Projeto cria campanha para doação de cabelo a pessoas com câncer

A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (1º) o projeto de lei que cria a campanha nacional para incentivar a doação de cabelo a pessoas carentes em tratamento de câncer ou vítimas de escalpelamento. A proposta segue para o Senado.

De acordo com o autor da proposta, deputado Vinicius Carvalho (Republicanos -SP), a campanha tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de cabelos para a recuperação da autoestima dos pacientes em tratamento de câncer, bem como divulgar os procedimentos e os locais onde podem ser feitas doações.

“A autoestima para um paciente de câncer tratado com quimioterapia é extremamente importante na sua recuperação, o uso de perucas é um instrumento muito utilizado por hospitais para auxiliar em sua recuperação. Muitos hospitais possuem bancos de cabelos para a confecção das perucas que serão utilizadas em seus pacientes, mas é necessário que tenham doações suficientes de cabelos para esse fim. Lembramos que muitas perucas não podem ser adquiridas por aqueles mais carentes”, justificou o autor da proposta.

O texto aprovado prevê que a campanha seja coordenada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, com a participação de organizações da sociedade civil. A campanha deve ser realizada anualmente durante a semana do Dia Nacional de Combate ao Câncer, em 27 de novembro.

 

 

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

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Varíola dos macacos: entenda a transmissão, os sintomas e a vacina

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, há seis dias, a varíola dos macacos como emergência de saúde pública de interesse internacional. Conhecida internacionalmente como monkeypox, a doença, endêmica em regiões da África, já está atingiu neste ano 20.637 pessoas em 77 países.

No Brasil, já são 978 casos, sendo 744 apenas em São Paulo. Considerando a importância da informação para combater o avanço do surto, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizou nesta quinta-feira (28) um encontro onde especialistas apresentaram o que já se sabe sobre a doença e também responderam dúvidas de participantes presenciais e online.

"Esse vírus nós conhecemos e sabemos como lidar com ele. Temos todos os elementos para fazer sua erradicação", disse o médico Amilcar Tanuri, coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ e consultor do Ministério da Saúde.

Segundo ele, como já existem muitos estudos sobre a monkeypox, é uma situação diferente da covid-19, que surgiu como uma doença nova. No entanto, o pesquisador alerta que o sucesso no combate ao surto dependerá do compromisso do poder público.

A monkeypox é causada por um poxvírus do subgrupo orthopoxvírus, assim como ocorre por outras doenças como a vaccinia, a cowpox e a varíola humana, erradicada em 1980 com o auxílio da vacinação. O quadro endêmico no continente africano se deve a duas cepas distintas.

Uma delas, considerada mais perigosa por ter uma taxa de letalidade de até 10%, está presente na região da Bacia do Congo. A outra, com uma taxa de letalidade de 1% a 3%, encontra-se na África Ocidental e é a que deu origem ao surto atual.

No entanto, segundo o médico, o vírus em circulação sofreu um rearranjo gênico que contribuiu para sua capacidade de transmissão pelo mundo. "Ele teve uma evolução disruptiva. Ele sofreu uma mutação drástica", afirmou. O pesquisador afirmou que casos graves não são recorrentes. A preocupação maior abrange os grupos de risco que incluem imunossuprimidos, crianças acima de 13kg e gestantes.

"A taxa de letalidade tem relação com o sistema de saúde local. No surto atual, até o momento não tivemos óbitos fora das áreas endêmicas. Isso mostra que o vírus da monkeypox é de baixa letalidade", salientou a virologista Clarissa Damaso, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Vírus da UFRJ e assessora da OMS.

Transmissão e sintomas

A varíola dos macacos foi descrita pela primeira vez em humanos em 1958. Na época, também se observava o acometimento de macacos, que morriam. Vem daí o nome da doença. No entanto, no ciclo de transmissão, eles são vítimas como os humanos. Na natureza, roedores silvestres representam o reservatório animal do vírus.

"Não há reservatórios descritos em locais fora da África. Uma das maiores preocupações no surto atual é impedir o vírus de encontrar um reservatório em outros países. Se isso acontece, é muito mais difícil a contenção", garantiu Clarissa.

Sem um reservatório animal, a transmissão no mundo vem ocorrendo de pessoa para pessoa. A infecção surge a partir das feridas, fluidos corporais e gotículas do doente. Isso pode ocorrer mediante contato próximo e prolongado sem proteção respiratória, contato com objetos contaminados ou contato com a pele, inclusive sexual.

O tempo de incubação do vírus varia de 5 a 21 dias. O sintoma mais característico é a formação de erupções e nódulos dolorosos na pele. Também pode ocorrer febre, calafrios, dores de cabeça, dores musculares e fraqueza.

"As lesões são profundas, bem definidas na borda e há uma progressão: começa como uma mancha vermelha que chamamos de mácula, se eleva tornando-se uma pápula, vira uma bolha ou vesícula e, por fim, se rompe configurando um crosta", explicou o infectologista Rafael Galliez, professor da Faculdade de Medicina da UFRJ.

Pelo protocolo da OMS, devem ser considerados suspeitos os casos em que o paciente tiver ao menos uma lesão na pele em qualquer parte de corpo e se enquadrar em um desses requisitos nos últimos 21 dias: histórico de viagem a país com casos confirmados, contato com viajantes que estiveram nesses país ou contato íntimo com desconhecidos.

Diagnóstico e tratamento

O Laboratório Molecular de Virologia da UFRJ se firmou como um dos polos nacionais para diagnóstico da doença. O primeiro caso no estado do Rio de Janeiro foi detectado em 14 de junho, cinco dias depois da primeira ocorrência no país ser confirmada em São Paulo. De lá pra cá, já são 117 resultados positivos no estado do Rio. Outros estados também têm enviado  amostras para análise na UFRJ.

Essas análises são realizadas em fluidos coletados diretamente das lesões na pele, usando um swab [cotonete estéril] seco. Existe a expectativa de que a população tenha, em breve, acesso a testes rápidos de detecção de antígenos, similar aos que foram feitos para a covid-19.

Mesmo nos quadros mais característicos, o exame é importante para confirmar análise clínica. Um desafio para a detecção da doença é a semelhança de suas lesões com as provocadas pela varicela, doença popularmente conhecida como catapora e causada por um vírus de outro grupo. A mudança de perfil dos sintomas também tem levantado um alerta de especialistas. Na varíola dos macacos as erupções costumavam surgir mais ou menos juntas e evoluíam no mesmo ritmo.

"Começamos a ver casos com lesões únicas, às vezes na região genital ou anal, às vezes no lábio, às vezes na mão. E também vemos lesões que aparecem em momentos diferentes, de forma mais parecida com a catapora. Esse padrão é diferente do que se estudava sobre monkeypox", disse o infectologista Rafael.

Uma vez detectada a doença, o tratamento se baseia em suporte clínico e medicação para alívio da dor e da febre. Um antiviral chamado tecovirimat, que bloqueia a disseminação do vírus, já é usado em alguns países, mas ainda não está disponível no Brasil.

Segundo o médico, 10% dos pacientes têm sido internados para o controle da dor, geralmente quando há lesões no ânus, nas partes genitais ou nas mucosas orais, dificultando a deglutição.

Prevenção e vacinas

A vigilância para a rápida identificação de novos casos e o isolamento dos infectados são fundamentais para se evitar a disseminação da doença. Pode ser necessário o período de até 40 dias para a retomada das atividades sociais. Mesmo que o paciente se sinta melhor, deve se manter enquanto ainda tiver erupções na pele. "Na catapora, a lesão com crosta já não transmite o vírus. Na varíola dos macacos, essa lesão transmite", acentuou Rafael.

O infectologista alertou para a importância de se evitar contato com as pessoas que integram os grupos de risco. Segundo ele, embora existam poucos estudos de casos envolvendo gestantes, os resultados não são bons. "Há uma letalidade pediátrica alta. Existe o que a gente chama de transmissão vertical, isto é, o acometimento do feto com danos graves: perda das estruturas da placenta e abortos espontâneos. Com o pouco que se sabe, é considerada uma doença obstétrica grave. Suspeitos de estarem contaminados devem ser orientados a evitar contato com qualquer pessoa que possa estar grávida", alertou.

Os especialistas da UFRJ também observaram que o uso de preservativo não previne a infecção, já que o intenso contato e a troca de fluidos corporais durante o ato sexual oferece diversas oportunidades para a transmissão do vírus. Por outro lado, há indícios de que as pessoas vacinadas contra a varíola humana tenham proteção contra a monkeypox.

Também sabe-se que sistema imunológico desenvolve proteção cruzada contra os diferentes orthopoxvírus. Isso significa que quem já foi contaminado com a varíola humana ou com a vaccinia, por exemplo, e possivelmente possui imunidade para a varíola dos macacos. Foi com base nesse conhecimento que se criou a vacina antivariólica. Embora voltado para combater a varíola que acometia exclusivamente humanos e possuía uma alta taxa de letalidade entre 30% e 40%, o imunizante foi desenvolvido a partir do vírus da vaccinia, doença que costuma infectar o gado leiteiro e os ordenhadores.

Com a erradicação da varíola, a vacinação foi suspensa em todo o mundo por volta de 1980. No Brasil, campanhas mais robustas ocorreram até 1975, mas até 1979 o imunizante era aplicado nos postos de saúde. Os indícios apontam que quem nasceu antes dessa data e foi vacinado está protegido contra a monkeypox. A média de idade dos contaminados está abaixo dos 38 anos.

Embora já existam vacinas para ajudar no combate ao surto da varíola dos macacos, não há previsão quanto a uma campanha para imunização em massa.

A OMS orienta que se garanta a proteção de profissionais de saúde e pesquisadores laboratoriais. Para os demais grupos populacionais, a imunização deve ser após a exposição. Segundo a virologista Clarissa, trata-se de usar a estratégia de vacinação em anel: são vacinadas pessoas que vivem e que tiveram contato com um paciente positivo na tentativa de bloquear a disseminação do vírus. "Essa vacina funciona muito bem até quatro dias pós-infecção", observou.

Clarissa acrescenta que não há nesse momento vacina para todos e a produção mundial vai levar tempo. "Os fabricantes não tinham previsão de produção para uma doença que afetasse o mundo todo. A produção era exclusivamente para estoque estratégico de países que tem programas de biodefesa. O Brasil, como várias outras nações, não tem isso", explicou. Segundo Rafael, estudos já mostraram a eficácia da estratégia de vacinação em anel em determinados cenários de surto.

Perfil dos infectados

Homens com menos de 40 anos representam a grande maioria dos infectados. Estudos no Reino Unido constataram que muitas vítimas se declaram homossexuais ou bissexuais. Os especialistas, no entanto, alertam que a varíola dos macacos pode acometer qualquer pessoa e não apenas aquelas do sexo masculino com vida sexual ativa. Mulheres e adolescentes já foram diagnosticados com a doença pelo Laboratório Molecular de Virologia da UFRJ.

O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, aconselhou esta semana que homens que fazem sexo com homens reduzam, neste momento, o número de parceiros sexuais. Ao mesmo tempo, alertou que "estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto".

Segundo o médico Amilcar Tanuri, a desinformação pode deixar a sociedade despreparada para lidar com o surto. "Isso nos remonta à história da AIDS e do HIV. No começo, ficou um estigma que só atrapalhou a prevenção da doença. Isso ocorre porque quando o vírus entra por um grupo inicial leva um tempo até se disseminar para outros grupos. Com o HIV começou assim. Depois se percebeu que os hemofílicos estavam com HIV, que as crianças nasciam com HIV. Não existe nenhuma evidência biológica de que o vírus da varíola dos macacos seja específico para um sexo. Aliás, não sei que vírus tem essa especificidade", finalizou.

 

 

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

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Incidência de covid-19 grave é até 3 vezes maior entre não vacinados

A proteção conferida pelas doses de reforço das vacinas contra a covid-19 foi capaz de reduzir ainda mais a incidência das síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) causadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) em todas as faixas etárias, segundo estimativa divulgada hoje (28), no Rio de Janeiro, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 

O estudo indica que os casos graves de covid-19 incidiram até três vezes mais na população não vacinada, se comparada com a que completou o esquema básico e ainda recebeu ao menos a primeira dose de reforço. 

Os dados fazem parte do Boletim InfoGripe, divulgado nesta semana, atualizado com dados de 17 a 23 de julho. Coordenador do estudo, Marcelo Gomes disse que o ponto central é que fica evidente a importância da vacinação.

"A gente observa uma efetividade, uma diminuição desse risco de internação em todas as faixas etárias. E quando a gente olha a dose de reforço, melhora ainda mais a proteção. Os dados deixam claro o quanto a vacina é fundamental para se ter uma realidade distinta no enfrentamento da covid-19", explicou.

E acrescentou: "se alguém ainda tem alguma dúvida, não precisa ter. A vacina é simplesmente fundamental. A diferença é gritante entre quem não se vacinou, quem iniciou o esquema vacinal e quem já está com dose de reforço".

Faixas etárias

Desde o início da pandemia, a taxa de incidência da SRAG causada pela covid-19 é muito maior entre os idosos de idade avançada. Na população com 80 anos ou mais, houve 208,05 pessoas com casos graves de covid-19 para cada 100 mil habitantes não vacinados. Entre os que tomaram ao menos uma dose, mas não chegaram ao reforço, a incidência cai para 124,68 casos por 100 mil habitantes, e, com a dose de reforço, cai ainda mais, para 111,21/100 mil.

Entre os outros idosos, as quedas são de ordens semelhantes. O agravamento incidiu sobre os sem vacina na proporção de 62,88/100 mil, entre os de 70 a 79 anos, e na de 27,11/100 mil, para os de 60 a 69 anos. Com esquema completo, esses valores caem para 45,69/100 mil e 16,44/100 mil, e, com a de reforço, para 31,0/100 mil e 11,04/100 mil.

"A dose de reforço entra para compensar a perda de memória imunológica que infelizmente a gente tem observado na população e especialmente nas faixas etárias mais avançadas", observou.

Na população adulta, a incidência da SRAG causada pela covid-19 apresenta uma queda ainda maior quando são comparados os vacinados e os não vacinados, que sofrem de agravamento com uma frequência três vezes maior. 

"Quanto mais jovem, há uma diferença ainda maior. A população mais nova tem uma resposta ainda melhor. A diferença fica mais importante, e isso era algo que os estudos já mostravam, que havia uma diferença entre o público de idade mais avançada e o mais jovem, em termos de efetividade, mas todos se beneficiam", detalhou. 

Taxa de incidência

Na população de 50 a 59 anos, a taxa de incidência cai de 14,75/100 mil entre os não vacinados para 7,10/100 mil entre quem se vacinou sem reforço. Para quem tomou ao menos a primeira dose de reforço nessa faixa etária, o agravamento incidiu na proporção de 4,76 casos por 100 mil habitantes.

Tomar a vacina também fez a incidência da SRAG ser três vezes menor entre quem tem 18 a 49 anos. Na faixa etária de 40 a 49 anos, a incidência entre quem não se vacinou é de 9,82 casos por 100 mil, o que é reduzido pela vacinação com reforço para 2,39 por 100 mil. Entre quem tem 30 a 39 anos, a queda é de 6,25/100 mil para 2,02 por 100 mil. Já nos mais jovens, de 18 a 29 anos, a diminuição é de 4,43/100 mil para 1,53 por 100 mil. 

A pesquisa mostrou, também, que os adolescentes foram o público com a maior redução proporcional dos casos de SRAG quando a vacina entra em cena. Quem tem 12 a 17 anos e não se vacinou teve uma incidência de 5,54 casos graves por 100 mil habitantes, enquanto quem tomou a primeira dose de reforço sofreu de SRAG numa proporção de 0,51 caso por 100 mil. 

Mesmo com conclusões tão positivas a favor da vacinação, Marcelo Gomes ponderou que o efeito dos imunizantes ainda pode estar subestimado por limitações nos bancos de dados que serviram de base para o estudo.

"É um resultado que tem uma série de limitações pela natureza desses dados. É uma estimativa que tende a subestimar o impacto da vacina. O efeito real é ainda maior do que esse que a gente está reportando, e ainda assim a gente já observa o impacto", detalhou.

 

 

 

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

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Surto de hepatite em crianças pode ser provocado por vírus comum

Estudos conduzidos pela Universidade de Glasgow e pelo Great Ormond Street Hospital em Londres indicam que alta recente em casos de hepatite aguda entre crianças está provavelmente ligada a um vírus infantil comum.

Países por todo o mundo começaram a reportar casos de inflamação grave do fígado, a hepatite, causada por origem desconhecida em crianças em abril de 2022. Pelo menos 1.010 casos foram registrados em 35 países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No total, 46 crianças precisaram de transplantes de fígado e 22 morreram.

Os estudos foram publicados como pré-prints, ou sejam, ainda serão revisados por outros cientistas. As publicações sugerem que um outro vírus comum, um vírus adeno-associado 2 (AAV2), estava presente na maioria dos casos, e está mais provavelmente envolvido nas raras, porém graves, complicações hepáticas.

As pesquisas não esclarecem se o vírus encontrado nas crianças era indicador de uma infecção anterior de adenovírus ou uma causa própria.

Escócia

De acordo com um dos estudos, em abril de 2022, um grupo de cinco crianças com icterícia e hepatite aguda grave de origem desconhecida foi relatado na Escócia. Para enfrentar o problema, o Sistema Público de Saúde da Escócia convocou uma equipe de acadêmicos da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido para investigar o problema. Em julho deste ano, o país registrou 36 crianças com 10 anos ou menos com hepatite aguda inexplicada, uma das quais necessitou de transplante de fígado

O estudo investigou a possibilidade de que casos de hepatite sem origem definida possam estar ligados à infecção prévia por covid-19. No entanto, segundo os cientistas responsáveis, a lesão hepática direta por SARS-CoV-2 "parece improvável", pois apenas dois de nove casos foram positivos ao vírus.

"Além disso, a positividade do anticorpo SARS-CoV-2 em casos de hepatite estava dentro das taxas de positividade da comunidade naquele momento, em crianças que se apresentaram aos departamentos de emergência entre janeiro e junho de 2022. No entanto, não é possível excluir totalmente um fenômeno relacionado ao pós-covid-19 em crianças suscetíveis", diz o estudo.

Brasil

No Brasil, até o momento, seis casos são considerados "inconclusivos", dos quais três precisaram de transplante e uma criança morreu. Um outro caso é tratado como provável, segundo informe divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 14 de julho. A pasta tem acompanhado e monitorado a incidência de casos de hepatite aguda grave no Brasil em crianças e adolescentes. Ao todo, 44 casos seguem em análise como "suspeitos".

Sintomas

Os sintomas incluem alto índice de enzimas no fígado, vômito, diarreia, dores abdominais e icterícia (quando a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas). Ela se manifesta de forma muito severa e não tem relação direta com os vírus já conhecidos da hepatite.

Segundo o ministério, a hepatite grave nessa faixa etária, levando à insuficiência do fígado, é uma ocorrência relativamente rara. "Muitas causas de diferentes naturezas já foram associadas ao quadro, mas é importante ressaltar que grande parte dos casos de hepatite aguda grave em crianças e adolescentes normalmente já não tinham sua causa determinada", afirma a pasta.

Causas

Entre as causas infecciosas de hepatite, além das hepatites virais A, B, C, D e E, outros vírus podem provocar a doença, como o herpes simplex, o Epstein-Barr, o citomegalovírus, os enterovírus e até as arboviroses, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Além disso, algumas infecções bacterianas também podem mais raramente acometer o fígado.

Intoxicações por medicamentos como paracetamol, albendazol e fluconazol são causas bastante conhecidas de hepatites agudas. Muitas doenças autoimunes, congênitas e vasculares mais raras também podem desencadear o quadro de intoxicação.  

"Categorizar e notificar um quadro como hepatite aguda de etiologia a esclarecer não significa necessariamente que se espera descobrir algo desconhecido até o momento, e sim que é preciso refinar a investigação das causas e o entendimento geral das hepatites graves em crianças e adolescentes, não só devido ao surto atual, mas também pela existência histórica de um déficit de conhecimento em relação a esse agravo", explicou o ministério.

O tratamento atual busca aliviar os sintomas e estabilizar o paciente se o caso for grave. As recomendações de tratamento deverão ser aprimoradas, assim que a origem da infecção for determinada. 

Os pais devem ficar atentos aos sintomas, como diarreia ou vômito, e aos sinais de icterícia. Nesses casos, deve-se procurar atendimento médico imediatamente. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

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