Laranjeiras - Equipe do Programa ‘Minha Escola Tem Saúde’ vai apresentar aos pais o resultado da triagem
As secretarias de Educação e Saúde de Laranjeiras do Sul vêm desenvolvendo, desde 2017 o programa "Minha Escola Tem Saúde", que visa promover a saúde, prevenir doenças e identificar as crianças que necessitam de acompanhamento ou tratamento de agravos de saúde.
Num primeiro momento, os alunos passaram por avaliação do estado nutricional, avaliação do consumo alimentar, avaliação de enfermagem, análise da carteirinha de vacina, triagem bucal, triagem oftalmológica, triagem auditiva e avaliação do desenvolvimento motor. A segunda etapa do programa é discutir junto aos pais, em reuniões no ambiente escolar, sobre os principais agravos identificados, visando promover a saúde das crianças e de suas famílias.
ESTADO NUTRICIONAL
Em 2019, foram avaliadas 3.221 crianças da rede municipal de ensino e, seguindo o perfil encontrado nos anos anteriores, 27,5% dos alunos encontram-se classificados com excesso de peso (sobrepeso ou obesidade) e, 1,52% com magreza. As crianças avaliadas e diagnosticadas com magreza ou obesidade receberam no mesmo dia da avaliação, o encaminhamento para agendar acompanhamento nutricional da Unidade Básica de Saúde (UBS). “Entretanto, através do levantamento dos atendimentos nutricionais foi observado que das 397 crianças identificadas com obesidade, apenas 118 (30,65%) passaram por consulta com nutricionista de 2017 a 2019. Destas, apenas 38 crianças foram atendidas este ano, ou seja, apenas 9,5% das que já se encontram com obesidade. Além disso, outro fato revelado neste levantamento foi que a grande maioria não tem aderido ao tratamento, não retornando para acompanhamento”, afirmou a Nutricionista Thaise de Almeida Granzotto.
Quanto ao inquérito sobre o consumo alimentar, realizado com as crianças acima de 5 anos, este revela o alto índice do consumo de alimentos processados e ultraprocessados, como exemplo presunto, mortadela, salsicha, salame, macarrão instantâneo, refrigerantes, sucos artificiais, sucos de caixinha, salgadinhos, biscoitos com ou sem recheio, guloseimas, entre outros e, o baixo consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, verduras, legumes e feijão.
“Vale ressaltar que o enfrentamento da obesidade infantil demanda ações e políticas públicas, mas também necessita do envolvimento da família na responsabilidade frente à saúde de suas crianças. Portanto, é imprescindível que os pais tenham consciência dos prejuízos que a má alimentação e o sedentarismo acarretam na saúde dos seus filhos, principalmente em longo prazo, pois a obesidade infantil está ligada diretamente ao desenvolvimento da hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer”, afirmou o Secretário de Saúde Valdemir Scarpari.
CARTEIRA DE VACINA
Outro dado que chamou atenção é em relação a atualização da caderneta de vacinação. Neste ano, foram avaliadas 2.256 carteirinhas. Pelos números apresentados, 355 ou 15,73% das crianças laranjeirenses estão com as cadernetas desatualizadas. Em 2018, foram avaliadas 1984 carteirinhas. Deste número 390 (19,65%) estavam desatualizadas.
DESENVOLVIMENTO MOTOR
Este comportamento foi avaliado nas crianças do Berçário ao Jardim 2. Quatro casos foram descobertos e encaminhados para o atendimento médico. Para a Fisioterapeuta da Secretaria de Saúde, Marina Almeida Moraes, o que chamou atenção são casos de crianças com dificuldades na agilidade ou coordenação motora. “Isso reflete uma mudança de hábito que vem acontecendo. Nós percebemos que as crianças de hoje ficam mais tempo dentro de casa na frente da TV, usando celular ou Tablet. Precisamos resgatar os hábitos de anos anteriores, onde a gente tinha crianças brincando fora de casa, andando de bicicleta, correndo, jogando bola e subindo em árvores. Essa mudança está refletindo nas habilidades motoras delas”, disse a fisioterapeuta.