Petrobras cai mais de 5% após Bolsonaro criticar política de preços
O principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em queda nesta segunda-feira (7), em sessão mais uma vez pautada por temores globais de estagflação decorrentes do conflito na Ucrânia.
Às 15h23, o Ibovespa recuava 1,83%, a 112.374 pontos. Veja mais cotações.
A Petrobras era destaque de queda, recuando 5,14% perto do mesmo horário, depois que o presidente Jair Bolsonaro criticou a política de preços da estatal e afirmou que discutiria ainda nesta segunda medidas para conter a alta para o consumidor.
Já o dólar é negociado com instabilidade.
Na sexta-feira, a bolsa fechou em queda de 0,60%, aos 114.474 pontos, mas acumulou alta de 1,18% na semana. No ano, o avanço é de 9,21%.
Cenário
No exterior, as bolsas europeias tinham uma sessão de perdas acentuadas. Já os preços do petróleo chegaram perto de US$ 140 nesta segunda-feira, depois que a Casa Branca afirmou que estava discutindo com outros países uma proibição da importação de petróleo russo.
A guerra na Ucrânia tem provocado uma escalada nos preços das commodities e da energia, elevando os temores de um aumento da inflação global.
A Rússia é o principal exportador mundial de petróleo e produtos petrolíferos combinados, com exportações de cerca de 7 milhões de bpd, ou 7% do fornecimento global. Analistas do Bank of America disseram que, se a maior parte das exportações de petróleo da Rússia fosse cortada, poderia haver um déficit de 5 milhões de barris por dia (bpd) ou mais, e isso significa que os preços do petróleo poderiam atingir os 200 dólares.
No fim de semana, Visa, Mastercard, PayPal, FedEx, Airbnb, Inditex, American Express, TikTok, PwC, KPMG e Netflix engrossaram a lista de empresas que estão suspendendo as operações na Rússia em meio aos conflitos com a Ucrânia. A Shell reafirmou que interrompeu a maior parte de suas atividades que envolvem o petróleo russo, mas ressaltou que segue adquirindo a commodity e outros derivados para algumas refinarias e plantas químicas “para garantir a produção de combustíveis e produtos essenciais dos quais as pessoas e as empresas dependem todos os dias”.
Projeções para o Brasil
Os economistas do mercado financeiro elevaram pela oitava semana seguida a estimativa de inflação para 2022 e também passaram a projetar uma alta maior do nível de atividade neste ano.
Para o IPCA, a expectativa dos analistas dos bancos subiu de 5,60% para 5,65% em 2022. Já a previsão para alta do PIB avançou para 0,42%.
O mercado manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia em 12,25% ao ano para o fim de 2022. Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano.
A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 recuou de R$ 5,50 para R$ 5,40. Para o fim de 2023, caiu de R$ 5,31 para R$ 5,30 por dólar.
Por - G1