeia Pública de Campo Mourão II, a Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu I e o Centro de Integração Social (CIS) de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.

 

“Fizemos um planejamento estratégico há pouco mais de dois anos para retirada destes presos das carceragens e mudança da gestão. Este processo envolve a construção de penitenciárias, como as de Foz do Iguaçu e Campo Mourão, recém-inauguradas, e outras obras em andamento. A expectativa é de no futuro próximo resolver a questão das carceragens que ainda restaram nos municípios”, afirmou.

 

Ainda de acordo com ele, para encerrar definitivamente esse fluxo na prática, outras obras serão entregues nos próximos meses, entre elas a Cadeia Pública de Curitiba, que já está concluída, e a Cadeia Pública de Londrina, em fase de conclusão. Nessa estratégia, as unidades ficam em locais afastados de grandes centros urbanos, resolvendo esse gargalo que gera insegurança. “Conseguimos destravar uma demanda antiga da população paranaense”, reforçou o secretário.

 

OPERAÇÃO XADREZ – A retirada dos presos das carceragens está sendo possível, também, graças à integração das forças policias estaduais, que auxiliam nos processos de realocação, transporte e escolta dos presos das carceragens para penitenciárias e de um presídio para o outro.

 

Dentro desta terceira etapa, a Secretaria da Segurança Pública realizou entre os dias 19 e 27 de agosto, a Operação Xadrez, que possibilitou a realocação e transferência de 850 presos remanescentes sob custódia da Polícia Civil para penitenciárias e cadeias públicas do Paraná. A ação envolveu as polícias Civil, Militar, Federal e agentes do próprio Departamento Penitenciário.

 

Outras operações ocorreram desde 2019 para a efetivação desta medida. Para isso, o Depen vem contando com um grande aparato de segurança, envolvendo agentes penitenciários, agentes do Setor de Operações Especiais (SOE) e o apoio das policias Civil e Militar do Paraná.

 

GESTÃO PLENA – Todos os presos que estavam em carceragens de delegacias passam, com a assinatura deste terceiro decreto, à gestão plena do Depen. Isto quer dizer que o órgão terá o gerenciamento exclusivo sobre eles, desde o momento da prisão temporária e preventiva até chegar à definitiva com a condenação criminal, cumprindo toda a legislação da Lei de Execuções Penais.

 

Com isso, os ambientes carcerários passam a receber atenção e investimento focado em melhores condições para custódia e ressocialização. Por outro lado, a Polícia Civil não custodiará mais presos – os que passarem pelas delegacias serão apenas para flagrantes e encaminhamento à unidade penal.

 

Para o diretor-geral do Depen, Francisco Caricati, a reorganização das carceragens proporciona benefícios para as todas instituições envolvidas, além de desafogar o sistema prisional. “O trabalho de transferência está proporcionando a similaridade no atendimento aos detentos dentro das nossas unidades, com tratamento mais adequado. O outro benefício é a liberação definitiva dos policiais civis para seu serviço constitucional”, destacou.

 

DELEGACIA CIDADÃ – Ainda para ampliar o atendimento da Polícia Civil à população, Delegacias Cidadãs, que reúnem diversas especialidades em um único local, estão sendo implantadas ou em construção no Estado.

 

Uma unidade com característica cidadã possui infraestrutura de atendimento com espaços mais humanizados para o público em geral e para as vítimas de crimes. Entre as diferenças para as estruturas comuns estão acessibilidade para pessoas com dificuldades motoras e banheiros adaptados, além de salas para atendimentos seletivos, com espaços separados para o recebimento de vítimas e de agressores ou suspeitos, e ambientes isolados para crianças, adolescentes, mulheres e idosos.

 

Ela reúne diversas especialidades em um único local, com serviços centralizados para a população, o que diminui custos diários da Polícia Civil. O projeto foi pensado para um novo fluxo de parlatórios (momento em que a vítima identifica o agressor) e tem salas para advogados e para a Polícia Militar. Outro espaço exclusivo é do Instituto de Identificação, responsável pela emissão do RG, o que vai agilizar ainda mais a emissão de documentos dos moradores. Todos os ambientes possuem climatizadores.

 

Atualmente, há cinco postos em funcionamento, em Almirante Tamandaré, Matinhos, Pinhais, Fazenda Rio Grande e Paranaguá. Estão em construção as unidades de Colombo, São José dos Pinhais e Araucária, além da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Curitiba, que vai para o bairro Tarumã como parte de um novo complexo de segurança pública na Capital, ao lado do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística, que já teve projeto contratado.

 

Foram licitadas neste ano ainda as Delegacias Cidadãs de Londrina e Cascavel. As próximas devem ser as unidades de Guaíra e Maringá. (Com AEN)

 

 

 

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