Rodrigo ‘Vermeio’ é condenado a 27 anos e 6 meses de prisão por morte de casal de seguranças em Guarapuava

Após 12 horas de julgamento o motorista de caminhão Rodrigo Neumann Pires recebeu a sentença ditada pelo juiz Mário Trindade Dantas.
Ele está condenado a 27 anos e 6 meses de prisão pela mortes do casal de segurança Edineia Capote de Oliveira Gonçalves e do esposo dele Vanderlei Antônio de Lima. O juiz chegou a essa pena após os jurados aceitarem a tese de homicídio privilegiado. Eles também futricaram duas das três qualificadoras: motivo fútil e perigo comum. Restou a qualificadora de elemento surpresa o que teria dificultado as defesas por parte das vítimas. Entretanto, o advogado de defesa Miguel Nicolau Júnior disse ao Portal RSN que vai recorrer, isso porque, segundo ele, Rodrigo teria dito às vítimas que voltaria para matá-las. Apesar da condenação, a banca de defesa considerou o resultado como uma vitória. Isso porque a pena poderia chegar a 60 anos de prisão.
Os crimes ocorrerem numa loja de conveniências, no bairro Xarquinho, em Guarapuava, na madrugada de 23 de março de 2024. Quatro mulheres e três compõem formaram o Conselho de Sentença.
A expectativa em torno do julgamento de Rodrigo “Vermeio” Pires não era apenas jurídica, mas social. Desde cedo, o Fórum Desembargador Guarita Cartaxo foi palco de uma concentração composta por dezenas de acadêmicos de Direito. A família das vítimas marcou presença em maior número se comprada aos familiares do então réu. O início da sessão oficial sofreu um atraso de aproximadamente duas horas.
Em um contraste, uma mensagem anônima impressa em papel branco apoiava o réu.
Este eco anônimo reflete a polarização que domina as redes sociais desde a ocorrência dos crimes. Mais do que debater a legalidade dos atos, muitos comentários, inclusive de perfis femininos, expõem uma cultura machista enraizada na sociedade guarapuavana. Frases de efeito como “não se bate na cara de um homem” ou “Bateu tem que levar”, resgatam a ideia de que a agressão inicial exigia retaliação física.
DEPOIMENTOS
Uma vez iniciados os trabalhos, o primeiro a depor foi o Delegado Alysson de Souza, responsável pela condução do inquérito policial. O delegado enfrentou mais de uma hora de questionamentos intensos, vindos do Ministério Público (MP), da assistência de acusação e da banca de defesa, detalhando as evidências colhidas na investigação. Participaram os promotores Pedro Henrique Brazão Papaiz e a promotora Dúnia Serpa Rampazzo. Como assistentes estavam Jean Eduardo Bronoski Campos e Laís Colaço Vieira Gula.
Outras testemunhas arroladas pelas partes seguiram, incluindo um depoimento de destaque da mãe do réu, que falou sobre a conduta e a religiosidade de seu filho.
O clímax da primeira jornada veio com a fala de Rodrigo “Vermeio”. Ele reconheceu os crimes, admitiu o erro e proferiu um pedido de perdão dirigido aos familiares das vítimas. Dirigindo-se aos jurados, ele clamou por uma nova oportunidade para “mudar de vida”.
Apesar do reconhecimento, a Promotoria, com a força dos advogados Dunia Serpa Ranpazo e Pedro Dantas, manteve-se enfática nas qualificadoras: motivo fútil, ausência de chance de defesa para as vítimas e perigo a terceiros.
A defesa, reforçada pela presença do veterano advogado Miguel Nicolau Junior, focou os esforços em desqualificar as qualificadoras. Junto com o criminalista atuaram Felipe Colman Bahls e Elizanne Marcondes Soares.
Por - RSN






















