Quedas - Prefeita é investigada por supostos gastos excessivos com bolos e salgados
Os vereadores de Quedas do Iguaçu, no sudoeste do Paraná, votam nesta sexta dia 12, a partir das 8h o parecer final da Comissão Processante que pede a cassação do mandato da prefeita Marlene Fátima Revers (Pros) por supostos gastos excessivos na compra de bolos e salgados.
Segundo o apurado, entre setembro de 2017 e julho 2018 foram gastos mais de R$ 270 mil com a compra de quase 6,5 toneladas de bolo e mais de 36 mil salgadinhos para reuniões do Conselho Municipal de Assistência Social.
Este total, se dividido pelos 11 meses destacados pela denúncia que levou à abertura da comissão, equivale a 199 bolos de três quilos por mês.
E, levando-se em conta 100 gramas por pedaço de bolo, seriam necessárias 65 mil pessoas para consumi-los, aproximadamente o dobro da população da cidade.
A denúncia aponta ainda que em alguns meses, a prefeitura chegou a pagar por cerca de 300 quilos de bolo e que o conselho é formado por somente cinco integrantes.
De acordo com o administrativo da Câmara de Vereadores, o processo tem quase 2 mil páginas que incluem notas, fotos e depoimentos da prefeita, do secretário de administração e de servidores municipais.
A abertura da Comissão Processante foi aprovada em maio por nove votos a favor e quatro votos contrários.
Depois de cerca de dois meses de investigações, a comissão decidiu pela cassação do mandato da prefeita.
Na sessão extraordinária desta sexta-feira, cada vereador poderá pedir 15 minutos para se manifestar. Em seguida, a defesa pode pedir a leitura total ou parcial do relatório final e tem duas horas para apresentar as contestações finais.
Na sequência, inicia-se a votação nominal e aberta pelos vereadores.
Para que a prefeita seja cassada, são necessários nove votos a favor do parecer do relatório final.
Suspeita de corrupção
O presidente da Comissão Processante, o vereador Ivar Antônio Lins Eleuterio, é acusado por alguns dos investigados de ter pedido R$ 500 mil para arquivar a investigação.
Ele nega a acusação de corrupção passiva e que tenha autorizado ou pedido para alguém negociar qualquer coisa em seu nome.
Em nota, a defesa da prefeita disse que algumas das notas apresentadas em dezembro de 2018 equivalem a compras feitas em meses anteriores e que os bolos e salgados foram encomendados para vários eventos como reuniões com idosos e para as atividades do Outubro Rosa.
A Comissão Processante também é questionada na Justiça pela defesa de Marlene Revers. (Com G1)