Produção de soro: unidade do Paraná recebe 2,5 mil aranhas para extração do veneno

A primeira coleta de aranhas-marrons realizada neste ano chegou na sexta-feira (20) ao Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.

Os agentes de captura do CPPI coletaram 2.500 aranhas, que se somam às 20 mil já existentes no local, capturadas no ano passado. Os animais são destinados à extração do veneno para a produção do soro antiloxoscélico.

As aranhas são capturadas no Paraná, nas regiões do Centro-Sul e Norte Pioneiro, e em Santa Catarina. Habitualmente, a cada três semanas, uma remessa de cerca de mil aranhas chega ao aracnidário. Assim que desembarcam no CPPI, é feita uma segunda triagem da espécie. Somente as Loxosceles spp (nome científico da aranha-marrom) são selecionadas. Na sequência, elas são hidratadas com algodão embebido em água e ficam durante 48 horas em quarentena.

Túlio Tácito, biólogo responsável pelo aracnidário, explica que a coleta é realizada uma vez por mês e que, com apenas algumas gotinhas de veneno, já é possível fazer uma ampola de soro. “A cada duas aranhas conseguimos uma ampola do soro contra a picada da aranha-marrom. A extração demora apenas alguns segundos e, caso a aranha não produza veneno, ela é separada e fica para a próxima vez”, diz.

Para estimular a glândula de veneno, é dado um pequeno choque de um a quatro segundos, de 17 a 20 volts, dependendo do tamanho do animal. O veneno pode ser extraído tanto de machos quanto de fêmeas.

DUPLAS – No CPPI, existem duas duplas de profissionais (formado pelo biólogo responsável e técnicos de laboratório) que realizam essa atividade. Cada dupla retira veneno de aproximadamente 400 aranhas-marrons por dia.

Em 2024, as extrações renderam 3.769 miligramas de veneno bruto liofilizado (produto que passou por um processo no qual é congelado e, em seguida, a água é completamente removida, preservando a estrutura das proteínas que compõem o veneno). Após esse processo, o veneno é armazenado em um freezer.

“Nós as alimentamos a cada 15 dias com pequenas baratas, que também reproduzimos aqui. Temos cerca de 45 mil baratas para alimentar todas essas aranhas. É um ciclo, é a cadeia natural se alinhando ao processo científico que, lá na frente, ajudará as pessoas em caso de acidentes”, explicou o biólogo.

FABRICAÇÃO DO SORO – Atualmente, o CPPI apenas extrai o veneno das aranhas-marrons, imuniza o plantel de equinos para a produção do soro e produz o plasma hiperimune, faltando a etapa de processamento industrial e envase no frasco-ampola. A expectativa é de que, a partir deste ano, o medicamento já possa ser produzido pelo CPPI por meio de uma parceria produtiva.

Neste mês, foi assinada a ordem de serviço de R$ 1,85 milhão do Governo do Estado para a conclusão da construção da área de imunização de equinos da seção de produção de plasma, o que permitirá a melhoria e ampliação do atual processo de produção.

 

 

 

 

 

 

POr - AEN

 80% dos municípios paranaenses geraram novas vagas de empregos em fevereiro

Oito em cada dez municípios do Paraná registraram um saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada em fevereiro, segundo os dados mais recentes do Caged divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Esse desempenho fez com que o Estado alcançasse o seu melhor desempenho mensal dos últimos quatro anos, totalizando 39.176 vagas de trabalho formal.

Dos 399 municípios paranaenses, 320 tiveram um volume de contratações maior do que as demissões no mês passado. O principal destaque foi para Curitiba, onde o saldo foi de 10.046 vagas em fevereiro – resultado de 59.701 admissões e de 49.655 desligamentos no mês. As contratações na Capital foram puxadas principalmente pelo setor de serviços que gerou 7.715 vagas.

Toledo, na região Oeste, aparece na vice-liderança no ranking municipal do Paraná, com 2.311 empregos gerados no mês, também com ênfase na prestação de serviços, com 1.798 vagas criadas na cidade. Londrina (1.963), Maringá (1.739), Cascavel (1.468) e São José dos Pinhais (1.369) completam a lista dos municípios com saldo acima de mil empregos com carteira assinada criados em fevereiro.

Em outros 52 municípios do Paraná o volume de pessoas que ingressaram ou retornaram ao mercado de trabalho formal ficou na casa das centenas. Entre eles, estão grandes polos econômicos, como Ponta Grossa (929) e Foz do Iguaçu (910), e as cidades da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), cujos melhores resultados ocorreram em Araucária (820) e Pinhais (605).

Mesmo cidades menores também tiveram saldos expressivos de empregos criados, especialmente quando considerada a população local. É o caso, por exemplo, de Ibiporã, no Norte do Estado, que com pouco mais de 50 mil habitantes teve um saldo de 608 novas vagas. Outro caso é o de Dois Vizinhos, na região Sudoeste, com 47 mil habitantes, onde as contratações superaram em 426 as demissões no período.

Nos dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, também é possível mensurar a variação relativa entre as vagas criadas e o volume total de trabalhadores formalmente empregados, que no Caged é chamado de estoque. Neste quesito, os municípios paranaenses com melhor desempenho em fevereiro foram Doutor Ulysses, na RMC, com uma variação de 44%, seguida por Ivatuba (13%), Nova Aliança do Ivaí (12%), Flor da Serra do Sul (11%), Brasilândia do Sul (9%) e Bom Sucesso (9%).

Além do bom desempenho em fevereiro, 76% dos municípios do Paraná estão com um saldo positivo de contratações em 2025.

Confira a relação completa AQUI.

 

 

 

 

 

Por - AEN

 Inscrição para certificação da EJA encerra nesta segunda-feira; provas serão em abril

Encerra nesta segunda-feira (31) o prazo para inscrições nos exames online da Educação de Jovens e Adultos (EJA) voltados à certificação dos componentes curriculares e áreas do conhecimento do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

A oportunidade é ofertada pela Secretaria da Educação do Paraná (Seed-PR) e permite que estudantes obtenham o diploma por meio da avaliação.

Para participar, é necessário atender aos critérios de idade: candidatos ao Ensino Fundamental devem ter, no mínimo, 15 anos completos na data da prova, enquanto aqueles que buscam a certificação do Ensino Médio precisam ter, no mínimo, 18 anos.

As inscrições podem ser feitas nos Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebja) e nas escolas de EJA, abertas à comunidade, além das escolas da rede estadual para alunos regularmente matriculados.

O secretário estadual da Educação, Roni Miranda, enfatiza a relevância da certificação para o futuro acadêmico e profissional dos estudantes. “Essa é uma oportunidade valiosa para quem deseja concluir seus estudos e ampliar as possibilidades no mercado de trabalho. Com essa iniciativa, garantimos que mais pessoas possam alcançar esse objetivo”, destaca.

PROVAS E CONTEÚDOS – Os exames incluem questões objetivas e, no caso da disciplina de Língua Portuguesa, uma produção textual. Os conteúdos cobrados estão disponíveis no site da Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

Os exames serão aplicados ao longo do mês de abril, conforme o seguinte cronograma: no dia 7 (segunda-feira), ocorre a 9ª etapa, destinada aos estudantes do Ensino Fundamental nos semestres 1, 2, 3 e 4. Já as avaliações do Ensino Médio começam no dia 8 (terça-feira), com a 10ª etapa (Módulo 1), seguida da 11ª etapa (Módulo 2) no dia 9 (quarta-feira) e da 1.ª etapa (Módulo 3) no dia 10 (quinta-feira).

Nos dias 11 e 14 de abril (sexta e segunda-feira), ocorrem as 13ª e 14ª etapas, voltadas para os componentes curriculares do Ensino Médio.

Para mais informações, consulte o edital no site da Secretaria da Educação.

 

 

 

 

 

 

POr - AEN

Cinco jovens morrem e bebê sobrevive a acidente na BR 373

Cinco jovens, de idades entre 14 e 19 anos, morreram e bebê ficou ferido em batida frontal na BR-373, em Chopinzinho, no Sudoeste do Paraná, na madrugada de domingo (30).

O acidente envolveu Volkswagen Gol e caminhão. Cinco jovens e o bebê, de aproximadamente 6 meses, estavam no carro. A criança socorrida e encaminhada para atendimento médico em Pato Branco. O caminhoneiro não sofreu ferimentos.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Corpo de Bombeiros foram acionados para realizar orientação do trânsito e limpeza na via. O tráfego encontra-se interditado.

A PRF realizará o laudo pericial de trânsito.

 

Imagens: Adelino Guimarães

MAIS ACIDENTES NO PARANÁ

Dois jovens, de 21 e 23 anos, ficaram feridos após batida contra barranco, na PR-364, em Altamira do Paraná, no Centro Ocidental Paranaense, na madrugada de domingo (30).

Segundo o Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), o veículo seguia sentido Campina da Lagoa e, ao atingir o km 412 houve o impacto, na margem direita da via.

Equipes de resgate foram acionadas e socorreram os rapazes com ferimentos moderados. Outros dois jovens, de 23 e 25 anos, não se feriram.

 

 

 

 

 

 

 

Por - CAtve

 DNA das armas: Paraná vira referência nacional com 634 compatibilidades balísticas

O Paraná é referência no uso do Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, para combinar projéteis e estojos coletados em cenas de crime com armas de fogo.

Desde 2022, a Seção de Balística Forense da Polícia Científica do Paraná (PCP) registrou 634 “matches” (compatibilidades), o 2º melhor resultado do País, atrás apenas do Rio Grande do Norte, com 845. O Estado é também o 4º que mais realiza inserções no sistema.

O Sinab é uma ferramenta que visa identificar armas de fogo usadas em crimes, por meio da análise de características balísticas deixadas nos projéteis e estojos disparados. Ele funciona como uma espécie de "impressão digital" das armas, utilizando as marcas deixadas nas balas e cartuchos quando são disparados. O Paraná já fez a inserção de quase cinco mil amostras, atrás apenas do Rio Grande do Sul (10,3 mil), Minas Gerais (8,2 mil) e Espírito Santo (5,7 mil).

Os matches feitos pela PCP têm sido essenciais na resolução de casos de grande repercussão. É o caso, por exemplo, da tentativa de assalto a uma transportadora de valores em Guarapuava, no Centro-Sul do Estado, em 2022. Graças ao trabalho dos peritos e dos dados do Sinab, foram encontradas conexões com crimes em outros estados, como Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Pará. Sete pessoas foram condenadas.

Outro destaque foi o envolvimento de duas pistolas relacionadas com 15 inquéritos. Uma apreensão feita pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da PCPR, foi encaminhada para a Seção de Balística Forense com o pedido para confrontar as armas com um homicídio. A surpresa, porém, foi de que as armas não tinham relação com o caso em que foi solicitado, mas combinavam com outros inquéritos referentes a cinco homicídios.

“Colocamos uma amostra de cada arma apreendida no Banco Nacional de Perfis Balísticos, onde são feitas comparações com imagens de outros vestígios e de padrões coletados de armas de fogo de todo o País, oferecendo uma lista com as melhores possibilidades de match. Após análise, aquelas que possuem melhor chance voltam para o microscópio, no qual confirmamos a ligação”, explica o perito oficial Francisco da Silva Martins.

O trabalho de comparação em busca de um match, porém, começa muito antes do material chegar ao laboratório. É durante a ocorrência, na cena do crime, que o perito faz a coleta e, posteriormente, a triagem dos vestígios balísticos. Esses materiais, que são registrados e custodiados, são encaminhados para o laboratório, onde são processados de acordo com a sua natureza.

“Dependendo da situação, ele oferece subsídio aos peritos para que sejam realizados novos confrontos balísticos na tentativa de vincular a arma ao crime”, esclarece o chefe da Divisão Operacional da PCP, Leonel Letnar Junior. “O primeiro match do Brasil foi do Paraná. Atualmente estamos com 634, com a expectativa de que neste ano seja atingido mil combinações”.

E a expectativa tem embasamento nos números. No primeiro ano de operação do sistema, em 2022, foram 70 combinações feitas pela Polícia Científica do Paraná. Em 2023, foram 117 matches, crescimento de 67%. O salto, porém, foi em 2024, com 383 compatibilidades, aumento de 227% em relação ao ano anterior. Somente nos dois primeiros meses de 2025 foram 52 matches, totalizando 622.

Os dados do Sinab ainda não foram atualizados com os registros positivos de março, o que explica a diferença de 12 combinações entre os 634 da PCP e os 622 do sistema. Em todo o Brasil, foram 4.278 combinações confirmadas desde 2022 até fevereiro deste ano, com o Paraná representando 14,5% desse total.

“Toda vez que conseguimos essa confrontação positiva de um projétil coletado com uma eventual arma é um match, e não necessariamente precisamos ter acesso a essa arma. Conseguimos fazer uma relação de ocorrências de locais, mesmo distintos, mostrando que aqueles vestígios balísticos foram expelidos do mesmo cano da arma”, destaca Letnar.

TRABALHO INTEGRADO – Para que os resultados possam ser analisados e comparados dentro no Sinab, a coleta dos vestígios precisa de alguns cuidados. Para isso, os peritos da PCP contam com o auxílio de outras forças de segurança pública, como a Polícia Militar (PMPR) com o trabalho de isolamento da área; e a Polícia Civil (PCPR), que realiza a investigação e encaminha os pedidos de análise para a Polícia Científica.

Com um vasto banco de dados, o trabalho da PCP deixou de ser reativo, apenas recebendo os pedidos da PCPR, e passou a ser ativo, conforme detalha o chefe da Divisão Operacional. “Antes do sistema existir, ficávamos muito mais limitados, porque esses confrontos eram requisitados apenas com base nas informações de investigação”, diz.

“Depois da implementação, começamos a fazer correlações de crimes que, em um primeiro momento, não haviam sido feitas na fase de identificação. Nós passamos a provocar a Polícia Civil informando sobre essas correlações através dos elementos balísticos e armas de fogo”, salienta.

“Conseguimos fornecer para a delegacia um laudo que liga dois locais que eles não tinham conhecimento. Notificamos o delegado com o laudo pericial dessa ligação e, a partir disso, eles conseguem trocar informações a respeito dos inquéritos envolvidos, seja para chamar uma testemunha em comum ou um suspeito, ajudando na solução desses casos”, acrescenta Martins.

  • BALÍSTICO
O primeiro match do Brasil foi do Paraná. Foto: Roberto Dziura Jr./AEN


NOVOS INVESTIMENTOS – Para que esse trabalho seja possível, os técnicos e peritos contam com equipamentos de ponta para o processo de análise. Além de quatro microscópios de comparação balística Vision X distribuídos pelo Estado, a PCP conta com dois IBIS TRAX HD3D, máquina que analisa o projétil ou estojo e realiza uma espécie de triagem dos resultados, mostrando aqueles que podem ser compatíveis e descartando os negativos.

“O Paraná tem uma infraestrutura bastante moderna. Graças a investimentos da Secretaria de Estado da Segurança foram adquiridos novos comparadores balísticos e tanques de coleta de padrão, o que agiliza o tempo para que esses projéteis possam ser inseridos no sistema”, afirma Letnar.

No entanto, o trabalho humano ainda é fundamental para a confirmação final das compatibilidades. “O sistema é um facilitador, permitindo a correlação dos casos, mas o confronto do projétil depende do perito. Mesmo que o sistema aponte uma possibilidade de correlação, é preciso fazer um confronto final. O perito vai para o microscópio com os projéteis questionados para confirmar a indicação do sistema”, acrescenta.

No caso dos microscópios, dois estão em Curitiba e outros dois nos polos de balística forense da PCP em Maringá e Londrina. Outros polos estão em processo de implementação em Ponta Grossa, Cascavel e Foz do Iguaçu. Hoje as unidades do Interior fazem a triagem do material coletado, tanto do local quanto da necropsia, e realizam a análise prévia com a determinação de calibre. Esses materiais são encaminhados para Curitiba para confronto. Desta forma, a delegacia sabe o calibre da arma envolvida, enquanto que o material recebido vai para o microscópio para o confronto.

O reforço tecnológico também é acompanhado pelo reforço no recurso humano. No último concurso para agente de perícia, de 2023, foram nomeados 136 técnicos, sendo que 27 deles já estão atuando e os demais em curso de formação. Já o certame para o cargo de perito, realizado em 2024, está na fase final, com a avaliação médica dos candidatos aprovados e, na sequência, a homologação do resultado. São 30 vagas iniciais, que podem ser ampliadas a partir da necessidade e disponibilidade financeira.

“O Paraná tem toda a infraestrutura pronta e agora, com o apoio da Secretaria da Segurança Pública, estamos na fase de contratação de técnicos de perícia e de peritos criminais que são esperados para esse ano. Vamos reforçar ainda mais o quadro e, por consequência, aumentar o número de inserções e matches. Estamos buscando a liderança nacional no Sinab”, afirma Letnar.

 

 

 

 

Por - AEN

feed-image
SICREDI 02