Como descobrir se você tem alergia ao pólen
Imagina você receber flores de alguém e começar a ter uma reação alérgica inesperada. Nada romântico, não é mesmo?
A alergia ao pólen é um problema respiratório muito comum que, principalmente no outono, inverno e primavera, pode trazer incômodos e prejudicar a saúde dos pulmões, pele e mucosas internas do nariz e dos olhos.
O que é o pólen?
Descubra sintomas respiratórios causados pela alergia ao pólen — Foto: Unsplash
O pólen é uma estrutura produzida pelas angiospermas (plantas com flores e frutos) e gimnospermas (plantas com sementes nuas) para a reprodução, chamados de micrósporos, que contêm o gametófito masculino capaz de produzir os gametas; ou seja, seriam como “espermatozoides” que são disseminados através do vento e dos insetos pela flora.
Não são todos os tipos de grãos de pólen que são alergênicos, mas as gramíneas, presentes na maioria dos biomas brasileiros, são umas das principais causadoras da alergia ao pólen.
O Prof. Dr. Carlos Machado, médico da Família e clínico geral especialista em Medicina Preventiva, explica como o corpo reage aos componentes químicos e externos os quais entra em contato e por que isso causa a alergia:
“Temos que lembrar que pode haver alergia a tudo o que comemos, inalamos ou que entra em contato com a nossa pele. Um exemplo são os gases em produtos químicos ou de limpeza que nós respiramos e já podem irritar a nossa pele, nosso pulmão, olhos e nosso nariz. A alergia é o resultado dessa irritação em contato com qualquer produto ou agente que o nosso corpo não gosta”, explica o médico.
Esses componentes, ao entrarem em contato com as vias aéreas e as mucosas da boca e do nariz, causam uma reação inflamatória e o corpo começa a criar defesas para suprimir os agentes invasores.
“Na época da primavera e do outono, existe muito pólen que pode causar essa reação alérgica, causando muita rinite, conjuntivite, ou a garganta fica irritada… quem tem problema no pulmão pode ouvir ele começar a chiar, o que a gente chama de broncoespasmo. Todas as alergias vão desencadear um processo inflamatório, seja ao pólen, à poeira, a gases tóxicos, principalmente nas mucosas, que são as peles mais frágeis do corpo”, esclarece o doutor.
Se você desconfia que pode sofrer de alergia ao pólen, mas não sabe identificar os sintomas, existem alguns deles mais comuns que ficam bastante evidentes:
- vermelhidão nos olhos
- coceira no nariz e na garganta
- rinite e conjuntivite
- tosse seca
- olhos lacrimejando
- espirros
- falta de ar
- coriza
- prurido (coceira na pele)
- urticária (lesão na pele com coceira e inchaço)
Algumas pessoas apresentam maior sensibilidade para alergias atópicas, com quadros clínicos ou crônicos de doenças respiratórias, mas, em geral, a alergia ao pólen pode ser identificada pela reação a alérgenos inalados, por isso a reação direta em vias respiratórias.
Quando criança, é mais comum identificarmos tipos de alergias por conta do sistema imunológico estar bastante ativo e responder mais rapidamente a estímulos. No entanto, também é possível chegar na fase adulta e perceber algumas reações que você antes não percebia, identificando possíveis alergias em diagnósticos futuros.
Mas é importante procurar um especialista para fazer a análise correta e os exames necessários para evitar qualquer risco ou dúvida. O doutor Carlos Machado indica sempre um bom clínico geral para acompanhar o quadro do paciente e dar as devidas orientações:
“A consulta com o clínico geral, que é o grande maestro da medicina, capaz de conhecer todas as áreas, é importantíssima. Ele é quem vai saber dar um diagnóstico correto ou solicitar os devidos exames complementares para descobrir se existe alergia ou não. É preciso ir, pelo menos, três vezes ao ano em uma consulta médica para investigar se a pessoa tem algum problema, e recorrer aos devidos cuidados”.
Por - GQ