Gaeco deflagra operação contra empresários suspeitos de fraudar licitações para uniformes de crianças
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou uma operação contra um grupo de empresários suspeito de constituir empresas para fraudar licitações municipais. A ação cumpriu, nesta terça feira (9 de julho), cinco mandados de prisão temporária e 20 de busca e apreensão em cidades do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso.
A operação foi denominada Cartas Marcadas foi realizada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) em Londrina, no norte do Paraná, com a participação de promotores de Telêmaco Borba. Os empresários ainda são investigados por falsidade ideológica, uso de documentos falsos e associação criminosa.
Os mandados de prisão foram cumpridos contra cinco pessoas da mesma família. Já os mandados de busca foram cumpridos nos seguintes lugares: oito em Indaial e um em Joinville, em Santa Catarina; sete em Campo Mourão, no centro-oeste, três em Maringá, no norte do Paraná; e um em Várzea Grande, no Mato Grosso.
Segundo o Gaeco, os empresários investigados participaram de licitações municipais, principalmente em processos para o fornecimento de uniformes escolares. O MP-PR identificou 17 municípios em que o grupo participou de concorrências.
Conforme as investigações, , as empresas pertenciam a pessoas ligadas entre si, por parentesco ou amizade, e algumas delas tinham inclusive o mesmo representante. Dessa forma, elas conseguiam violar o sigilo e fraudar a concorrência.
APURAÇÃO
As investigações contra esse grupo de empresários começou depois de uma denúncia feita pela Prefeitura de Londrina.
O município abriu uma licitação no segundo semestre de 2018 para compra de uniformes escolares e ao analisar a documentação das empresas concorrentes os servidores descobriram algumas irregularidades.
"Percebemos algumas coincidências entre as empresas, como erros ortográficos, letras, endereços e e-mails parecidos. Ao consultarmos os dados na internet, não achamos as fábricas nos endereços indicados e, ao avaliarmos as redes sociais, descobrimos que os empresários eram amigos ou parentes. Desconfiados, os nossos servidores foram até Indaial e lá se confirmou a fraude. O edital foi suspenso e o relatório foi entregue ao Ministério Público", explicou o secretário de Gestão Pública, Fábio Cavazotti.
O secretário informou que os empresários foram encontrados todos trabalhando em um único imóvel, confirmando a irregularidade.
"Isso prejudicou o município de Londrina e os alunos das escolas municipais, porque atrasou a entrega dos uniformes", pontuou o secretário.
Além do cumprimento dos mandados, a Justiça determinou a suspensão de contratos de dez empresas do grupo, com a proibição dos investigados de participarem de novas licitações.