Sob pressão dos caminhoneiros, Infraestrutura confirma suspensão da tabela do frete
A expectativa é que a tabela, publicada na última quinta-feira (18) e que levou à mobilização de dezenas de grupos de caminhoneiros no WhatsApp prometendo paralisações por conta do valor considerado baixo, seja suspensa até quarta-feira (24).
Na data, está marcada uma reunião entre o governo e líderes da categoria. No domingo (21), a Folha de S.Paulo revelou que caminhoneiros passaram a circular nos grupos de Whatsapp mensagens atribuídas ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, direcionadas a caminhoneiros e informando que a tabela seria revista. A gravação também admitiria um erro do governo na elaboração das tabelas.
Nesta segunda-feira (22), circulam vídeos de paralisações nos grupos de WhatsApp, ao mesmo tempo em que parte dos participantes se dizem frustrados com o tamanho abaixo do esperado para os atos.
Insatisfeitos
Para a Banda B, o líder da categoria Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, disse que os cálculos não levaram em consideração as últimas reivindicações da categoria. “Foi uma surpresa quando saiu a resolução, mas para mim porque eu já esperava isso. Eu não participei de nenhum encontro e já imaginei que essas audiências seriam apenas um circo porque já sabiam o que seria colocado. Nós que trabalhamos com cargas a granel e silo pressurizado levamos nosso estudo e tabela, mas nunca aceitaram esses números. Ali estava o custo e remuneração, o que não tem na tabela”, descreveu.
Na prática, para os caminhoneiros, a metodologia do cálculo da tabela do frete mínima não contempla o lucro. “Os valores têm apenas o custo. Para colocar uma tabela dessas, o Brasil primeiro precisa de uma reeducação de consciência. Nenhum embarcador e pouquíssimos empresários, donos de grandes transportadoras que repassam cargas para o autônomo, vão colocar um lucro para o caminhoneiro. Nessa tabela tem apenas o custo, somente o que o caminhoneiro gasta, não tem como trabalhar dessa forma”, detalhou. (Com Agência Brasil)