Diferença de preços do material escolar pode ultrapassar 260%; fuja das ciladas
A diferença dos preços de itens de material escolar pode ultrapassar 260% em São Paulo,de acordo com pesquisa Procon-SP.
Como o começo do ano é um período de gastos altos com esses e outros itens, o segredo para escapar das ciladas é fazer a tarefa de casa: pesquisar. Com os abusos cometidos pelo comércio nessas épocas de alta demanda, o órgão de defesa do consumidor paulista fez um levantamento com os valores dos principais produtos de referência usados pelos estudantes. E a lista facilita a vida de quem vai precisar desembolsar alguns tostões neste começo de ano letivo.
A maior diferença encontrada foi nos preços da caneta esferográfica com a ponta de 1 mm da marca Compactor. O mesmo produto aparece em lojas diferentes por R$ 2,90 e por R$ 0,80, uma diferença em valor absoluto de R$ 2,10 (ou 262,5%).
O levantamento dos preços de material escolar foi realizado pelo núcleo de pesquisa da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor no período de 06 a 08 de dezembro de 2022 em oito sites de compras: Amazon, Americanas, Gimba, Kalunga, Lepok, Livrarias Curitiba, Magazine Luiza e Papelaria Universitária.
Pela pesquisa, o órgão ainda constatou a alta média de 13,95% no preço dos materiais ante dezembro de 2021, avanço acima da inflação. O IPC-SP (Índice de Preços ao Consumidor de São Paulo), referência para a inflação no mercado paulista, apontou alta de 7,35% no mesmo período.
Ou seja, a escalada dos preços da categoria no último ano ficou 6,6 pontos percentuais acima do índice inflacionário.
Foram comparados os preços de 80 itens relativos aos seguintes tipos de produtos: apontador de lápis, borracha, caderno, caneta esferográfica, caneta hidrográfica, cola, giz de cera, lápis de cor, lápis preto, lapiseira, marca texto, massa de modelar, papel sulfite, refil para fichário, régua, tesoura e tinta para pintura a dedo.
Dicas para o consumidor
Antes de ir às compras, o Procon-SP sugere verificar quais produtos da lista de material o consumidor já tem em casa e se estão em condição de uso para reaproveitá-los neste ano. Em tempos de inflação, evitar compras desnecessárias é a melhor saída para a alta dos preços.
Outra dica é entrar em contato com outros pais e responsáveis, talvez até com a escola, para checar se é possível a troca de livros didáticos entre alunos. Assim, o veterano passa o seu material antigo e já sem uso para o estudante mais novo. Um alívio para o bolso e para o lixo.
Outra recomendação do órgão é buscar estabelecimentos que ofereçam descontos para grandes quantidades e se organizar com outros consumidores para fazer uma compra coletiva. Mas existem também direitos que devem ser observados. A eles:
- o comércio pode praticar preços diferenciados em função do instrumento de pagamento, como dinheiro, cheque, cartão de débito e cartão de crédito. Não pode, no entanto, recusar o pagamento de um meio que esteja devidamente anunciado como aceito pelo estabelecimento;
- as escolas não podem exigir a aquisição de qualquer material escolar de uso coletivo (materiais de escritório, de higiene ou limpeza, por exemplo), conforme determina a Lei nº 12.886.
Por - Valor Investe