Tratamento preventivo evita que enxaqueca se torne doença crônica

Mais de um bilhão de pessoas sofrem de enxaqueca em todo o mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo 30 milhões no Brasil.

No próximo dia 19, comemora-se no país o Dia Nacional de Combate à Cefaleia, ou enxaqueca crônica. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCE). Maio é considerado ainda o Mês Nacional de Combate à Cefaleia.

A neurologista Tatiane Barros, membro da Academia Brasileira de Neurologia e da SBCE, informou, nesta quarta-feira (3), à Agência Brasil, que o paciente sofre de enxaqueca quando tem três ou mais dias de dor de cabeça por mês por, pelo menos, três meses consecutivos. A cefaleia é uma dor geralmente unilateral, latejante, acompanhada de náuseas, às vezes vômito, e incômodos com luz e barulho. “E é uma dor que não melhora com analgésicos comuns.”

Tatiane Barros afirmou que quando a dor se repete com frequência de 15 dias ao mês já pode ser considerada enxaqueca crônica. A recomendação é que a pessoa não espere chegar a essa situação para procurar um especialista e iniciar o tratamento. “Hoje já existem tratamentos preventivos para evitar que a dor fique crônica e que essas crises venham”. Reforçou que “não é normal ter esse tipo de dor”.

O tratamento preventivo inclui classes medicamentosas, como comprimidos e toxina botulínica, por exemplo, que visam evitar que a crise surja. “O medicamento preventivo é utilizado para diminuir a frequência, a intensidade e a duração das crises”.

Ela alertou, por outro lado, que a automedicação deve ser evitada, porque o uso indiscriminado de analgésicos, em médio e longo prazo, pode vir a ocasionar um efeito rebote, disparando episódios de enxaqueca.

Segundo Tatiane, a enxaqueca pode ocorrer em qualquer pessoa, em qualquer idade, mas é mais comum em mulheres a partir da adolescência, quando a menina menstrua. “A idade mais frequente é a partir dos 18 ou 20 anos, até por volta dos 45 a 50 anos, e tem relação com o período hormonal”.

Na infância, é igual para meninos e meninas. Depois, a incidência aumenta na mulher, chegando a acometer quatro mulheres para um homem. 

Incapacitação

A enxaqueca crônica é uma das doenças mais incapacitante no mundo entre a população em geral, gerando comprometimento da qualidade de vida e aumento do gasto financeiro. É também uma das principais causas de absenteísmo no trabalho, sendo também, nesse caso, mais prevalente em mulheres, conforme indica a OMS. “Eu costumo dizer que a enxaqueca é uma doença subdiagnosticada, subtratada e subestimada. Porque, além de causar o absenteísmo, a pessoa não consegue trabalhar por conta da dor de cabeça, ela também tem um fenômeno relacionado que é o chamado presenteísmo, porque a pessoa vai de corpo presente, mas não consegue produzir com uma crise de enxaqueca”.

Tatiane destacou que a doença tem ainda muito preconceito e julgamento associados. “Dizer ao chefe que não vai trabalhar porque está com dor de cabeça parece desculpa esfarrapada”, mencionou. A enxaqueca é a doença neurológica mais incapacitante do mundo, sustentou a especialista. Uma a cada seis pessoas têm dor de cabeça.

No Brasil, estima-se que, a cada ano, haja uma perda por volta de R$ 67 bilhões em gastos no sistema de saúde, devido à queda de produtividade relacionada à enxaqueca, ampliando a procura por consultas, exames, atendimento emergencial e internações hospitalares.

Gatilhos

A neurologista informou que há alimentos que mais comumente causam as dores de cabeça. “A gente não recomenda de cara para cortar isso ou aquilo.” O paciente deve observar o que desencadeia a dor para ele.

Entre os alimentos que podem ser gatilho para dores, Tatiane destacou açúcar, chocolate, álcool e, principalmente, vinho, alimentos ultraprocessados, como linguiça, salsicha, mortadela, temperos prontos, queijos amarelos e alimentos condimentados. As pessoas devem optar por uma alimentação rica em proteínas magras, frutas e vegetais, o que acaba por reduzir a inflamação no corpo. Além disso, a prática de exercício regularmente e técnicas de relaxamento, como ioga, meditação e respiração profunda, podem ajudar a aliviar estresse e tensão, que também são gatilhos para a doença, explicou.

 

 

 

 

 

 

 

Por - AEN

Alongamento de cílios exige cuidados e pode afetar a saúde ocular

Tendência de beleza, os cílios postiços são uma opção popular para muitas pessoas que desejam realçar o olhar, deixando uma aparência mais marcante e sofisticada, mas é preciso adotar certos cuidados na sua utilização.

 

Sempre que houver um objeto estranho próximo a região dos olhos, há um potencial risco de problemas e todo cuidado é pouco.

O principal risco associado ao uso de cílios postiços e á possibilidade de danificar seus cílios naturais. A aplicação e a remoção inadequada dos cílios podem puxar e danificar os cílios naturais, resultando em queda de cabelo e dano permanente. Além disso, a cola utilizada para fixar os cílios pode causar reações alérgicas em algumas pessoas, ocasionando inchaço e irritação nos olhos.

Outro fator pode estar associado a possibilidade de infecção. Se os cílios postiços não forem higienizados adequadamente antes da aplicação, bactérias e germes podem se acumular, o que pode levar a infecções oculares, incluindo conjuntivite alérgica.

A Blefarite, inflamação não contagiosa que afeta as pálpebras, também é um problema recorrente para quem abusa do alongamento dos cílios sem os cuidados adequados. Segundo André Borba, oftalmologista e especialista em cirurgia reconstrutiva e estética das pálpebras, a doença pode se apresentar de forma infecciosa e alérgica, e os sintomas podem ser coceira, ardência, vermelhidão e edema, também podendo levar a irritação, lacrimejamento, sensação de corpo estranho e incômodo a luz.

De acordo com a Sociedade Brasileia de Oftalmologia, duas em cada dez mulheres que utilizam grande quantidade de maquiagem e acessórios nos olhos apresentam problemas oculares.

 

Como proceder em caso de irritação nos olhos

Em situações de reações alérgicas na região dos olhos, tais como coceira, ardor e inchaço, em decorrência do uso dos cílios postiços o ideal é adotar procedimentos de higienização para aliviar os sintomas:

• Fazer compressas como soro fisiológico

• Lavar bem a região dos olhos com sabão neutro e água em abundância

• Consultar o oftalmologista assim que possível para verificar se não houve dano mais sério.

 

A utilização dos cílios postiços pode ser uma ótima opção de embelezamento, mas é necessário ficar atento aos possíveis riscos iminentes e adoção de medidas de precaução para minimizá-los. É recomendável escolher um profissional qualificado para realizar o procedimento, usar produtos de qualidade e não esquecer da limpeza diária. Em casos aparentes de reações alérgicas, o indicado é buscar ajuda de um médico especialista.

 

 

 

 

Com IG Delas

 

 

 

Tomar sol desempenha papel vital no controle da ansiedade e depressão

Entre as principais formas de tratar um paciente diagnosticado com transtorno de ansiedade e/ou depressão são a psicoterapia e o uso de medicamentos receitados por um psiquiatra.

 

Contudo, há diversas estratégias que podem servir como coadjuvantes aos tratamentos tidos como convencionais. A adoção de hábitos mais saudáveis relacionados à alimentação, sono e prática de exercício físicos são ótimas ferramentas para ajudar a mitigar os sintomas das duas condições. Assim como a exposição ao sol.

Médica especializada em saúde mental, com foco em ansiedade e depressão,  Tamires Cruz explica que o sol desempenha um papel vital no controle da ansiedade e no tratamento da depressão principalmente porque estimula a produção de vitamina D no corpo humano.

“Tal nutriente é essencial porque ajuda a regular o humor e a função cognitiva”, afirma a médica, que ressalta que a vitamina D atua para mitigar os sintomas destes dois transtornos por causa de sua participação chave na produção de endorfinas, na redução do cortisol e na regulação do ritmo circadiano e produção de serotonina.

A participação da vitamina D na produção de endorfina se dá da seguinte forma: ao ser exposta aos raios solares UVB a pele estimula as células produtoras de vitamina D (queratinócito) a produzir pré-endorfina, que é transportada para glândula pituitária e convertida em endorfinas. “Por serem substâncias químicas que ajudam a aliviar a dor e melhorar o humor, as endorfinas podem ajudar a reduzir a ansiedade”, explica a médica especializada em saúde mental.

Ao contribuir para regular o sistema imunológico e reduzir a inflamação do corpo, a vitamina D acaba levando a uma diminuição da produção do cortisol, hormônio que em quantidade e no tempo ideal é necessário ao ser humano, porque ajuda a regular a resposta de luta ou fuga quanto está sob estresse. O problema, segundo Dra. Tamires, é quando os níveis de cortisol são elevados por um período prolongado, porque isso acaba acarretando sintomas de ansiedade e depressão. “Assim, o sol e a vitamina D por ele produzida, ao reduzirem os níveis do hormônio do estresse no corpo, também auxiliam na mitigação dos transtornos”, afirma.

O ritmo circadiano do corpo é o processo interno que controla o ciclo de sono-vigília dos seres humanos. “Quando nossos ritmos circadianos estão desregulados, isso pode afetar a produção de hormônios, incluindo a serotonina, que está diretamente ligada ao humor e bem-estar emocional”, explica Tamires.

Conforme a médica especialista em saúde mental, a exposição ao sol e a produção de vitamina D são essenciais para manter os ritmos circadianos do corpo em sincronia e consequentemente melhorar a produção de serotonina, assegurando, dessa forma, o bem-estar emocional e contribuindo para a prevenção da depressão e da ansiedade.

A médica especializada em saúde mental salienta como a regulação do ciclo circadiano, a produção de endorfina e a redução de cortisol, ocasionadas pela exposição à luz do sol, se interrelacionam para auxiliar a diminuir os sintomas associados à ansiedade e à depressão. A regulação do ciclo circadiano, por exemplo, melhora a produção de serotonina, que pode levar à produção de endorfinas, como a redução do hormônio do estresse (cortisol) também pode ocasionar o aumento dos níveis de endorfinas. Por outro lado, destaca Tamires, uma das principais maneiras de reduzir a produção de cortisol é através da regulação dos ritmos circadianos do corpo.

Por fim, a médica ressalta que, não obstante a exposição ao sol ser benéfica à saúde mental das pessoas, contribuindo para a mitigação dos sintomas de ansiedade e depressão, ela deve ser feita com moderação e com proteção adequada contra os raios ultravioletas (UV) nocivos. “O uso de protetor solar e roupas protetoras são essenciais para evitar danos à pele e outras condições de saúde relacionadas à exposição excessiva ao sol”, conclui.

 

 

 

 

Com IG Delas

 

 

 

Especialistas mostram como prevenir a hipertensão arterial

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado nesta quarta-feira (26), especialistas lembram que esse tipo de doença crônica é silenciosa na fase inicial e não mostra sinais muito claros para levar o paciente a buscar ajuda médica.

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a hipertensão arterial ou pressão alta é considerada uma das principais causas de mortes no Brasil, com registro de 400 óbitos por ano. A doença afeta 32% da população adulta no mundo, o que representa mais de 1 bilhão de pessoas.

Em entrevista à Agência Brasil, o diretor científico do Departamento de Hipertensão da Sociedade de Cardiologia do Estado de Rio de Janeiro (Socerj), Rachid Montenegro, destacou a importância da avaliação da pressão arterial, em razão do caráter silencioso da doença, que pode trazer complicações, entre elas infarto, acidente vascular cerebral (AVC), doença renal. O cardiologista Alexandre Scotti, responsável pelo setor no Hospital Badim, comentou que o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial serve de alerta para conscientizar a sociedade sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoce da doença. Ele observou que a hipertensão constitui um dos maiores fatores de risco para doenças cardiovasculares. Por isso, disse ser fundamental o paciente monitorar sua condição, sempre aferindo a pressão e mantendo os exames preventivos em dia.

Montenegro informou que se o paciente tem a pressão normal, ele deve verificar sua pressão pelo menos uma vez por ano. É considerada pressão normal 12 por 8. “O critério é menor que 12 de pressão sistólica (menor que 120 milímetros de pressão sistólica) e menor que 80 de pressão diastólica (pressão mínima). Quanto mais abaixo de 120 por 80, melhor é”, assegurou o especialista. Para Montenegro, o primeiro passo na prevenção da hipertensão arterial é a identificação precoce. Alexandre Scotti chamou a atenção para o fato de que os sintomas iniciais da hipertensão são dor de cabeça frequente, tonturas, falta de ar, palpitações e alteração na visão.

Hábitos

O diretor argumentou que há uma questão genética que não se consegue mudar. Pessoas com pais, mães, irmãos, avós com hipertensão têm risco aumentado. “Existe uma carga genética relacionada com isso”. Alexandre Scotti orientou os pacientes com histórico familiar de doenças cardiovasculares que embora o indicado seja procurar o cardiologista a partir dos 40 anos, esse grupo de pacientes necessita iniciar o acompanhamento cardiológico mais cedo, a partir dos 30 anos.

Congresso da Socerj, realizado na semana passada, trouxe a questão também dos chamados pré-hipertensos, cuja pressão sistólica varia entre 130 e 139 e a pressão diastólica entre 85 e 89. Para prevenir quem tem pressão normal e quem tem pré-hipertensão de desenvolver a hipertensão, Montenegro indicou que existe muita coisa relacionada a hábitos de vida que “podem e devem” ser modificados. A redução do consumo de sal é um deles.

“Há políticas muito positivas do Ministério da Saúde reduzindo a adição de sódio nos alimentos industrializados. Então, a indicação é reduzir o sal na comida, o consumo de alimentos industrializados que são muito ricos em sódio, que é um agente colocado na maioria dos alimentos industrializados como conservante”, disse Montenegro.

O cardiologista Alexandre Scotti acrescentou que, por ser a alimentação uma das mais importantes aliadas no combate à hipertensão, o tratamento da doença exige abordagem multidisciplinar. “Além do acompanhamento com um cardiologista, o paciente deve ser supervisionado por um nutricionista, que vai passar orientações para uma dieta adequada e balanceada”, comentou. Disse ainda que, em determinados casos, a ajuda psicológica também é bem-vinda e pode auxiliar muito no tratamento.

Exercícios

O diretor científico da Socerj lembrou também a importância da atividade física como aliada no combate à pressão alta. “Praticar pelo menos 150 minutos de atividade física por semana, além da redução do peso, com uma dieta saudável, rica em frutas, legumes e verduras, menor quantidade de carne vermelha, de gordura e sal”. Ressaltou que o controle do peso reduz bastante a pressão arterial e diminui a chance de a pessoa desenvolver a hipertensão. Outro aliado na prevenção dessa doença crônica é não fumar, porque substâncias contidas no cigarro têm relação direta com o aumento da pressão. “Zerar o consumo de cigarro é muito importante”. Outra coisa importante é reduzir ao máximo o consumo de álcool, como medida de saúde cardiovascular, porque também há uma relação entre o consumo de álcool e o desenvolvimento de hipertensão.

Rachid Montenegro destacou que se todos esses comportamentos forem seguidos, eles poderão reduzir em até 30% o desenvolvimento de hipertensão. “E consequentemente, lá na frente, isso reflete em redução de morte. O custo dessas medidas é muito baixo”.

Aposentado

O aposentado Paulo Alisson, de 79 anos, foi diagnosticado com pressão alta pelo cardiologista há oito anos, quando sentia cansaço ao subir escadas e carregar peso. Às vezes, tinha um pouco de tontura pela manhã. “O cardiologista diagnosticou que eu tinha pressão alta”, disse. Allison contou que sua maior dificuldade é na alimentação. “Sou um pouco glutão. Gosto muito de pão, biscoito, e tenho uma briga eterna contra a balança. Mas procuro caminhar bastante para contrabalançar, e meu peso atualmente é 78 quilos. Está tudo sob controle”.

A partir do diagnóstico médico, Paulo toma um remédio de controle diariamente. “Eu me sinto perfeitamente bem. Nunca mais tive nenhum problema. Agora estou tranquilo”. Recomendou às pessoas que tenham diagnosticado esse problema que levem a sério, procurem tomar o remédio direitinho, fazer os exames correspondentes, “porque, assim, corre tudo bem”.

 

 

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

Pesquisa desenvolve curativos biológicos à base de placenta

Pesquisadores do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), do Ministério da Saúde, estão desenvolvendo pesquisa para implementar no país o uso de curativos biológicos feitos com um tecido da placenta que, normalmente, é descartado após o nascimento dos bebês.

O Into estuda, desde novembro de 2021, a captação e o preparo da membrana amniótica para a produção de curativos que podem agilizar a cicatrização de ferimentos graves. Em entrevista à Agência Brasil, a cirurgiã plástica e responsável técnica pelo Banco de Pele do Instituto, Sandra Baião, informou que, no momento, a pesquisa se encontra na fase de testes.

Ao todo, foram coletadas 20 placentas, resultantes de parceria com a Maternidade Carmela Dutra, unidade da rede municipal de saúde do Rio de Janeiro. Em média, cada placenta resulta em seis curativos. “A gente já fez a coleta de algumas placentas e fizemos todo o trabalho de preparo dessas placentas, para avaliar o resultado. São feitos alguns testes em relação à segurança para utilização desse material”, explicou.

O projeto prevê uma segunda fase, quando os curativos começarão a ser utilizados nos pacientes do Into. Para tanto, será coletada uma nova leva de placentas na maternidade parceira.

“Nesse momento, a gente ainda não iniciou essa utilização. Estamos ainda na primeira fase de avaliação do curativo biológico à base de placenta, em relação à qualidade e à segurança biológica, para depois utilizá-lo em pacientes”, disse Sandra Baião. Ela estima que a segunda etapa deverá ser iniciada ainda este ano.

Rio de Janeiro (RJ) - Curativo biológico à base de placenta, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia-INTO. Foto: INTO/Divulgação
Curativo biológico à base de placenta, por INTO/Divulgação

Regulamentação

Embora o uso da membrana amniótica no tratamento de alguns tipos de ferimentos já seja realizado em países como os Estados Unidos, a Alemanha e a França, o projeto ainda se acha em processo de regulamentação no Brasil. “Ainda não é regulamentando como tratamento no Brasil. Ainda é experimental e está em vias de regulamentação”, disse a pesquisadora.

A médica acredita que a pesquisa do Into pode contribuir para acelerar esse processo. “Embora a gente tenha referências internacionais, queremos avaliar a aplicabilidade disso na nossa população, no caso, no perfil específico de brasileiros com feridas de difícil cicatrização. A gente acredita que isso vai contribuir bastante para agilizar o processo de regulamentação”.

Sandra Baião alertou, porém, que não é qualquer ferida que poderá receber curativo à base de placenta. Trata-se de ferimentos específicos, que tenham algumas características que dificultem a cicatrização. Nesses casos, o uso da membrana amniótica pode ajudar a acelerar esse processo e, com isso, diminuir, muitas vezes, o tempo de hospitalização do paciente, o tempo de reabilitação, para que ele possa voltar às suas atividades que tinha antes de sofrer o ferimento.

Captação

Para captar as placentas, a equipe do Banco Multitecidos do Into vai à maternidade, se apresenta às mães e explica em que consiste o estudo, a fim de obter autorização para realizar o procedimento.

Sandra Baião disse que a coleta não interfere em nada no andamento do parto. “A gente espera o nascimento do bebê. Quando a placenta é retirada pelo obstetra, em vez dela ser dispensada, é feita a coleta de forma estéril e levada para o Into”.

No Banco de Multitecidos do instituto, faz-se o preparo da placenta para transformar a parte da membrana amniótica em curativos biológicos. Ao final de cinco dias, o tecido recebe um formato retangular e é armazenado em embalagens que vão para refrigeração, possibilitando a conservação do curativo.

A médica responsável pela pesquisa esclareceu que a membrana amniótica retirada da placenta é transparente, diferente da pele do peixe tilápia, por exemplo, que é usada em queimaduras. “A membrana amniótica, uma vez retirada do restante da placenta, é completamente transparente. Ela tem aspecto diferente e propriedades também diversas da pele da tilápia, em relação à cicatrização”.

Estudo

Em paralelo à pesquisa do Into, há a programação de um estudo multicêntrico maior, que vai envolver outros bancos de tecidos, no caso, bancos de pele, mas que depende da regulamentação para ser iniciado. Esse estudo envolverá, além do Banco de Multitecidos do Into, os bancos de pele da Santa Casa de Porto Alegre; do Hospital Universitário Evangélico, de Curitiba; e do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo (USP), que também trabalham com membrana amniótica.

O objetivo é utilizar a membrana em áreas onde há a retirada de pele para enxerto, como as coxas, e em pacientes que sofreram queimaduras.

 

 

 

 

 

 

 

Por - Agência Brasil

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