Laranjeiras - Laranjeirense diz que matou ex-PM por que foi humilhado e teve o dedo amputado
A Delegacia de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, prendeu e apresentou nesta nesta sexta-feira (25), Erikson Piaceski, de 40 anos, o “Guga”, que assumiu ter matado o ex-policial militar Rodrigo Lourenço Barbosa, de 36 anos, no dia 25 de dezembro.
Piaceski disse que matou porque foi humilhado por Barbosa, que teria lhe amputado o dedo dias antes, tido um caso com sua esposa e ainda gasto, com a ajuda dela, cerca de R$ 6 mil em seu cartão de crédito. O ex-PM foi morto na própria casa, a facadas. A polícia não descarta a participação de outras pessoas no crime
Em depoimento, Piaceski, conhecido como Guga, disse que ele era amigo de Barbosa e também de outro ex-policial militar, Rodrigo Jaques de Souza, que morava junto com a vítima. Segundo o delegado Michel Carvalho, Guga admitiu que foi até a casa de Barbosa, no dia do Natal, para tirar satisfações.
“Este crime envolve amizade do Guga e do Barbosa, relacionamento com traição da mulher do acusado e muito uso de drogas. Tudo começou no dia 22 de dezembro quando o Rodrigo Barbosa foi até a casa do Guga e lá teria ameaçado ele e todos que estavam no local. Neste dia, o Rodrigo teria amputado o dedo de Gugu. A mulher do Gugu saiu de lá com o Rodrigo e ficaram dois dias em motéis, tendo relações, usando drogas e gastando o cartão de crédito do acusado, porque ela tinha a senha. No dia do Natal, Guga foi até a casa do Rodrigo e lá o matou a facadas”, disse o delegado.
Autor falou
Na delegacia, diante da imprensa, Guga assumiu que matou Rodrigo e disse que fazia questão de dizer que fez isso em legítima defesa. “Fui humilhado, tive o dedo amputado pelo Rodrigo, descobri que ele tinha um caso com minha mulher e ainda que gastou R$ 6 mil no meu cartão. Fui até a casa dele tirar satisfação. Lá, eu sabia que ele tinha armas e quando ele foi pegar uma, o matei a facadas. Foi legítima defesa”, disse o acusado.
O acusado disse que no dia 22, Rodrigo teria ido até a sua casa e mandado escolher entre o dedo ou a vida. “Éramos amigos, mas não sabia que estava tendo um caso com minha mulher. Neste dia, ele foi em casa, mandou minhas visitas irem peladas para o banheiro e, do lado de fora, ficou só eu e e minha mulher. Daí ele falou que era pra eu escolher se queria perder o dedo ou a vida. Amputou meu dedo e fiquei agonizando e implorando pra que me deixasse buscar socorro. Só depois de duas horas pude ir na UPA com o dedo pendurado”, contou na delegacia.
Outro amigo
Segundo o delegado, ficou provado que o amigo de Barbosa, que morava com ele, o ex-PM Rodrigo Souza, não estava na cidade de São José dos Pinhais no dia do crime. “Levantamos que Rodrigo Souza estava na praia neste dia, inclusive ele tinha mentido ao Gugu sobre seu paradeiro naquela ocasião. Imaginamos que, se o Souza estivesse na casa naquele momento, também teria sido morto por Guga, já que há a informação que a traição da esposa teria o envolvimento dele também, num triângulo”, completou o delegado.
Guga diz que agiu sozinho, mas a polícia acredita na participação de outras pessoas no crime. “Temos o nome do dono do veículo utilizado para desovar o corpo e esta pessoa está foragida. Vamos continuar buscando os outros envolvidos”, disse Carvalho.
O Crime
Rodrigo foi visto pela última vez no dia 23 de dezembro, quando ligou para irmã e pediu dinheiro emprestado. Dias depois, um vídeo misterioso foi mandado para a família com imagens do quarto do ex-soldado, todo revirado e com manchas de sangue em um colchão.
Depois de 10 dias desaparecido, o corpo de Rodrigo Barbosa foi encontrado em um saco plástico, no dia 2 de janeiro, em uma estrada de São José dos Pinhais.
Rodrigo atuava no 22º Batalhão da Polícia Militar, em Colombo. Ele ingressou na corporação em 2012 e foi excluído em 2018 por deserção, no entanto, chegou a responder a outras questões disciplinares e criminais enquanto ainda estava na PM.(Com BandaB)