Pinhão - Criada a Associação Protetora de Animais Cão Migão
Apaixonada por animais e com um carinho mais especial ainda por cachorros, Cibele Obertier Reynaud Wischral conta que desde pequena gosta de animal e que apanhou muito da mãe por estar sempre levando bichos para casa.
” Quando criança, eu me sentia muito sozinha, eu tinha depressão, e eu conversava muito com os cachorros que tínhamos em casa, para eles contava tudo, minhas mágoas, passei por momentos difíceis que só para eles pude contar. E ai foi formando esse amor por eles. Levei alguma surra da minha mãe porque eu achava cachorro abandonado na rua e levava para casa. Na verdade, quando criança, eu queria cuidar de todos os bichos, mas o amor pelos cachorros foi ficando mais forte”, contou Cibele rindo.
Com o tempo, por causa das críticas e questões financeiras, o cuidar dos bichos ficou um pouco de lado. ”Eu fugi um bom tempo desse meu amor pelos cachorros porque tanto a família como os amigos me criticavam muito e a própria condição financeira fez com que eu me afastasse. Mas meu coração ficava pequeno quando via algum cachorrinho abandonado ou machucado, até que encontrei o meu marido Ulysses, que também ama os cachorros, ai voltei a cuidar dos bichinhos e é o que me faz feliz”. Conta Cibele com emoção. Ulysses Wischral, esposo de Cibele, conta que ele também tem amor pelos cachorros desde pequeno, “Meu pai era caçador, tinha muitos cachorros e era eu que cuidava deles, penso que vai daí meu amor por eles”.
EM PINHÃO
O casal conta que sempre pegaram cachorros abandonados, que era comum eles terem em torno de 12 a 15 cães em casa, retirados da rua. Mas ai, vieram ser missionários em Pinhão e abraçaram de vez a causa. “Começamos a andar pelos bairros para levar a Palavra do Senhor e eu comecei a ver muita pobreza e muitos cachorros ou abandonados ou mal cuidado nas casas, a pobreza, as crianças e os cachorros mal alimentados e descuidados foi me fazendo ficar muito triste, além disso, o pastor começou a dizer que não podíamos levar para a casa que nos era cedida porque trabalhávamos como missionários para lá,resolvemos nos mudar e cuidar dos cachorrinhos”.
CRIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO
O casal foi pegando um cachorro aqui outro ali e foram vendo que precisavam de ajuda, e quando viram, já estavam com muitos. Mas também foram reunindo em volta deles amigos, pessoas que também tem esse amor pelos cães. Como conta a Cibele, aí um deu a idéia, faz uma faixa de nome para esse trabalho que você faz, e então veio a faixa “Adote um cão amigão”, outra pessoas sugeriram que eles criassem o bazar e assim, com o trabalho deles ganhando visibilidade, as pessoas passaram a ajudar doando ração.
O bazar foi importante, pois eles se dedicam exclusivamente ao cuidado com os cachorros, assim precisaram achar um meio para que pudessem sustentar a família e os cachorros. Essas pessoas incentivaram Cibele e Ulysses a criarem uma Associação para que pudessem organizar o trabalho que eles fazem voluntariamente e também poder buscar mais recursos junto a entidades e órgãos públicos para cuidar melhor dos cães, inclusive realizar a castração.
Na sexta dia 23 de março, na sala de reuniões vereador Orlando Diogo, da Câmara de Vereadores, foi formada a Associação Protetora de Animais Cão Migão, que já nasce com 50 cães sob seu cuidado, sendo que entre eles tem 8 filhotes e um cachorro que foi atropelado e deverá passar por uma cirurgia.
Os cachorros que estão lá foram levados pelas pessoas e que ela tem posto prioridade para pegar, pois sabe que não vai dar conta de todos.
“Damos prioridade para os cachorros que estão com dor, machucados, que correm risco de vida”. Os cachorros que não estão debilitados, acabam conseguindo sobreviver na rua, mesmo não sendo o ideal, explica ela.
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A Associação Cão Migão foi criada e ficou com a seguinte diretoria executiva: presidente Cibele O. R. Wischral. vice-presidente,Nilse Helena Backes Coelho, a Chica, secretária: Vilma A. Ferreira Kitcky, segunda secretária: Francielly Francescone Oliveira, tesoureira, Daniele de Araújo, segunda tesoureira: Bruna dos Santos Caldas e está contando com a ajuda da veterinária Alice Salles e tem tido o apoio jurídico da advogada Paula Micheli Pasqualin.
DIFICULDADES
O casal enfrenta muitas dificuldades e agora, que estão morando no bairro São Cristovão, que fica mais longe da vista das pessoas, as dificuldades aumentaram, pois tem sido mais difícil ganhar rações, as roupas do bazar não tem saída. Assim, alugaram uma sala na Rua 19 de Novembro, 196, no centro, para instalar o bazar e ser um ponto de recebimento de doações de quem desejar ajudar e também de doação dos cães. “A nossa ideia não é ficar com todos os cachorros, é de cuidar, recuperar os que chegam doentes e encontrar um lar para eles”, explicou Cibele.
Uma das maiores dificuldades é quando eles precisam levar os cachorros a Guarapuava para exames e cirurgias. Inclusive eles têm dívidas com uma clinica veterinária que atendeu uns cachorros. “A gente sempre acha umas almas boas que cobram mais barato, que dividem para a gente pagar. Mas temos que pagar e não é fácil juntar esse dinheiro”. Agora já estão com mais um cãozinho que foi atropelado e está precisando de uma radiografia e muito provavelmente vai precisar de cirurgia, disse Cibele.
CASTRAÇÃO
Cibele ressalta a importância de castrar os animais, que dos que estão com eles, foi conseguido castrar 5. Agora, com a Associação, vai ser possível a prefeitura realizar as castrações. Segundo eles, a prefeitura vai pagar as castrações e a Associação vai cuidar da pós castração, pois no caso das fêmeas, exige cuidados bem específicos, isso vai acontecer a partir de maio.
DOAÇÕES
O casal Cibele e Ulisses deixaram bem claro que toda doação é bem vinda, seja ração, seja dinheiro, esse em qualquer quantia, remédio, trabalho, como por exemplo, veterinários que se prontifiquem a castrar ou mesmo atender algum dos animais que precisam.
Nesse momento, estão precisando de um pedreiro que se prontifique a fazer voluntariamente 2 canis, que serão usados na recuperação dos animais que forem operados ou castrados. Eles já tem os materiais.