Saúde capacita servidores que atuam na coleta e análise de dados epidemiológicos

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em parceria com a Escola de Saúde Pública do Paraná (ESPP), promoveu uma capacitação para os servidores que atuam na vigilância em saúde com doenças e agravos de notificação compulsórias.

O curso “Tabwin aplicado ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)” tem como objetivo aprimorar o conhecimento dessa ferramenta de tabulação, fundamental para a gestão da informação.

Com o Sinan é possível o diagnóstico de alguma ocorrência em eventos na população, como os acidentes de trabalho com material biológico, as epizootias (animais doentes ou mortos que podem causar doenças nos seres humanos) e os surtos. Dessa forma, pode fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação obrigatória, além de indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas. Ele contribui para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica.

O curso foi promovido na última semana pela Divisão de Vigilância e Informações Epidemiológicas (DVIEP), em conjunto com a Divisão de Promoção da Cultura de Paz e Ações Intersetoriais (DVAPZ) da Sesa e teve a participação de 24 profissionais das Regionais de Saúde do Paraná.

“Os registros feitos nesse sistema são de grande utilidade para os serviços de saúde no sentido de assessorar no planejamento, definir prioridades de intervenção, além de permitir que seja avaliado o resultado das intervenções. O uso eficaz desta ferramenta pode determinar um cenário epidemiológico específico”, disse o diretor-geral da Sesa, César Neves.

CURSO TABWIN - Tabulador para Windows para análise dos dados de doenças e agravos notificados no Sinan, o curso deu oportunidade para o conhecimento do programa, o processo de instalação, arquivos, documentação do Sinan, principais funcionalidades do painel de tabulação, tabelas, gráficos (Tabwin/Excel) e mapas; assim como calcular indicadores de avaliação da qualidade dos dados e epidemiológicos.

Os registros do Sinan de mais de 60 doenças e agravos são transmitidos e registrados pelos 399 municípios e estabelecimentos de saúde via internet e online, por meio da rede informatizada nacional. O boletim da dengue, por exemplo, é elaborado semanalmente pela Sesa e conta com a coleta e análise de alguns dados registrados nesse sistema.

 

 

 

 

 

 

Por - AEN

 Aeroportos do Paraná têm maior crescimento do país em 2022, mostra boletim turístico

O Paraná foi o estado com maior aumento no número de embarques em seus aeroportos em 2022, na comparação com o ano anterior: 58%, saltando de 2,3 milhões de passageiros para 4 milhões.

Em seguida, vêm Rio de Janeiro (49%), São Paulo (47%), Minas Gerais (41%) e Distrito Federal (18%).

Os dados constam do terceiro Boletim de Dados Turísticos de 2023 , elaborado pela Secretaria do Turismo do Paraná (Setu-PR), que traz uma análise estatística do setor no período de 2018 a 2022. “Os números de 2022 foram excelentes, o que reflete uma retomada do turismo em nosso Estado. No comparativo ao período pré-pandêmico, quando observamos os dados de 2019, podemos afirmar que o Paraná praticamente já recuperou os mesmos patamares de fluxo aéreo”, avalia o secretário do Turismo, Marcio Nunes.  

Os aeroportos de Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá e Cascavel foram responsáveis por 98,8% do fluxo total de embarques no Paraná em 2022. De maneira geral, o embarque de passageiros nos principais aeroportos paranaenses apresentou crescimento, no comparativo entre 2022 e 2021. O principal destaque é o terminal de Foz do Iguaçu, com 62% de crescimento. Na sequência aparecem Londrina (59,5%), Cascavel (59,2%), São José dos Pinhais (56,8%) e Maringá (34%). 

Em números absolutos, o Paraná se posiciona como o 7º Estado com maior fluxo aéreo do país, sendo Curitiba o 12º destino nacional com maior fluxo. “Agora estamos praticamente empatados com Pernambuco e Bahia, enquanto tradicionalmente ficávamos muito distantes destes dois estados. Com a criação da Secretaria do Turismo, nossa missão é mostrar os destinos paranaenses para todo o país e o mundo com mais ênfase, aumentando esse fluxo em nossos aeroportos”, diz Nunes. 

Em 2021, o governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou um investimento de R$ 1,5 bilhão para modernizar 14 aeroportos do Estado. O objetivo é fazer com que o transporte aéreo seja protagonista na transformação do Paraná em hub logístico da América do Sul.  

VOE PARANÁ - O boletim destaca também a influência do Programa Voe Paraná, implementado em 2019 pelo Governo do Estado, visando a ampliação da aviação regional. Na comparação entre 2022 e 2019, nota-se o expressivo aumento de 56% no número de embarques nos aeroportos de Guarapuava, Pato Branco, Ponta Grossa e Toledo. 

A concretização destas operações se deve a uma política de estímulo do Governo do Estado a esses voos e de investimentos para as prefeituras modernizarem os aeroportos locais.  

Com as novas linhas aéreas regionais, trajetos que levavam de seis a oito horas para percorrer via terrestre, agora podem ser feitos em apenas uma hora, atraindo turistas e aquecendo o comércio. Os voos facilitam a vida também de quem viaja a negócios ou trabalha em grandes empresas e cooperativas do interior.  

ESTATÍSTICAS - A Secretaria do Turismo do Paraná (Setu-PR), criada este ano pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, está publicando uma série de levantamentos temáticos que vão ajudar na criação e orientação de políticas públicas para o setor no Paraná. “São documentos elaborados com base em estatísticas já existentes e monitoradas nos últimos anos. Agora, nosso objetivo é consolidar e ampliar esses estudos para as próximas edições, além de incorporar novos levantamentos”, explica o Diretor de Gestão, Sustentabilidade e Inteligência Turística da Setu-PR, Marcelo Martini.  

Este é o terceiro boletim publicado em 2023. “A análise de dados atualizados e séries históricas é fundamental para a implantação de políticas públicas no setor, com segurança e celeridade”, reforça o coordenador de Inteligência e Estratégia Turística da Setu, Yure Lobo, responsável pelos levantamentos.  

Confira os embarques nos aeroportos do Paraná em 2022

São José dos Pinhais   2,5 milhões 

Foz do Iguaçu              758 mil 

Londrina                     346 mil 

Maringá                      281 mil 

Cascavel                     149 mil 

Guarapuava                11,4 mil 

Ponta Grossa              11,4 mil 

Pato Branco                10,8 mil 

Toledo                         10 mil 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por - AEN

 Paraná se destaca no melhoramento genético do feijão e garante maior produtividade

O Paraná é um dos maiores produtores nacionais de feijão, grão que tem presença obrigatória no prato dos brasileiros.

No Estado, a produção é principalmente de agricultores familiares e, por isso, o Governo do Estado tem investido no melhoramento genético para aumentar a rentabilidade e a produtividade das lavouras.

O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar- Emater) mantém um dos principais programas de melhoramento genético do País, e mudou a realidade agrícola do Estado, gerando conhecimentos, produtos e tecnologias. Como resultados, além de ganho na produtividade, propicia a prática de uma agricultura mais sustentável, a redução da utilização de agrotóxicos e, consequentemente, a produção de alimentos mais baratos e seguros para a sociedade paranaense.

A iniciativa começou a ser estruturada ainda na fundação do antigo Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), em 1972, com o objetivo de desenvolver cultivares para o mercado interno e externo, com bons atributos. São plantas que passaram por processos de melhoramento para que sejam inseridas características que não possuíam.

GENÉTICA - Desde que foi iniciado, o programa de melhoramento genético já colocou à disposição dos agricultores de todo o Brasil, e de alguns países da América do Sul e Europa, 223 cultivares. Destas, 41 são de feijão, e 11 estão atualmente com sementes disponíveis no mercado e cultivadas em todas as regiões produtoras no país. São elas: o IPR Tangará, IPR Campos Gerais, IPR Quero-quero, IPR Bem-te-vi e IPR Sabiá, todos do grupo comercial carioca. Há também no grupo comercial preto o IPR Uirapuru, IPR Tuiuiú, IPR Nhambu e IPR Urutau e, do grupo especial, o IPR Garça (branco).

Na safra 2022, 63% dos campos de multiplicação de sementes de feijão preto e 14% de carioca no Brasil eram cultivares IPR. “Observamos uma preferência do agricultor pelas cultivares desenvolvidas pelo IDR-PR, porque são variedades que promovem rentabilidade, contribuem para uma produção sustentável e têm resistência às principais doenças que ocorrem no Estado”, disse Vânia Moda Cirino, especialista em melhoramento genético de feijão e atualmente diretora de Pesquisa do Instituto.

SOCIAL - “A cultura do feijão é uma das prioridades do instituto, porque tem grande relevância econômica e social para o Estado. É predominantemente produzida por pequenos produtores, constituindo a principal fonte de renda desses agricultores familiares”, explicou a diretora.

O desenvolvimento de uma nova cultivar é um trabalho de longo prazo. Desde o planejamento dos cruzamentos, que visam à combinação dos genes para obter as características pretendidas para a planta até o lançamento das sementes para multiplicação, são 10 a 12 anos de estudos. O melhoramento genético agrega diversas características à planta, como ciclos de cultivo mais curtos, tolerância a diferentes condições de clima e de solo, arquitetura de planta que facilita a colheita mecânica e até mesmo a qualidade culinária do grão.

MAIOR PRODUTIVIDADE — Laercio Della Vecchia, produtor rural em Mangueirinha, no Sudoeste do Estado, plantou por muito tempo variedades de feijão como o rajado, além do esteio e preto puro, mas, depois optou pelo carioca, com o plantio do IPR Sabiá. “Ele tem se mostrado muito bom em campo. Já no primeiro ano, produziu 70 sacas por hectare e nosso custo foi de apenas R$ 4 mil por hectare. Neste ano, o valor da saca girou em torno de R$ 350 a R$ 400 reais”, disse o produtor.

Após o processo de melhoramento genético, os grãos passam a ter alto potencial de rendimento e adaptação ao solo, garantindo mais estabilidade de produção. As plantas crescem com porte ereto, o que as torna mais apropriadas para a colheita mecânica e também desenvolvem resistência maior às principais doenças.

“Quando você tem uma genética que te dá tolerância, não tem necessidade de fazer tantas aplicações de fungicidas. Nós produzimos um alimento mais saudável, nutritivo, que vai fazer toda a diferença para o consumidor final. Estou conseguindo tirar os meus feijões sem o uso de inseticida. Em produtividade é o melhor que eu conheço hoje”, ressaltou Laercio.

Para ele, a escolha pela variedade ofertada pelo IDR-PR trouxe uma série de benefícios. “Uma boa safra começa com sementes de qualidade. Tivemos redução de custo e aumento de produção. É um feijão muito fácil de conduzir em termos de doenças radiculares e aéreas, principalmente antracnose, e é muito fácil de ser colhido, já que tem pouca perda mecânica”, avaliou.

IMPACTO – De acordo com Vânia, todas essas particularidades impactam positivamente o setor, já que os grãos passam a ter características adequadas ao segmento comercial, com um tamanho maior e boa aparência, mais tolerantes ao escurecimento. “São excelentes para a comercialização por conta da coloração, forma do grão, e qualidade culinária. Não adianta ser uma variedade boa de campo e ruim de panela”, enfatizou.

Com isso, a população que consome o feijão passa a ter um alimento de melhor qualidade, com cozimento rápido e caldo consistente, de sabor agradável e com elevado porcentual de grãos inteiros após o preparo. “Os seres humanos são reflexos do que comem. Solo rico, alimento rico. Estamos entregando um alimento com mais ferro, cálcio, mais rico em minerais. Além do produtor colher bem, o consumidor ganha um alimento muito mais nutritivo”, destacou o produtor.

DESTAQUES — Uma das maiores conquistas do programa foi o desenvolvimento de cinco cultivares com resistência ao mosaico dourado, doença das mais prejudiciais a lavouras de feijão no Brasil, um constante desafio à pesquisa nacional. São quatro do tipo carioca — IPR Celeiro (2016), IPR Eldorado (lançada em 2006), IAPAR 72 (1994) e IAPAR 57 (1992) — e, ainda, IAPAR 65, do grupo preto, de 1993.

Na categoria de grãos do tipo carioca, a vitória mais recente do IDR-Paraná é a cultivar IPR Águia, que se destaca pela resistência ao escurecimento dos grãos. Em condições adequadas de armazenamento, grãos de IPR Águia levam cerca de nove meses para começar a escurecer, um atributo importante para os agricultores.

“Os consumidores não compram um feijão com pigmento escurecido porque o associam a um feijão velho que não cozinha. Além disso, os agricultores não dão pouso para feijão carioca, eles colhem e imediatamente comercializam para não perder valor. Essa cultivar possibilita que armazene o grão por um determinado período”, ressaltou Vânia.

GOURMET - O grupo de melhoramento genético de feijão do IDR-Paraná também busca avanços na categoria de feijões especiais (grãos do tipo gourmet). O IDR-Paraná vai lançar este ano a cultivar IPR-Cardeal, de grãos vermelhos, desenvolvida para o segmento de exportação, particularmente a indústria de enlatados e conservas. Informações sobre todas as cultivares do grão estão disponíveis AQUI.

Vania compartilha uma curiosidade: o fato de todas as cultivares de feijão produzidas pelo Iapar ganharem o nome de pássaros. “Os pássaros são nossos companheiros na lavoura quando estamos trabalhando. Nós associamos o nome da ave com alguma característica que se ressalta na cultivar”, disse.

COMO É FEITO – A obtenção de uma linhagem a ser cultivada passa primeiro pela avaliação e seleção dos genitores que carregam as características agronômicas, comerciais e culinárias desejáveis para o cultivo. Isso inclui resistência a determinadas doenças, o potencial de rendimento, adaptação ao clima e até a cor, tempo de cozimento e quantidade de nutrientes no grão.

Pelo método de melhoramento convencional usado pelo Iapar, os genes são cruzados e recombinados para obter um único genótipo com as características esperadas para aquela cultivar. O produto resultante desses cruzamentos, que passa por oito gerações da planta sendo colhida e replantada, é avaliado até atingir a estabilidade genética do material.

Após esse processo, que leva de três a quatro anos, o material selecionado é testado em diferentes ambientes do Estado, sendo plantado nas estações experimentais do Iapar e em áreas de produtores parceiros para avaliar sua adaptação a diferentes climas e solos.

O programa também conta com um protocolo para manejo integrado de pragas (MIP-Feijão), tecnologia para fixação biológica de nitrogênio e métodos para o manejo sustentável das principais doenças. Vânia explicou que esse procedimento foi aplicado em todas as áreas acompanhada pelo IDR-PR.

“Em boa parte das minhas áreas não houve necessidade de aplicar inseticida. O MIP diagnostica os bichos inimigos e a gente só interfere quando eles estiverem em maior proporção ou causando danos. Quando tem necessidade, aplica, quando não tem, não aplica”, detalhou a diretora de Pesquisa do IDR.

Segundo Vânia, todo esse processo é essencial e muito satisfatório, já que beneficia tanto o produtor como o consumidor. “É muito bom poder trabalhar com uma cultura em que você beneficia o produtor, principalmente o pequeno, trazendo uma tecnologia que gera renda para ele, e contribuir também com a sociedade, gerando um alimento de excelente qualidade nutricional. Estamos sempre em busca de boas características agrícolas, culinárias e nutricionais. Queremos um feijão com mais proteína, mais ferro, mais zinco, um alimento que possa realmente nutrir a população”, projetou a diretora de pesquisa.

 

 

 

 

 

 

Por - AEN

feed-image
SICREDI 02