O professor e youtuber Marcel Albuquerque foi vítima do golpe da portabilidade e perdeu o acesso à sua linha telefônica e a todas as redes sociais.
Tudo iniciou na semana passada, com uma falha no acesso à internet, seguida pelo corte da linha telefônica e uma mensagem sobre uma suposta mudança no plano de telefone. Em seguida, ele perdeu o acesso ao Instagram e ao WhatsApp.
A pessoa que se apropriou das contas dele fez postagens divulgando propostas de investimentos como se fosse o próprio Marcel.
"Ele usou fotos minhas do próprio story e colocou um texto com opções de investimentos. Também usou um vídeo em outro contexto que parecia que eu estava recomendando aquilo", conta.
Após conversar com especialistas, Marcel acredita que alguém usou seus dados, como nome, CPF e número do telefone, para solicitar indevidamente a portabilidade numérica para outra operadora e assim se apropriar de sua linha telefônica.
Marcel integra a equipe do youtuber Felipe Neto. Depois do golpe sofrido pelo amigo, Felipe Neto, que tem mais de 45 milhões de inscritos, foi às suas redes para relatar o ocorrido e cobrar soluções de autoridades e operadoras para esse tipo de problema. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) respondeu o influenciador e afirmou que trabalha para ajustar o procedimento de portabilidade e evitar fraudes. “A luta contra fraudes no ambiente digital é diária e novas medidas podem ser necessárias”, destacou a agência reguladora.
Marcel conseguiu recuperar a linha e de parte de suas redes. O WhatsApp ainda não recuperou, e ele teme que seus contatos também possam ter sido enganados. “Eu fico imaginando como uma pessoa que não tem engajamento, que não é uma figura pública, recupera o número dela e as redes”, diz.
Nas redes sociais, muitas pessoas também relatam problemas semelhantes ao do professor.
Em abril deste ano, a Anatel alterou os procedimentos para a realização de portabilidade numérica, adicionando mais uma etapa de confirmação, com o objetivo de deixar o processo mais seguro. Com a atualização, o cliente que pedir a portabilidade de seu número de telefone móvel receberá uma mensagem informativa na tela do celular e um SMS para confirmação do pedido de mudança de operadora. A mudança já foi implantada em vários estados e será concluída em todo o país na próxima segunda-feira (28), com a inclusão dos estados do Nordeste, do Sudeste e no Rio Grande do Sul.
Segundo a Anatel, as prestadoras de telecomunicações são obrigadas a adotar medidas para prevenir e cessar a ocorrência de fraudes envolvendo os serviços de telecomunicações, bem como para reverter ou mitigar os efeitos dessas ocorrências. “Os consumidores eventualmente vítimas de fraudes têm direito à reparação pelos danos causados, conforme está disposto no Regulamento Geral do Consumidor”, diz a agência.
As empresas de telecomunicações garantem que atuam sempre que verificam suspeitas de irregularidades. “Os procedimentos contra fraudes vêm sendo aperfeiçoados de forma contínua, mas por motivos de segurança essas informações não podem ser divulgadas”, informou a Conexis Brasil Digital, que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade.
Desde 2008, quando foi criada a portabilidade numérica no Brasil, já foram realizadas mais de 87 milhões de trocas de operadoras, incluindo linhas fixas e móveis, segundo dados da ABR Telecom.
Como se proteger
Depois de sofrer o golpe, Marcel diz que mudou os procedimentos de segurança nas redes sociais. Em vez de usar a autenticação de dois fatores por meio do SMS, ele optou por um aplicativo de autenticação. “Ficou claro que o modo de verificação apenas por SMS é algo potencialmente inseguro”, diz o youtuber. Ele recomenda que, no caso de aplicativos de banco, seja sempre ativada a verificação por reconhecimento facial.
Segundo a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), é importante que os consumidores desconfiem de ligações, mensagens ou e-mails não solicitados que ofereçam promoções, descontos ou vantagens relacionadas à sua linha telefônica, especialmente se não fizeram nenhuma solicitação à operadora.
“Operadoras legítimas geralmente não pedem dados pessoais por telefone ou e-mail. Além disso, mensagens de texto ou e-mails com erros de ortografia, gramática ou formatação podem ser um indício de tentativa de golpe”, diz a entidade.
Além dos cuidados com a divulgação de dados pessoais, é preciso verificar o número de telefone ou e-mail do remetente das mensagens recebidas, e não clicar em links desconhecidos ou suspeitos enviados por supostos representantes das operadoras. Ofertas que pareçam boas demais para ser verdade precisam de confirmação junto aos canais oficiais da operadora. Também é recomendado manter dispositivos e softwares atualizados e protegidos com antivírus e firewalls.
“Se você viu uma pessoa divulgar uma suposta forma de enriquecimento muito fácil, se possível ligue para ela, ou pergunte coisas que sejam íntimas de vocês dois. Tente buscar formas com que a pessoa não consiga se passar por alguém. Mas sobretudo, não confie em formas de enriquecimento tão simples assim”, alerta Marcel.
Caso um consumidor seja vítima de fraude, a Anatel também recomenda que providencie a abertura de boletim de ocorrência junto à Polícia Civil. Segundo a agência, todos os registros de alterações cadastrais na prestadora ficam armazenados e podem ser fornecidos às autoridades de segurança para provas do delito e busca pela identificação dos criminosos.
Troca de chip
Criminosos também podem se apropriar da linha telefônica de outra pessoa por meio da substituição do sim card (chip), apresentando documentos falsos ou por cooptação de funcionários de prestadoras de telecomunicações. Essa técnica, denominada Sim Swap, também tem como objetivo se apropriar indevidamente de uma linha telefônica para aplicação de golpes, solicitando benefícios financeiros, se apropriando de contas em redes sociais para oferecer vendas em nome do titular e até mesmo acessar sistemas ou contas bancárias por meio de autenticação pelo celular.
Para o caso do Sim Swap, segundo a Anatel, as prestadoras adotam medidas como o uso de identificação de consumidores por meio de biometria facial ou de voz, análise de documentos apresentados na solicitação de serviços e restrição do acesso a sistemas apenas por colaboradores específicos.
A principal orientação de segurança das empresas de telefonia neste caso é a ativação de uma senha de bloqueio do chip de seu celular por meio do código PIN, que é fornecido na contratação do serviço, normalmente em um cartão que vai junto com o próprio chip. “A ativação dessa senha impedirá que seu chip seja usado em outro aparelho ou mesmo no aparelho atual, sempre que ele for religado”, informa a Conexis.
Por - Agência Brasil
A nova regra fiscal que substitui o teto de gastos limita o crescimento da despesa a 70% da variação da receita dos 12 meses anteriores.
O novo arcabouço combina um limite de despesa mais flexível que o teto de gastos com uma meta de resultado primário (resultado das contas públicas sem os juros da dívida pública).
A lei complementar aprovada terça-feira (22) tem mecanismos de ajuste e alguma flexibilidade em caso de imprevistos na economia. As metas de resultado primário também obedecem a uma banda, um intervalo.
Dentro dessa trilha de 70% da variação da receita, haverá um limite superior e um piso para a oscilação da despesa. Em momentos de maior crescimento da economia, a despesa não poderá crescer mais de 2,5% ao ano acima da inflação. Em momentos de contração econômica, o gasto não poderá crescer menos que 0,6% ao ano acima da inflação.
O novo arcabouço fiscal estabelece mecanismos para os próximos governos. Para impedir o descumprimento da rota de 70% de crescimento da receita, as novas regras trazem mecanismos de punição que desacelerarão os gastos caso a trajetória de crescimento desses gastos não seja atendida.
Caso o resultado primário fique abaixo do limite mínimo da banda, o crescimento das despesas para o ano seguinte cai de 70% para 50% do crescimento da receita. Essa mudança, no entanto, só valerá a partir de 2025. Para 2024, o teto do limite será limitado a 2,5% de crescimento real da despesa, mas se o montante ampliado da despesa calculado dessa maneira for maior que 70% do crescimento real da receita primária efetivamente realizada em 2024, a diferença será debitada do limite para o exercício de 2025.
Para não punir os investimentos (obras públicas e compra de equipamentos), o novo arcabouço prevê um piso para esse tipo de gasto e permite que, caso o superávit primário (economia do governo sem os juros da dívida pública) fique acima do teto da banda, parte do excedente seja usada para obras públicas.
Metas fiscais
Além de estabelecer uma trajetória para as despesas, a lei estipula metas fiscais anuais. Segundo o texto aprovado, o governo pretende zerar o déficit primário em 2024, atingir um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e dos serviços produzidos) em 2025 e de 1% em 2026. Como a equipe econômica prevê déficit primário de 1% do PIB para este ano, a proposta significaria um ajuste de 3 pontos percentuais até 2026.
Como haverá uma margem de tolerância de até 0,25 ponto percentual do PIB, o resultado primário poderá variar entre déficit de 0,75% e de 0,25% do PIB neste ano, déficit de 0,25% a superávit de 0,25% em 2024, superávit de 0,25% a 0,75% em 2025 e superávit de 0,75% a 1,25% do PIB em 2026.
Investimentos
Para garantir um nível mínimo de investimentos (obras públicas e compra de equipamentos) em momentos de contração econômica, a lei incluiu um piso de 0,6% do PIB, previsto no Orçamento Geral da União de cada ano. Para 2024, esse montante equivaleria a R$ 69 bilhões.
Caso o governo consiga obter um resultado primário maior que o teto do intervalo de tolerância, com o superávit ficando além da margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, até 70% do excedente poderá ser aplicado em investimentos no ano seguinte. Esses recursos adicionais não podem ultrapassar o equivalente a 0,25 ponto percentual do PIB do ano anterior.
Correção dos limites
A partir de 2025, as bandas para o limite de gastos públicos serão corrigidas anualmente pela inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O período considerado será a inflação entre julho de dois anos antes e junho do ano anterior ao do exercício do orçamento. Esse índice será usado para elaborar o Projeto de Lei Orçamentária (Ploa) do ano seguinte, enviado ao Congresso até 31 de agosto de cada ano.
Para 2024, a situação será um pouco diferente. Quando o IPCA cheio de 2023 (de janeiro a dezembro) for divulgado em janeiro, o excesso entre o acumulado usado para fazer a lei e o índice efetivo poderá ser usado para ampliar o limite autorizado do Poder Executivo por meio de crédito suplementar (remanejamento do orçamento). Essa ampliação não valerá para os anos seguintes.
O Senado tinha mudado o período do cálculo do IPCA para janeiro a dezembro do ano anterior.
Em princípio, a mudança liberaria R$ 32 bilhões do orçamento de 2024 porque está prevista alta da inflação no segundo semestre deste ano. No entanto, o presidente da Câmara, Arthur Lira, informou que houve acordo para incluir esse montante na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, como despesas condicionadas (que só podem ser realizadas se houver espaço fiscal). O projeto da LDO do próximo ano só será votado após o novo arcabouço.
Receitas
Por serem considerados atípicos (sem regularidade), os seguintes tipos de receita estão fora do novo arcabouço fiscal: concessões e permissões, dividendos e participações, exploração de recursos naturais (royalties) e transferências legais e constitucionais, como repartições da arrecadação federal com estados e municípios.
Foram incluídas entre as receitas primárias, cerca de R$ 24,6 bilhões parados em contas inativas do antigo Fundo PIS/Pasep, declarados abandonados pela Emenda Constitucional da Transição, e as receitas obtidas com programas de recuperação fiscal (Refis) criados após a publicação do novo arcabouço.
O cálculo da variação real (descontada a inflação) da receita primária será feito com base nos valores acumulados entre julho de dois anos antes e junho do ano anterior ao orçamento. Para o orçamento de 2024, por exemplo, a variação de receita considerará a receita acumulada entre julho de 2022 e junho de 2023, sempre descontada inflação no mesmo período.
Restos a pagar
Em relação aos restos a pagar (verbas autorizadas em anos anteriores que ficaram para o exercício atual), o texto aprovado permite o uso de recursos em caixa fora do orçamento atual para quitá-los. O procedimento, no entanto, só vale se não comprometer o cumprimento da meta de resultado primário dentro do ano, segundo as estimativas regulares de receita e despesa.
Exceções
Ficarão fora do limite de despesas do arcabouço fiscal as seguintes despesas:
• Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb);
• Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF);
• transferências constitucionais e legais a estados e municípios e ao Distrito Federal, como os fundos de participação dos estados e municípios;
• transferências legais a estados e municípios de parte da outorga pela concessão de florestas federais ou venda de imóveis federais em ocupação localizados em seus territórios,
• quitação de precatórios usados pelo credor para quitar débitos ou pagar outorgas de serviços públicos licitados;
• precatórios devidos a outros entes federativos usados para abater dívida e outros haveres com a União;
• créditos extraordinários para despesas urgentes, como calamidade pública;
• despesas bancadas por doações, como as do Fundo Amazônia ou obtidas por universidades, e por recursos obtidos em razão de acordos judiciais ou extrajudiciais relativos a desastres de qualquer tipo (por exemplo, Brumadinho);
• despesas custeadas por receitas próprias ou por convênios obtidas pelas universidades públicas federais, empresas públicas da União que administram hospitais universitários, pelas instituições federais de educação, ciência e tecnologia, vinculadas ao Ministério da Educação, estabelecimentos militares federais e demais instituições científicas, tecnológicas e de inovação;
• despesas da União com obras e serviços de engenharia custeadas com recursos transferidos por estados e municípios, a exemplo de obras realizadas pelo Batalhão de Engenharia do Exército em rodovias administradas por esses governos;
• pagamento de precatórios com deságio aceito pelo credor;
• parcelamento de precatórios obtidos por estados e municípios relativos a repasses do antigo Fundef;
• despesas não recorrentes da Justiça Eleitoral com a realização de eleições.
Incluídos pela Câmara dentro do limite de gastos, o Fundeb e o FCDF foram retirados pelo Senado, com os deputados mantendo a mudança após acordo entre o governo, os senadores e líderes partidários da Câmara.
Reinclusões
Em relação ao projeto original enviado pelo governo, o Congresso reincluiu nos limites de gastos as seguintes despesas:
• cobrança pela gestão de recursos hídricos a cargo da Agência Nacional de Águas (ANA);
• complemento do piso nacional da enfermagem;
• aporte de capital do Tesouro para estatais.
Enfermagem
Ao manter as despesas com a complementação do piso da enfermagem dentro do limite do Executivo, o relator da lei na Câmara, deputado Claudio Cajado (PP-BA), estipulou que deve ser considerada a defasagem estimada em R$ 7 bilhões nessa transferência em 2023, corrigida anualmente. Dessa forma, os valores tendem a crescer cerca de R$ 10 bilhões em 2024.
Fundo Constitucional do DF
Com a aprovação da emenda dos senadores, a forma de correção do Fundo Constitucional do Distrito Federal continua igual à vigente: pela variação da receita corrente líquida (RCL) da União. O fundo custeia despesas de pessoal, principalmente com as áreas de segurança pública, saúde e educação do Distrito Federal, conforme previsto na Constituição.
Fim do teto
O novo arcabouço fiscal substitui o teto federal de gastos, que vigora desde 2016 e limita o crescimento dos gastos ao limite do ano anterior, corrigido pela inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No fim do ano passado, a Emenda Constitucional da Transição permitiu a exclusão de até R$ 168 bilhões do teto de gastos deste ano – R$ 145 bilhões do novo Bolsa Família e até R$ 23 bilhões em investimentos federais caso haja excesso de arrecadação.
A emenda estabeleceu que o governo deveria enviar um projeto de lei complementar, até agosto deste ano, com o novo marco fiscal. No início do ano, porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, permitiu que o governo antecipasse o envio do novo marco para permitir que o Ministério do Planejamento tivesse tempo de elaborar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 dentro das novas regras. Enviada ao Congresso até 15 de abril de cada ano, a LDO estabelece os parâmetros para o Orçamento do ano seguinte.
Confira os principais pontos do novo marco fiscal
• Limite de crescimento da despesa primária a 70% da variação da receita dos 12 meses anteriores
• Limite superior e inferior dentro dessa trilha de 70% do aumento de receita
• Mecanismo de ajuste para impedir o aumento dos gastos em momentos de crescimento econômico e a queda dos gastos em caso de baixo crescimento
• Aplicação de mecanismos de punição. Caso o resultado primário fique abaixo do limite mínimo da banda, o crescimento das despesas para o ano seguinte cai de 70% para 50% do crescimento da receita.
• Promessa de zerar déficit primário em 2024, com superávit de 0,5% do PIB em 2025 e 1% em 2026
• Meta de resultado primário terá banda de flutuação, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para cada ano
• Excedente de superávit primário acima do teto da banda poderá ser usado para investimentos
• Exceções para gastos instituídos pela Constituição, como o Fundeb e o Fundo Constitucional do Distrito Federal. Essas despesas não podem ser limitadas pelo novo arcabouço
Por - Agência Brasil
Em 1827, teve início a história formal do ensino jurídico no Brasil, com a edição do decreto que criou cursos de direito em São Paulo e em Olinda, Pernambuco, por meio de uma lei de 11 de agosto daquele ano.
A criação das faculdades foi necessária porque, depois da Independência do país, em 1822, foi preciso haver brasileiros com conhecimento nesta área.
Desde então, muita coisa mudou no país, que, de monarquista, passou a ser república. A linguagem jurídica, entretanto, não se descolou do passado e continua usando termos rebuscados e de difícil entendimento para o cidadão leigo.
Pensando em auxiliar na mudança dessa situação, a advogada, escritora e jornalista Ivy Farias, que também é autora de Escrever Direito: Manual de Escrita Criativa Para Carreiras Jurídicas, vai ministrar nas seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de Mato Grosso um curso inédito para “ensinar” os profissionais da área a simplificar a linguagem. A ideia é trocar o “juridiquês” por uma linguagem que seja compreendida por qualquer pessoa.
“O Brasil mantém uma forte tradição portuguesa, colonialista, no direito. Então, o primeiro ponto é entender que estamos reproduzindo, em vez de produzindo, muitas vezes sem refletir. Hoje nós lemos mais, mas compreendemos menos, e há uma série de conteúdos que não existiam décadas atrás. A atenção é dispersa. Então, tudo que é feito para economizar o tempo de quem lê é bem-vindo”, diz Ivy.
Segundo a advogada, a questão é complexa, porque faz com que a “pessoa comum” não entenda um direito que é dela, já quem nem mesmo aquelas que têm mais escolaridade compreendem os textos e as sentenças. “É como se você tivesse algo, mas não usasse. Como é possível ter Justiça se ela não é compreendida? Este é o ponto. Se uma pessoa com alto grau de escolaridade não entende, significa que tem algo errado. A proposta é que todo mundo entenda, e de primeira, porque isso economiza tempo e dinheiro.”
Ivy observou ainda que a compreensão dos textos e sentenças do Judiciário encosta na questão da inclusão, pois o princípio da linguagem simples é incluir. “Todas as pessoas se beneficiam muito com isso. E o curso de direito prepara profissionais que acabam atuando na esfera pública e na defesa da cidadania, como a Defensoria Pública, por exemplo.”
Serviço público
Com base nisso, há pelo menos 80 anos, existe um movimento que busca simplificar o linguajar jurídico, tentativa que se estende ao serviço público para diminuir a burocracia estatal. As iniciativas pelo país são inúmeras e, na capital paulista, por exemplo, há uma lei de autoria do ex-vereador, ex-secretário de Inovação e Tecnologia da prefeitura de São Paulo e ex-coordenador do Poupatempo, Daniel Annemberg, que determina que todos os órgãos públicos da cidade busquem esse objetivo.
“Quando a gente está há bastante tempo na área pública, tem a mania de falar por siglas, falar por termos técnicos. Isso é muito ruim porque não se democratiza o acesso às pessoas. Muitas vezes, explica-se algo, e elas simplesmente não entendem. Daí vem a importância de haver, na área pública, como já ocorre em vários países, uma lei que deixe muito clara a forma de se comunicar com a população”, explicou Annemberg.
Para ele, já ficou clara a importância de reduzir a distância entre os órgãos públicos e a população por meio da linguagem. Entretanto, é preciso que, por meio de uma lei, os servidores assimilem esse conceito. Por isso, há ainda necessidade de que todos sejam conscientizados e capacitados para fazer isso na prática.
“A mania de falar difícil afasta as pessoas do que você está dizendo, e são poucos os estendidos em uma linguagem rebuscada. E por que não falar em uma linguagem que as pessoas possam entender de forma mais clara, mais simples, mais transparente? Aí, se atinge muito mais gente”, ressaltou.
De acordo com Annemberg, quando a pessoa atendida em um serviço público não entende o que foi dito, obviamente voltará para falar do mesmo assunto, o que vai gerar filas e idas a lugares incorretos, na tentativa de resolver o problema. “Isso prejudica o cidadão, e o próprio serviço público, que vai ter que atender de novo essa pessoa que não entendeu o que o funcionário escreveu ou falou. Aumenta muitas vezes o trabalho, quando a comunicação não é simples ou direta”, ponderou.
A educadora, jornalista e empresária Heloisa Fischer enfatizou que sempre houve desconexão entre a linguagem técnica, administrativa e burocrática e a linguagem compreendida pelo cidadão. E isso não é exclusividade do Brasil, além de estar muito relacionado à falta de empatia, disse Heloisa. Ela citou como exemplo a linguagem previdenciária, que tem termos técnicos e modos de expressão atrelados a pessoas muito especializadas no assunto.
“Mas o que acontece é que essa pessoa não consegue se colocar no lugar do cidadão que vai ler, que não conhece nada daquele assunto. Isso pode ser levado para qualquer área, pois há sempre uma pessoa técnica, que conhece muito bem o assunto e dá as instruções a quem procura. Heloisa cita o caso de uma pessoa que está dando entrada no pedido de aposentadoria. “Ela só faz isso uma vez na vida. O texto que a informa tem que ser claro para o nível de conhecimento dela no tema”, disse a jornalista.
Para Heloisa, a transformação digital tornou a questão ainda mais urgente, já que a “plataformização” dos governos está baseada em autosserviços, sem que o cidadão precise passar antes por uma pessoa, ir a um balcão ou telefonar para buscar informações. “Dessa forma, consegue-se atender em escala, atender mais gente, porém, isso requer não só letramento digital, como de leitura, além de um conhecimento sobre as plataformas digitais e do próprio funcionamento do sistema”, disse ela.
Por isso, Heloisa afirma que os textos que informam as pessoas nos ambientes digitais precisam reduzir as dúvidas, levando em conta também o alto índice de analfabetismo funcional. “Temos 29% de analfabetos na população brasileira, ou pessoas que têm uma alfabetismo tão rudimentar que elas não funcionam em sociedade, não conseguem dar conta do que precisam ler. Nós só temos 12% de pessoas com proficiência em leitura e 88% com grau de dificuldade para lidar com texto longo, complexo, com informações não tão explícitas, o que já justifica que os textos sejam mais fáceis”, concluiu.
Por - Agência Brasil
É madrugada. Enquanto a maioria da favela dorme, um traficante está alerta. Ele é o responsável pela segurança da comunidade naquele dia.
O silêncio nos becos é repentinamente interrompido pela aparição de um inimigo de outra facção. Os dois trocam tiros e o que foi surpreendido decide recorrer aos céus. “Eu orei na hora e disse ‘Senhor, se eu sou teu filho, cega esse homem, para que ele não me tire a vida’. E agora, tô eu aqui, pra glória de Deus, em nome de Jesus”.
O episódio é descrito no livro Traficantes evangélicos. Quem são e a quem servem os novos bandidos de Deus, da pastora e cientista da religião Viviane Costa. Ela ouviu a história do próprio protagonista, enquanto dava aulas de teologia em igrejas localizadas no Complexo de Israel. A região, cujo nome se refere ao povo escolhido no Antigo Testamento bíblico, reúne cinco favelas na zona norte do Rio de Janeiro: Parada de Lucas, Vigário Geral, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau.
Elas são administradas por Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, que além de traficante, também se identifica como pastor evangélico. Há, pelo menos, oito anos, ele tem expandido o número de territórios sob seu domínio.
Seria mais uma história recorrente na guerra de facções do Rio de Janeiro, se não fosse o uso extensivo dos símbolos e narrativas neopentecostais. Uma Estrela de Davi no topo da favela. Bandeiras de Israel desenhadas por toda parte. Passagens bíblicas escritas nos muros, entre as quais se destaca a frase Jesus é o dono do lugar. Para completar, postura intolerante e agressiva contra outras religiões como terreiros de Umbanda e Candomblé fechados e destruídos, imagens de santos católicos proibidas.
Nesse cenário, surgem alguns questionamentos, alguém envolvido em atividades ilícitas – como tráfico de drogas, torturas e assassinatos – pode ser um religioso fervoroso ao mesmo tempo? Crime e fé são compatíveis? O que determina se um cristão é legítimo ou não?
A pesquisa de Viviane Costa passa por essas questões. Em entrevista à Agência Brasil, ela diz que é preciso entender esses traficantes dentro de um contexto maior, de crescimento da fé evangélica pentecostal no país e de como ela vem dialogando com outras identidades culturais.
Agência Brasil: Como surgiu a ideia da pesquisa e como foi o processo para conseguir reunir as informações que você precisava? Quais perguntas você queria responder com o estudo?
Viviane Costa: Eu comecei a dar aula nas favelas de Parada de Lucas e da Cidade Alta em torno de 2015 e 2016. Eu tinha me formado em Teologia, estava fazendo licenciatura em História e, quando comecei a dar aula em igrejas pentecostais, passei a conhecer melhor as dinâmicas das favelas na zona norte e zona sul. Apesar de eu ser de Nova Iguaçu, um lugar de periferia, as dinâmicas do lugar onde eu moro, dominado pela milícia, são diferentes das dinâmicas de um lugar como Parada de Lucas e Cidade Alta. Nessa experiência, algumas turmas tinham pessoas que estavam saindo do mundo do crime, em um processo de transição, e que traziam uma perspectiva diferente desse universo. E aí, eu comecei a perceber como a favela identificava o próprio cotidiano nos muros, nas ruas e nos comércios. Entre 2016 e 2017, identifiquei uma mudança nesse cenário, a partir das assinaturas Jesus é o dono do lugar em alguns muros, substituindo outras imagens antigas que estavam ali naquele mesmo espaço. Era o caso das imagens de São Jorge, que foram substituídas por essa mensagem simbólica do universo evangélico pentecostal. Identifiquei que as mensagens tinham uma relação com a dominação do espaço. E essa frase foi o que mais me chamou a atenção e parei para pensar ‘Como Jesus estaria relacionado com essa dominação do tráfico?’. Como teóloga e pastora, pensava em uma forma de provar que o nome de Jesus não poderia ser usado em contextos de violência. Entrei no mestrado em Ciências da Religião, na Universidade Metodista de São Paulo, na linha de pesquisa linguagens da religião. A ideia era, portanto, afirmar que aquela narrativa baseada em Jesus, usada para dominação de um território do Rio de Janeiro pelo crime organizado, não poderia se sustentar. Ao fazer a pesquisa de produção sobre as mudanças do campo religioso brasileiro mais recentes, consultei alguns teóricos da área que já tinham pesquisas sobre o assunto na zona norte. E compreendi que, na verdade, não tinha como eu provar que o nome de Jesus não podia ser usado. O que eu podia fazer era tentar entender por que o nome de Jesus estava sendo usado na construção da narrativa e nas dominações de território no Rio de Janeiro, nessas favelas que hoje ficaram conhecidas como Complexo de Israel.
Agência Brasil: Além de cientista da religião, você também é pastora evangélica. Como essa outra identidade influencia a pesquisa?
Viviane Costa: Quando olhamos para um objeto de pesquisa, olhamos a partir do lugar que estamos. Então, eu posso estar no lugar de uma cientista social, de uma antropóloga, de uma cientista da religião. Eu sou uma cientista da religião religiosa. Se eu olho para o objeto como uma cientista da religião não religiosa, eu vou ter algumas limitações. Por exemplo, não ter vivido aquela experiência mais de perto, não reconhecer alguns símbolos e significados, não entender a teologia que está ali nas narrativas do Complexo de Israel. Então, olhar para o objeto com mais distanciamento, sendo uma não religiosa, teria uma riqueza e importância. Mas também uma limitação de método, por não entender a teologia e a experiência religiosa vivida pelos traficantes. Quando eu olho para esse lugar como uma pastora e teóloga pentecostal, consigo entender a experiência religiosa deles como alguém que viveu experiências semelhantes e ler melhor a teologia que aparece nos lugares.
Agência Brasil: Alguns pesquisadores usam o termo narcopentecostalismo quando se referem ao crescimento de organizações criminosas que adotam narrativas evangélicas. Para você, esse é um conceito adequado para tratar do assunto?
Viviane Costa: Eu discordo do conceito de narcopentecostalismo, porque dá uma ideia de ineditismo ou de exclusividade do movimento pentecostal na relação da religião com o crime. O que não é uma realidade. De acordo com o Marcos Alvito, em As cores de Acari, essas dinâmicas de destruição e substituição de divindades, imagens e pinturas nas paredes já aconteciam antes. A presença da religião na estrutura do crime não é algo novo. Eu prefiro usar “narcoreligião” para pensar de forma mais ampla o papel das identidades religiosas no tráfico de drogas do Rio de Janeiro.
Agência Brasil: Muitos líderes e fiéis evangélicos se incomodam ao ver a religião deles associada com os traficantes. O entendimento é de que as atividades criminosas são incompatíveis com as práticas cristãs. E você usa a expressão no título do livro. Traficantes podem ser considerados evangélicos legítimos?
Viviane Costa: Quem pode dizer quem é evangélico? Primeiro, é preciso pensar no caminho que o campo religioso brasileiro trilhou nas últimas décadas. Nós tínhamos um país hegemonicamente católico e essa cultura religiosa estruturava a sociedade. As pessoas se identificavam com as práticas, os feriados, os cultos e as divindades católicas com muita naturalidade. Sendo elas católicas praticantes ou não. O catolicismo sempre esteve presente na vida das pessoas para além dos ritos e liturgias. E há um tempo a gente começa a ver essa mudança religiosa no caldo cultural brasileiro, que fica cada vez mais evangélico pentecostal. Quando falamos dos católicos, como dizer quem é católico de verdade: o praticante ou o não praticante? Se nos dois casos as pessoas se identificam como católicas? Quando o movimento evangélico começa a crescer, as fronteiras que determinavam uma conversão à fé evangélica, se ela seria legítima do ponto de vista mais tradicional, tanto para uma teologia reformada ou pentecostal, ficam cada vez mais pulverizadas. E ganham mais características de uma religiosidade popular, transversal, construída a partir da experiencia individual e comunitária. E nesse caldo cultural brasileiro que ganha cada vez mais uma identidade evangélica, surgem novas e múltiplas identidades evangélicas. Nesse contexto, podemos entender a existência de um traficante que se identifica como evangélico, tem práticas evangélicas e foi ordenado a pastor evangélica em uma igreja da Baixada Fluminense. E que continua com as práticas evangélicas de oração e de jejum, e relata ter experiências de visão e de revelação. Ao mesmo tempo, determina estratégias para o Complexo de Israel de conquista de territórios e de confrontos. Isso, a partir de leituras bíblicas e de instruções espirituais que diz receber no monte ou nas orações feitas em casa. Ele traz essa experiência religiosa e a aplica na estrutura, dinâmica, ética e estética do Complexo de Israel.
Agência Brasil: No seu entendimento, então, não se trata de uma estratégia de manipulação das narrativas cristãs para tentar suavizar a violência e dar alguma legitimidade às atividades criminosas?
Viviane Costa: Nessa relativização do que é ser evangélico hoje e nas múltiplas identidades que cabem nessa categoria, é possível ser evangélico com menos rupturas do que há alguns anos. Entendendo a partir dessa leitura, ele pode se dizer evangélico. Na perspectiva da Ciência da Religião, é importante olhar para o fenômeno religioso e perceber como o sujeito entende e narra a experiência dele. No exemplo do Álvaro Malaquias, o Peixão, ele se vê como alguém que tem pecados, erros e acertos. Algumas relativizações são necessárias, apesar de outras não serem possíveis nem para ele. Mas aí entra a possibilidade do perdão, do ajuste, da tentativa de ser uma pessoa melhor e de estar caminhando em busca da perfeição. E nesse olhar, eu entendo que, de fato, ele está expressando uma experiência religiosa que é atravessada pela experiência dele no crime. O que não é diferente de um traficante, por exemplo, que procura uma casa de umbanda ou de candomblé para fechar o corpo. Nem de um traficante devoto de São Jorge, que espera proteção do santo guerreiro e justiceiro, que ele o ajuda na conquista de determinado território.
Agência Brasil: E como é a leitura que esses traficantes fazem da bíblia? Chama a atenção que livros e trechos do Antigo Testamento sejam mais usados. Por que essa escolha?
Viviane Costa: Quando a gente fala do Antigo Testamento, está pensando na história de um Deus que escolhe um povo e o liberta de uma terra considerada lugar de opressão. Não sem sofrimento, não sem dificuldades, não sem passar por um deserto, nem sem ter muitos inimigos no caminho. Mas que dá a vitória ao povo, que chega na terra prometida. No caso do Complexo de Israel, essa terra prometida é a Cidade Alta. Então, o texto do Antigo Testamento, que é muito importante para os movimentos pentecostais, acaba ganhando maior peso em relação à mensagem do Novo Testamento, que é mais baseado na vida e nos atos de Jesus. Nos textos do Antigo Testamento, são invocadas imagens de Davi, de Josué, dos guerreiros conquistadores de terras e de promessas dadas por Deus. São homens fortes invadiram territórios, mataram pessoas e estabeleceram a vitória do Deus de Israel sobre as outras cidades e povos do Antigo Testamento.
Agência Brasil: Como é, dentro das favelas, a relação dos pastores com os traficantes evangélicos? Existe medo, resistência ou cumplicidade dos líderes das igrejas?
Viviane Costa: Tem um termo que a Cristina Vital usa no livro “Oração de Traficante”, que é “blindagem moral”, para se referir aos que são considerados os verdadeiros “homens de Deus”. Os reconhecidos assim são os que dão bom testemunho, não se envolvem e não aceitam o dinheiro do tráfico, não escondem armas, não participam da dinâmica do crime. Esses são muito respeitados. Inclusive, muitos deles são procurados quando esses traficantes se veem em uma situação de risco, por conta de uma ameaça de facção rival ou por conta de uma operação da polícia. São esses “homens de Deus” que eles procuram para orar pela vida deles e pedir proteção para não morrer em um confronto. Há também outras igrejas, que não representam a maioria, que se envolvem em alguma medida com a dinâmica do crime. Seja recebendo dinheiro para a realização de cultos na praça ou para convidar algum cantor famoso para as festas que são feitas na comunidade. Mas o pastor e a igreja respeitados nesses espaços são os que não participam, nem se “contaminam” com o mundo do crime. São esses que os traficantes procuram quando precisam de uma oração e de uma cobertura espiritual para os confrontos e as guerras na favela. Para lidar com o perigo que vem de todos os lados: do Estado, da facção rival ou de alguém dentro do próprio movimento, como os X-9, traidores que colocam em risco a segurança do movimento.
Agência Brasil: Você tem planos de continuar pesquisando o tema? O que ainda falta investigar sobre as conexões entre religião e crime nas favelas do Rio de Janeiro?
Viviane Costa: Tenho interesse em continuar olhando para o Complexo de Israel e para a relação entre tráfico e religião nas diferentes dinâmicas. Observar traficantes que se identificam também com outras religiões – catolicismo, umbanda, candomblé –, e se enxergam ou não no mundo a partir delas. E, principalmente, o papel da religiosidade no Complexo de Israel, onde a experiência religiosa influencia e estrutura uma construção ética, para além da estética, e serve de base para a violência contra religiões de matriz africana. Lugar onde uma revelação bíblica é fator decisivo nos planos de avanço desse território, como no plano recente de avanço em direção à Igreja da Penha. Tenho interesse em acompanhar quais serão os próximos passos da relação entre a experiência religiosa do Peixão e a vida no Complexo, entender como o Álvaro Malaquias conta a própria experiência e como ela acontece no cotidiano. E quero continuar buscando compreender a relação dele com Deus, com as pessoas da comunidade, com as favelas dominadas por grupos rivais e os desdobramentos disso para dentro e fora do Complexo do Israel.
Por - Agência Brasil
Com 49 casos registrados no Brasil em 2023, e seis evoluções para óbito, a febre maculosa é transmitida pela picada do carrapato e causada por bactéria do gênero Rickettsia.
A doença não é passada diretamente entre pessoas pelo contato. No Brasil, os principais vetores são carrapatos do gênero Amblyomma.
Este mês, três pessoas que estiveram em evento na Fazenda Santa Margarida, em Campinas (SP), morreram com sintomas da doença. Uma delas, uma mulher de 36 anos, teve o diagnóstico confirmado.
Segundo o Ministério da Saúde, normalmente a doença se manifesta de forma repentina, com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor na cabeça e no corpo, falta de apetite e desânimo. Em seguida é comum aparecerem pequenas manchas avermelhadas, que crescem e ficam salientes.
O quadro é agravado com náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas. Nos casos mais graves, pode haver paralisia, começando nas pernas e subindo até os pulmões, o que pode causar parada respiratória.
Prevenção
A prevenção da febre maculosa é baseada em impedir o contato com o carrapato. Portanto, em locais onde haverá exposição ao bicho, algumas medidas podem ajudar a evitar a infecção, como usar roupas claras para ajudar a identificar o bicho; utilizar calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramados; evitar andar em locais com grama ou vegetação alta e usar repelentes de insetos.
Além disso, o Ministério da Saúde recomenda a remoção - com uma pinça - se um carrapato for encontrado no corpo; não apertar ou esmagar o bicho e, depois de removê-lo inteiro, lavar a área da mordida com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de se contrair a doença.
Diagnóstico
Diagnosticar precocemente a febre maculosa é muito difícil, principalmente nos primeiros dias da infecção, já que os primeiros sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, entre outras. Mas o que é importante para o caso, segundo o Ministério da Saúde é se o paciente esteve em locais de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas onde possa ter sido picado por um carrapato.
O profissional de saúde deverá ainda solicitar exames para confirmar ou contribuir com o diagnóstico.
Tratamento
Segundo o Ministério da Saúde, a febre maculosa tem cura desde que o tratamento com antibióticos específicos seja administrado nos primeiros dois ou três dias da infecção. O medicamento deve ser administrado assim que surgirem os primeiros sintomas, mesmo sem o diagnóstico confirmado, já que ele pode demorar. Segundo o Ministérios da Saúde, em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A terapêutica é empregada por um período de 7 dias, devendo ser mantida por 3 dias, após o término da febre.
Atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins, dos pulmões, das lesões vasculares e levar ao óbito.
Por - Agência Brasil
Seja por motivos religiosos ou em busca de um descanso do trabalho, o mês de junho é bastante esperado por causa da celebração de Corpus Christi. Em 2023, a data católica cai no dia 8 e, apesar de não ser feriado oficial, o ponto facultativo tem bastante adesão nacional.
Além dessa e de outras datas religiosas, o mês junho traz no calendário dezenas de dias mundiais ou nacionais para serem lembrados. Destacam-se o Dia Mundial do Meio Ambiente (05) e alguns eventos relacionados como o Dia Mundial dos Oceanos (08/06) e o Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação (17/06). No Brasil, o dia 1º abre a Semana Nacional do Meio Ambiente, quando se realiza uma série de eventos no país sobre o tema.
No dia 21 de junho, ocorre o Solstício de Inverno no Hemisfério Sul, também conhecido como o “dia mais curto do ano”. O frio e a escassez de chuvas costumam ser companheiros da chegada do inverno, aumentando as preocupações com doenças respiratórias.
Na saúde, há o Dia Mundial do Doador de Sangue (14/06). E na luta por direitos humanos, celebra-se o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil (12/06) e o Dia Mundial dos Refugiados.
Entre as datas históricas de destaque, completam-se 60 anos desde que, em 16 junho de 1963, a cosmonauta soviética Valentina Vladimírovna Tereshkova concretizou o feito de se tornar a primeira mulher a viajar ao espaço. Nessa mesma data, morria o compositor carioca Lamartine Babo. Foi dele a autoria de célebres hinos nacionais, como o Hino do Botafogo, Vasco da Gama, do Fluminense, Flamengo, além de ter criado catálogo rico de músicas populares.
Recentemente, o Reino Unido teve a coroação de um novo rei, Charles III, o mais velho monarca a receber a coroa. Mas o começo de junho redireciona os holofotes para os 70 anos da coroação da mãe de Charles, a Rainha Elizabeth II, que recebeu a coroa aos 27 anos, em 2 de junho 1953.
Confira a relação completa* de datas do Hoje é Dia do mês de junho de 2023
Nascimento do compositor e violonista baiano Nicanor Teixeira (95 anos)
Primeira publicação do jornal Correio Braziliense (215 anos)
Dia Internacional do Leite - criado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, para reconhecer a importância do leite como alimento global
Início da Semana Nacional do Meio Ambiente
Coroação da Rainha Elizabeth II (70 anos)
Dia Internacional da Prostituta - comemorado para marcar a data de 2 de junho de 1975, em que cerca de 150 trabalhadoras sexuais entraram para a história ao ocuparem a Igreja de São Nizier na cidade francesa de Lyón, exigindo que o trabalho prestado por elas fosse considerado tão útil à França como outro ofício qualquer
Primeira irradiação do Programa Acontece Cada Uma, na Rádio Nacional (74 anos)
Morte do saxofonista, arranjador e compositor João Theodoro Meirelles, o J. T. Meirelles (15 anos) - um dos principais nomes do estilo samba-jazz, fusão dos gêneros musicais samba e jazz, que surgiu no Brasil na década de 1960
Nascimento do compositor fluminense Arlindo Marques Junior (55 anos)
Nascimento do empresário paulista Antônio Ermírio de Moraes (95 anos) - presidente do grupo Votorantim
Morte do escritor e aventureiro veneziano Giacomo Casanova (225 anos)
Nascimento do líder cangaceiro pernambucano Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (125 anos)
Dia Internacional das Crianças Vítimas Inocentes de Agressão - comemoração instituída pela ONU na sua Resolução E-08/07 de 19 de agosto de 1982, que conta com o apoio da UNICEF
Nascimento do poeta e dramaturgo espanhol Federico García Lorca (125 anos)
Nascimento do economista britânico John Maynard Keynes (140 anos) - suas ideias mudaram fundamentalmente a teoria e prática da macroeconomia, bem como as políticas econômicas instituídas pelos governos
Nascimento do general mexicano José Doroteo Arango, o Pancho Villa (145 anos) - foi um dos mais conhecidos generais e comandantes da Revolução Mexicana
Nascimento do cantor, compositor e ator mineiro Ivo José Curi, o Ivon Curi (95 anos)
Dia Mundial do Meio Ambiente - comemoração internacional, que foi instituída pela 27ª sessão da Assembleia Geral da ONU na Resolução Nº 2994 de 15 de dezembro de 1972
Início da transmissão, na Rádio Nacional, de "Em busca da felicidade" (82 anos) - primeira novela radiofônica veiculada no país. Em 2018, O roteiro recebeu a certificação da UNESCO, pelo Programa Memória do Mundo
Morte do político estadunidense Robert Francis Kennedy, o Bobby Kennedy (55 anos) - o senador foi assassinado em um hotel em Los Angeles
Fundação do Museu Nacional (205 anos) - mais antiga instituição científica do Brasil e o maior museu de história natural e antropológica da América Latina; foi criado por Dom João VI e, inicialmente, foi sediado no Campo de Sant'Anna com o nome de Museu Real; foi incorporado à Universidade do Brasil em 1946 e integra atualmente a estrutura acadêmica da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Nascimento do cantor estadunidense Prince Rogers Nelson, o Prince (65 anos)
Dia Nacional da Liberdade de Imprensa
Dia Mundial dos Oceanos - comemoração estabelecida em 1992 durante a "Eco92" ou "Cimeira da Terra" ou "Conferência do Rio" sobre Meio Ambiente, com o fim de enfatizar a importância de todos os produtos fornecidos pelo Oceano Atlântico, Oceano Pacífico, Oceano Antártico, Oceano Índico e Oceano Ártico
Morte do imperador romano Nero Cláudio César Augusto Germânico, o Nero (1955 anos)
Dia Nacional de Anchieta - comemorado por brasileiros, conforme decreto Nº 55.588 de 18 de janeiro de 1965 e Lei Nº 5.196 de 24 de dezembro de 1966, que deverá ser celebrado nas escolas primárias e médias do Brasil com palestras alusivas à vida e à obra de Anchieta
Dia Internacional dos Arquivos - comemorado para marcar a data da criação do Conselho Internacional dos Arquivos, que foi instituído pela UNESCO em 9 de junho de 1948, quando se aproveita a data da celebração para se promover o valor das instituições de arquivos no serviço da pesquisa, da cultura, da memória, e da transparência
Ocorre o lançamento à Marte do robô geológico Spirit (20 anos)
Inicia-se a Copa do Mundo FIFA, na França (25 anos)
Dia Mundial dos Alcoólicos Anônimos - comemorado para marcar aquela que é tradicionalmente tida como a data da fundação do grupo de Auto-ajuda de homens e mulheres que partilham entre si sua dependência das bebidas alcoólicas, ocorrida na cidade estadunidense de Akron OH-EUA em 10 de junho de 1935
Morte do arquiteto paulista Francisco de Paula Ramos de Azevedo (95 anos) - projetou, entre outras obras, o Teatro Municipal de São Paulo, O Mercado Municipal de São Paulo, a Casa das Rosas e a Pinacoteca do Estado de São Paulo
Nascimento da professora e pesquisadora Helena Theodoro - redatora, produtora e apresentadora de diversos programas educativos e culturais da Rádio MEC (80 anos)
Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil - comemoração instituída em 2002 pela Organização Internacional do Trabalho
Dia dos Namorados - comemoração extraoficial do Brasil desde 1948, que surgiu a partir de uma campanha publicitária encomendada pela extinta rede de Lojas de Departamentos "Exposição Clipper" de São Paulo
Nascimento do poeta português Fernando Pessoa (135 anos)
Morte do arquiteto e urbanista brasileiro nascido na França Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa, o Lúcio Costa (25 anos) - criador do projeto do Plano Piloto de Brasília
Fundação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (215 anos)
Dia de Santo Antônio
Morte do cantor e compositor carioca José Bispo Clementino dos Santos, o Jamelão (15 anos)
Nascimento do guerrilheiro, político, jornalista, escritor e médico argentino Ernesto Guevara de la Serna, o "Che" Guevara (95 anos)
Inicia-se a Copa do Mundo FIFA, na Rússia (05 anos)
Dia Mundial do Doador de Sangue
Primeira irradiação do programa infantil Clube Juvenil Toddy, na Rádio Nacional (72 anos)
Morte do técnico em eletrônica, artesão e instrumentista baiano Adolfo Antônio Nascimento, o Dodô (45 anos) - um dos inventores do trio elétrico do carnaval baiano, juntamente com Osmar Macedo
Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa - comemoração instituída em 2006 pela Rede Internacional de Prevenção de Abusos contra Idosos, que conta com o apoio da Organização Mundial de Saúde
Morte do compositor carioca Lamartine Babo (60 anos)
Nascimento do matemático e cosmólogo russo Alexander Friedmann (135 anos) - um dos "pais" da teoria de expansão do universo e do Big Bang, juntamente com Georges Lemaître e George Gamov
Cosmonauta soviética Valentina Vladimírovna Tereshkova tornou-se a primeira mulher a viajar ao espaço (60 anos)
Fundação da Ford Motor Company (120 anos)
Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação - comemoração instituída pela Resolução A/RES/49/115 de 30 de janeiro de 1995 da Assembléia Geral da ONU para marcar a data da adoção da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, que foi estabelecida na cidade francesa de Paris em 17 de junho de 1994
Navio Kasato Maru aporta Santos com primeiros imigrantes japoneses (115 anos)
Dia Nacional da Imigração Japonesa - comemorado por brasileiros, conforme Lei Nº 11.142 de 25 de julho de 2005, para marcar a data da chegada ao Brasil do navio japonês, Kasato-Maru, que aportou na cidade brasileira de Santos-SP em 18 de junho de 1908
Dia do Orgulho Autista - comemorado para marcar a data da criação da "Aspies/Autistas para a Liberdade", que foi constituída em 18 de junho de 2004 e que converteu-se na 1ª instituição mundial a utilizar o termo "orgulho" relacionado ao autismo, com o fim de educar o público em geral sobre o desconhecimento das questões relacionadas com o autismo
Nascimento do cantor fluminense Sidney Magalhães, o Sidney Magal (70 anos)
Nascimento do matemático, físico, inventor, filósofo e teólogo católico francês Blaise Pascal (400 anos) - o desenvolvimento de Pascal da teoria da probabilidade foi a sua contribuição mais influente para a matemática. Na literatura, Pascal é considerado um dos autores mais importantes do período clássico francês e é lido hoje como um dos maiores mestres da prosa francesa
Criação do personagem Garfield, por Jim Davis (45 anos)
Dia do Cinema Brasileiro - comemorado no Brasil, para marcar a data da 1ª filmagem da baía da Guanabara, que foi realizada em 19 de junho de 1898 com uma câmera Lumière pelo primeiro cineasta brasileiro, Afonso Segreto, a partir do navio francês, "Brèsil", quando ele retornava de uma viagem à Europa, onde fora para buscar equipamentos de filmagem
Morte da cantora carioca Aracy de Almeida (35 anos) - atuou na Rádio Nacional
Dia Mundial dos Refugiados - comemoração instituída pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados na Resolução 55/76 de 2000, para marcar a data do aniversário da Convenção de Genebra de 1951, que foi que entrou em vigor em 1974, definindo o refugiado como toda a pessoa que, em razão de fundados temores de perseguição devido à sua raça, religião, nacionalidade, associação a determinado grupo social ou opinião política, encontra-se fora de seu país de origem e que, por causa dos ditos temores, não pode ou não quer regressar a esse país
Nascimento do escritor, jornalista e diplomata maranhense José Pereira da Graça Aranha, o Graça Aranha (155 anos) - um dos autores organizadores da semana de arte moderna de 1922
Solstício de Inverno no Hemisfério Sul
Dia Mundial do Skate
Nascimento da cantora, compositora e atriz estadunidense Cynthia Ann Stephanie Lauper-Thornton, a Cyndi Lauper (70 anos)
Nascimento do ator fluminense Antônio Carlos de Sousa Pereira, o Tonico Pereira (75 anos)
Dia Mundial do Fusca
Morte do cantor goiano Luís José da Costa, o Leandro da dupla sertaneja Leandro e Leonardo (25 anos)
Inauguração da Rádio Nacional FM de Brasília (46 anos)
Morte da antropóloga e professora universitária paulista Ruth Vilaça Correia Leite Cardoso, a Ruth Cardoso (15 anos) - ex-primeira dama do Brasil entre 1995 e 2003
Dia de São João
Nascimento do cantor pop britânico Georgios Kyriacos Panayiotou, o George Michael (60 anos)
Morte da cantora e compositora mineira Sílvia Maria Vieira Peixoto Araújo, a Sylvinha Araújo (15 anos)
Estreia de Rogério Ceni como goleiro do time profissional do São Paulo Futebol Clube (30 anos)
Nascimento do ex-presidente chileno Salvador Allende (115 anos) - foi deposto por um golpe de estado liderado por seu chefe das Forças Armadas, Augusto Pinochet
Passeata dos Cem Mil (55 anos)
Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas - comemoração que foi instituída pela Assembleia Geral da ONU na sua Resolução Nº 42/112 de 7 de dezembro de 1987, e que está oficializada no Brasil pelo Decreto DNN8091 de 28 de maio de 1999, através do qual se criou a "Semana Nacional Antidrogas" de brasileiros
Dia Internacional das Nações Unidas em apoio às Vítimas de Tortura - comemoração instituída pela ONU na sua Resolução Nº 52/149 de 12 de dezembro de 1997, para marcar a data de 26 de junho de 1987, em que entrou em vigor nos países-membros signatários a "Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes"
Nascimento do escritor, diplomata e médico mineiro João Guimarães Rosa (115 anos)
Nascimento do cantor, compositor e percussionista pernambucano Otto Maximiliano Pereira de Cordeiro Ferreira, o Otto (55 anos)
Dia Internacional do Orgulho LGBT - comemoração para marcar a data do "Incidente de Stonewall" de 28 de junho de 1969, quando frequentadores do bar Stonewall Inn em Greenwich Village, reagiram pela primeira vez na cidade norte-americana de Nova Iorque, contra as constantes ações policiais ali ocorridas para prender travestis mais provocantes e todos os que vestissem mais de três peças do sexo oposto
Nascimento do ator carioca Pedro Paulo Rangel (75 anos)
Entronização do pontificado do religioso italiano Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montinido, o Papa Paulo VI (45 anos)
Brasil conquista primeiro título de Copa do Mundo (65 anos)
Dia de São Pedro
Lançamento do Programa "Garimpo", na Rádio Nacional AM RJ (13 anos)
Morte do comunicador de rádio e televisão pernambucano José Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha (35 anos)
Morte do padre católico, cientista e inventor gaúcho Roberto Landell de Moura (95 anos) - mais conhecido pelo seu pioneirismo na ciência da telecomunicação, tendo desenvolvido uma série de pesquisas e experimentos que o colocam como um dos primeiros a conseguir a transmissão de som e sinais telegráficos sem fio por meio de ondas eletromagnéticas, o que daria origem ao telefone e ao rádio
Por - Agência Brasil