Paraná tem mais pessoas procuradas pela Interpol do que SP e RJ
A lista pública da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), que reúne foragidos da Justiça dos 192 países membros, traz 10 paranaenses entre os procurados por autoridades brasileiras e estrangeiras.
Com isso, o estado desponta como o terceiro do país com maior número de procurados internacionalmente, atrás apenas de Rio Grande do Sul (18) e Minas Gerais (13).
Os crimes mais comuns são os relacionados ao tráfico de drogas (6), seguido pelas ocorrências de homicídio (2), roubo seguido de morte (1) e estupro de vulnerável (1). Já com relação às origens, dois dos foragidos nasceram em Campo Mourão e outros dois em Foz do Iguaçu, enquanto os demais são dos municípios de Capitão Leônidas Marques, Cornélio Procópio, Jesuítas, Umuarama, Apucarana e Marechal Cândido Rondon.
A situação do estado, contudo, já foi pior. Até o começo do ano passado o Paraná era o segundo do Brasil em número de foragidos, com 19, atrás apenas de São Paulo (21). Na época, a lista da Interpol trazia 160 brasileiros. Hoje são 98, o que aponta para uma queda de 38,75% - no caso paranaense, essa variação foi ainda mais significativa, com queda de 47,4%.
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Não é possível afirmar, contudo, que essa redução no número de foragidos seja reflexo de uma queda real no número de procurados no país ou mesmo no estado. É que no ano passado a Polícia Federal (PF) tomou a decisão de incluir apenas foragidos considerados de alta periculosidade na lista pública, enquanto aqueles considerados de baixa periculosidade constam em uma lista privada, cujo acesso é restrito aos membros da Polícia Internacional – o político Paulo Maluf e o empresário Eike Batista, por exemplo, apareciam nessa lista privada até pouco tempo.
Para que um nome seja incluído na lista de procurados da polícia internacional é preciso que os órgãos de segurança acionem o escritório central da Interpol no país, informando que o suspeito, criminoso ou condenado está foragido. A partir daí os dados são incluídos na listagem, que fica disponível a todos os países membros da Interpol.
Ao ter o nome incluído na lista de difusão vermelha, a pessoa pode ser presa por qualquer força policial do país em que esteja a partir de um pedido de prisão preventiva do escritório do país de origem do criminoso. Se aceito, mais informações são repassadas ao país da prisão e também é solicitada a extradição do indivíduo, com a Interpol entregando o procurado para a polícia local ou cuidando ela mesma da operação de transporte e entrega do fugitivo para a Polícia Federal.
Brasileiros procurados pela Interpol
Total 98
Rio Grande do Sul 18
Minas Gerais 13
Paraná 10
Goiás 9
Rio de Janeiro 9
São Paulo 8
Mato Grosso do Sul 6
PR possui 27,3 mil mandados de prisão em aberto
Divulgado no final do ano passado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) apontou um cenário preocupante para o sistema carcerário paranaense. O estado contaria com uma população prisional de 51,7 mil pessoas, a terceira maior do país, ao passo que existem apenas 18.365 vagas no sistema prisional (taxa de ocupação de 281,5%).
O cenário, contudo, poderia ser bem pior. Segundo informações do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), sítio mantido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem hoje 27.305 mandados de prisão em aberto no Paraná, a maioria (26.351) expedidos pelo Tribunal de Justiça (TJ-PR).
Para se ter noção do que isso representa, somente 69 dos 399 municípios do Paraná possui uma população maior do que o número de procurados pela Justiça, segundo estimativa do IBGE. Além disso, se tais mandados fossem cumpridos, fariam aumentar em 52,8% a população prisional do estado, que saltaria para 79 mil. (Com Bem Paraná)