Paraná

Justiça condena 13 pessoas em processo que investiga desvios de recursos públicos na UFPR

Justiça condena 13 pessoas em processo que investiga desvios de recursos públicos na UFPR

O juiz federal Marcos Josegrei da Silva condenou treze investigados em um processo da Operação Research, que investiga fraudes no repasse de bolsas e de auxílios à pesquisa pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

 

Entre os condenados estão a a ex-chefe do setor de Orçamento e Finanças, Conceição Abadia Mendonça, condenada a 17 anos e oito meses de reclusão, e a ex-secretária da pró-reitoria de Planejamento e Orçamento, Tânia Márcia Catapan, condenada a 16 anos e seis meses de reclusão.

 

As duas vão responder pelos crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro e tinham sido presas pela Polícia Federal (PF) em fevereiro de 2017 e foram soltas no mesmo ano. Em março de 2018, elas foram demitidas da universidade.

 

No caso específico de Conceição Abadia Mendonça, as investigações apontam que ela se valeu do cargo para tirar proveito pessoal ou de outros, se aproveitando da função pública, além de utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particulares. Conceição prestou serviços por mais de 40 anos na UFPR, conforme as investigações.

 

Outros 21 investigados no processo foram absolvidos pelo juiz.

 

R$ 7,3 milhões desviados

 

A investigação aponta desvios de pelo menos R$ 7,3 milhões em bolsas de pesquisa para 27 pessoas entre 2013 e 2016. O dinheiro desviado, conforme o juiz, financiou cruzeiros marítimos, joias, roupas, viagens e jantares aos investigados.

 

"No caso, parte desses valores deveria ser devolvida à sociedade sob a forma de bolsas para estudantes e pesquisadores. Mas foi usada para permitir o deleite pessoal de um pequeno grupo de criminosas, algumas delas travestidas de servidoras públicas e suas familiares e amigas próximas", declarou o juiz.

 

Na sentença, Marcos Josegrei destacou ainda que o mecanismo que envolvia o esquema era relativamente simples e que funcionava em procedimentos de pagamentos de bolsas que eram submetidos ao pró-reitor e à pró-reitora substituta de pós-graduação da UFPR para que fossem aprovados e encaminhados para quitação.

 

Na sequência, os valores pagos mensalmente para nomes e dados bancários de pessoas das relações pessoais das líderes e agenciadoras do esquema que não tinham nenhuma relação com a universidade.

 

"O estratagema, conquanto rudimentar, funcionou mensalmente sem que fosse detectado por qualquer sistema de controle interno da UFPR, até ser descoberto com relativa facilidade pela Controladoria Geral da União em inspeção realizada no segundo semestre de 2016", declarou o juiz.

 

 

 

 

 

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