Três Barras do Paraná - Operação Contra Megaesquema de Tráfico
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A cidade de Três Barras do Paraná, no Oeste do estado, foi um dos focos principais de uma grande operação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrada na manhã desta terça-feira (15). A ação faz parte do combate a uma organização criminosa envolvida no tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro, que utilizava municípios da região Sudoeste e Oeste como rotas estratégicas para o escoamento de entorpecentes.
Além de Três Barras do Paraná, os mandados também foram cumpridos em Francisco Beltrão e Manfrinópolis, no Paraná, e em Chapecó, em Santa Catarina. Ao todo, são 37 mandados judiciais, incluindo 13 prisões preventivas e 24 ordens de busca e apreensão. A operação conta com cerca de 120 policiais civis, apoio aéreo de helicóptero da PCPR e a atuação de cães farejadores para auxiliar nas diligências.
Três Barras na rota do tráfico
As investigações apontam que a organização criminosa utilizava áreas rurais e estruturas logísticas próximas a cidades como Três Barras do Paraná para o armazenamento temporário de grandes carregamentos de maconha oriundos da fronteira. A droga era, em seguida, distribuída para outros estados, sendo Santa Catarina o principal destino identificado até o momento.
A investigação teve início em junho de 2023, após a apreensão de cinco toneladas de maconha em Francisco Beltrão pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Desde então, a PCPR mapeou as ações do grupo, que movimentou mais de 52 milhões de reais através de empresas e contas bancárias de terceiros. Muitas dessas movimentações ocorreram em cidades da região, incluindo Três Barras do Paraná.
Lavagem de dinheiro com fachada empresarial
As investigações revelaram que parte do esquema de lavagem de dinheiro acontecia por meio de empresas com fachada legal, atuando nos setores de alimentação, entretenimento, transporte, hotelaria e cosméticos. As transações financeiras eram feitas em nome de laranjas, e os valores depositados serviam para mascarar a origem criminosa dos recursos.
Segundo a delegada Franciela Alberton, da PCPR, a rede criminosa contava com sofisticadas manobras de dissimulação financeira, incluindo o uso de contas bancárias de pessoas jurídicas distintas para efetuar pagamentos e movimentações diretamente ligadas ao tráfico de drogas.
Apreensões recentes reforçam vínculo com Três Barras
Em fevereiro deste ano, uma nova carga de cinco toneladas de maconha foi interceptada pela Polícia Civil de São Paulo. A droga estava escondida entre sacos de farinha e seria entregue em Goiás. Em março, o casal responsável pela aquisição da droga foi preso em Goiânia pela Polícia Civil do Distrito Federal.
No início de abril, outra carga significativa, com 2,8 toneladas de maconha, um fuzil e uma pistola, foi apreendida em Simão Pereira, em Minas Gerais. O caminhão utilizado na operação pertencia a uma das empresas ligadas à organização. As apurações indicam que o ponto de partida da carga está diretamente relacionado à rede de distribuição que envolve municípios como Três Barras do Paraná.
A operação desta terça-feira representa um avanço importante no combate ao narcotráfico estruturado na região Oeste e Sudoeste do Paraná. Reforça ainda a relevância de Três Barras do Paraná dentro da logística do crime organizado, justificando a forte presença das forças policiais no município durante as ações.
Por Catanduvas em Foco