Paraná

Caso Daniel: cerca de 40 bilhetes eram enviados a Edison Brittes por dia na cadeia, diz relatório do Depen

Caso Daniel: cerca de 40 bilhetes eram enviados a Edison Brittes por dia na cadeia, diz relatório do Depen

Entre 35 e 40 bilhetes eram destinados a Edison Brittes por dia enquanto ele ficou preso Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A afirmação foi feita pelo próprio Edison Brittes ao Conselho Disciplinar do Departamento Penitenciário (Depen) do Estado do Paraná. Um dos bilhetes sugeria uma fuga mediante o pagamento de R$ 70 mil.

 

Acusado de matar o jogador Daniel, Edison Brittes confessou o crime, ocorrido em outubro de 2018 em São José dos Pinhais.

 

Os bilhetes também tratavam de pedidos de ligações de celular, além de planejamento de fuga, de acordo com o relatório.

 

Contudo, Edison Brittes afirmou em depoimento ao Conselho Comunitário que não se responsabiliza pelo conteúdo dos bilhetes recebidos e que não tem intenção de fugir. Ele também alegou que não foi flagrado com celular, nem com respostas para esses bilhetes.

 

"Não existe nenhum planejamento de fuga", afirmou nesta quarta dia 13, Claúdio Dalledone, advogado de Edison Brittes.


Por causa dos bilhetes, o empresário foi transferido na sexta dia 08, para a Casa de Custódia de Curitiba. Antes disso, ficou em isolamento disciplinar por dez dias.

 

Os assuntos contidos nos bilhetes, segundo o relatório, poderiam comprometer a segurança do presídio.

 

Fuga por R$ 70 mil

 

Um dos bilhetes – enviado por um preso identificado como Richard – propõe que Edison Brittes pague R$ 70 mil para a fuga. O detento explicou que falou com os responsáveis pelo resgate e que Edison Brittes tinha que pagar a quantia para ser tirado da prisão.

 

O preso ainda disse que, depois de fugir, os dois poderiam resgatar Cristiana e Allana Brittes. Ela são esposa e filha do empresário e também estão presas.

 

Edison Brittes afirmou não ter relação, nem conhecer Richard.

 

"Edison Brittes, hoje, é dono de uma mística no Departamento Penitenciário. Principalmente, de uma mística, de um mito de que ele tem dinheiro. O próprio apelido que deram a ele de Juninho Riqueza atrai esse tipo de situação. Esses bilhetes não foram lidos por ele, muito menos respondidos", explicou o advogado.

 

Processo de recepção


Na segunda dia 11, Edison Brittes deixou a prisão para ser ouvido pela Justiça como réu em um processo que responde por receptação de um carro. O caso foi em fevereiro de 2015.

 

"Ele adquiriu esse carro. Ele está respondendo por receptação", disse Dalledone.

 

De acordo com o delegado que fez a investigação na época, o veículo encontrado na casa de Edison Brittes tinha indícios de adulteração. A perícia feita pelo Instituto de Criminalística mostrou que o carro teve a numeração removida.

 

"Ele alega em autodefesa que [o carro] era ilícito, inclusive ele fez uma perícia nesse carro", afirmou Dalledone.

 

Relembre o Caso Daniel

 

O jogador Daniel Correa foi morto depois de participar das comemorações pelo aniversário de 18 anos de Allana Brittes. A festa começou em uma casa noturna, em Curitiba, e se estendeu à casa da família Brittes, em São José dos Pinhais.

 

Em uma entrevista exclusiva à RPC, Edison Brittes, conhecido como Juninho Riqueza, confessou o crime. Ele também afirmou ter matado o jogador, ao prestar depoimento à Polícia Civil.

 

A defesa de Edison Brittes afirma que Daniel tentou estuprar Cristiana, esposa de Edison Brittes, e defende que o réu matou o jogador para defender a mulher. Segundo a investigação, Daniel tirou fotos ao lado de Cristiana, no quarto do casal, antes do crime.

 

De acordo com a Polícia Civil e o Ministério Público, não houve tentativa de estupro.

 

O jogador foi espancado na casa da família, e levado de carro até um matagal, onde foi mutilado e morto. (Com G1)

 

 

 

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