Facebook muda política de privacidade e usuário poderá deletar dados
Mergulhado em um escândalo envolvendo a utilização irregular de dados que já significou a perda de US$ 100 bilhões em valor de mercado em menos de duas semanas, o Facebook anunciou nesta quarta dia 28, uma série de mudanças na política de privacidade para dar aos usuários mais controle sobre suas informações.
Antes da entrada em vigor da nova regulação da União Europeia sobre proteção de dados, em maio, a rede social vai incluir um novo menu que permitirá editar informações que os usuários compartilham e deletar dados. Também possibilitará que baixem seus dados e transfiram para outros serviços.
"A última semana mostrou o quanto precisamos trabalhar para garantir que nossas políticas sejam respeitadas, e ajudar as pessoas a entender como o Facebook funciona e as escolhas que elas têm sobre seus dados. Temos escutado que as configurações de privacidade e outras ferramentas importantes são difíceis de encontrar", afirmaram, em comunicado, Erin Egan, vice-presidente responsável pela privacidade do Facebook, e Ashlie Beringer, diretora jurídica adjunta da rede social.
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Segundo os executivos, a maioria das atualizações já estava em andamento há algum tempo, mas os eventos dos últimos dias ressaltaram sua importância.
As modificações surgem após o aplicativo "thisisyourdigitallife" ter capturado dados de 50 milhões de pessoas, que teriam sido usados pela consultoria Cambridge Analytica para favorecer a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2016.
O menu de configurações do Facebook em dispositivos móveis foi redesenhado. Em vez de as ferramentas ficarem distribuídas em quase 20 diferentes telas, elas agora estão acessíveis em um único lugar.
"Nós também eliminamos configurações ultrapassadas, então está claro quais informações podem ou não ser compartilhadas com apps", disseram Egan e Beringer.
O Facebook criou também o novo recurso "Atalhos de Privacidade", um menu onde, segundo a rede, será possível que o usuário gerencie seus dados em alguns cliques, com explicações sobre como os controles funcionam.
A partir do atalho o usuário poderá:
- Adicionar mais camadas de proteção à sua conta, como a autenticação de dois fatores. Se o recurso for ativado e alguém tentar fazer login na sua conta de um dispositivo que o Facebook não reconheça, o usuário receberá uma solicitação para confirmar se foi ele mesmo;
- Revisar o que compartilhou e excluir. Isso inclui publicações compartilhadas ou às quais reagiu, solicitações de amizade enviadas e pesquisas feitas no Facebook;
- Controlar os anúncios que vê, gerenciando as informações que a rede social usa para mostrar propaganda; as preferências explicam como funcionam os anúncios e as opções que o usuário tem;
- Gerenciar quem vê suas publicações e informações de perfil.
Pela página "Acesse Sua Informação", os usuários poderão acessar e gerenciar seus dados, como publicações, reações e comentários, além de temas pesquisados na plataforma, podendo excluir qualquer coisa da sua linha do tempo ou perfil que não queira que esteja mais no Facebook.
A rede social diz também ter tornado mais fácil o download que o usuário faz de suas informações. "Você pode fazer o download para ter uma cópia de segurança, ou transferir os dados para outro serviço. Isso inclui fotos, contatos que você adicionou à sua conta, postagens da sua linha do tempo e mais."
MAIS MUDANÇAS
O Facebook disse ainda que, nas próximas semanas, vai propor atualizações dos termos de serviço da plataforma, incluindo o compromisso da rede social com as pessoas.
Também devem atualizar sua política de dados para detalhar melhor quais informações são coletadas e como são usadas pela rede. "Essas atualizações são para aumentar a transparência, e não para obter permissão para coletar, usar ou compartilhar dados", escreveram Egan e Beringer.
"Estamos trabalhando com reguladores, legisladores e especialistas em privacidade nestas ferramentas e atualizações."
O Facebook deve compartilhar também em breve atualizações sobre medidas anunciadas pelo presidente-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, na semana passada.
As seis medidas incluem investigar todos os aplicativos que tiveram acesso a grandes quantidades de informações antes de uma mudança feita em 2014 para reduzir o acesso a dados, fazer auditoria nos apps de atividade suspeita, informar as pessoas que foram afetadas por aplicativos que fizeram mau uso de seus dados, mudar os dados que um app pode pedir para logar a partir do Facebook (apenas nome, foto de perfil e endereço de email serão fornecidos), entre outras mudanças. (Com Folhapress)