Laranjeiras - Palestra discute violência contra a mulher
A violência contra a mulher é algo que assola todas as mulheres, independente de condições socioeconômicas ou grau de instrução, podendo acontecer em qualquer camada social.
Entretanto, este tipo de violência passa despercebida, uma vez que em sua maioria, ocorrem no ambiente doméstico e, infelizmente acaba sendo normatizada e velada. Em sua grande maioria praticada por alguém do seu âmbito familiar, este tipo de violência é enraizada na sociedade por diversos fatores, que vão desde à falta de informação até conceitos socioculturais pregados em dias atuais, como o machismo, onde coloca-se a mulher como inferior ao homem, e infelizmente aceitado por muitas mulheres.
Para que possamos repensar nossa cultura, refletir e mudar esse quadro, a Associação Comercial e Empresarial de Laranjeiras do Sul – Acils e o Conselho da Mulher Empresária de Laranjeiras do Sul – CME, realizaram na noite desta terça dia 29, palestra envolvendo o tema.
Terezinha Penafiel dos Santos, presidente do Conselho Municipal de dos Direitos da Mulher enfatiza que o conselho foi criado para que os direitos da mulher sejam efetivados, e que palestras como esta tem sido fundamental na conscientização bem como na denuncia de casos de violência. “Temos feito diversas palestras, reuniões e ações para que possamos desenvolver projetos que diminuam esses números em Laranjeiras do Sul”, disse.
Sobre a delegacia da mulher em Laranjeiras do Sul, Terezinha destaca que o conselho tem lutado para que abra uma, enviando ofícios para a Secretaria de Segurança Pública, Prefeituras e Câmaras da região. “Estamos pedindo para que os políticos se unam, para que possamos ter essa conquista. Atualmente o atendimento é feito na delegacia de Laranjeiras do sul, em uma sala específica, mas ainda não é o ideal”, comentou.
“Foi um trabalho de conscientização, juiz, promotores e delegado nos relataram ocorridos e mostraram o que é a violência contra mulher, quais são os aspectos e as consequências do que ocorrem. Nossa população tem índices muito alto de violência, estamos na contra mão da evolução, crescemos financeiramente, em número de população e culturalmente estamos tendo comportamentos medievais”, destacou o presidente da Acils, Fabiano Franciosi.
Rubia Gava, presidente do CME, destaca que esta é uma triste realidade no lar de muitas pessoas, e quando fala-se em violência contra mulher, trata-se de um problema que envolve a sociedade toda. “O que acontece é que temos uma taxa de denuncia maior entre mulheres com menor poder aquisitivo. Nossa grande preocupação é saber o que leva uma mulher não realizar denuncias de agressão. Por que viver massacrada, coagida, humilhada, ameaçada, violentada, passando por situações tão desesperadoras?”, indagou.
Ela aponta que é de grande importância que haja uma conscientização geral. “Nada justifica uma agressão. na vida tudo tem um limite, e este termina quando alguém agride uma mulher de qualquer forma, seja verbal, psicológica, moral ou fisicamente”, destacou Rubia.
Índices
De acordo com a 2ª Subdivisão Policial, 42 casos de violência contra mulher foram registrados de janeiro à maio deste ano. “Temos números alarmantes de crimes praticados contra mulheres. Este tipo de ação é muito é importante este tipo de ação, pois estamos levando instruções para que as mulheres possam saber de seus direitos, exemplificando os tipo de violência que podem ocorrer”, comentou o delegado chefe da 2ª SDP, Helder Lauria.
O Juiz da Comarca da Laranjeiras do Sul, Alberto Moreira Cortes Neto aponta que a mudança de conscientização é a chave para a prevenção e diminuição deste números. “Acredito que só com essa mobilização da sociedade e trabalho preventivo, conseguiremos diminuir esta estatísticas. Nossa comarca é uma das que tem maiores número no Estado, por isso a importância desta palestra, para que possamos colocar a mão na consciência e pensar em projetos futuros visando superar este problema que estamos vivenciado na sociedade como um todo”, ressaltou. (Por assessoria)