Uma viagem de volta para casa deveria ser, por definição, uma jornada de alívio. Um retorno ao conhecido, ao conforto do lar, à esperança cotidiana.
Mas para um grupo de mulheres e uma criança recém-nascida, essa travessia se transformou em trauma. No interior do Paraná, um acidente envolvendo um veículo da Secretaria de Saúde do Município de Quedas do Iguaçu deixou marcas profundas: vidas interrompidas, corpos feridos, e a memória de uma tarde que jamais deveria ter terminado assim.
A estatística por si só já é contundente: o Brasil registra cerca de 30 mil mortes por acidentes de trânsito por ano, segundo dados do Ministério da Saúde. Dessas, uma parcela significativa envolve serviços de transporte público ou oficial. E entre os que sobrevivem, não raro, ficam as sequelas físicas e emocionais. Neste caso, havia esperança no ar. Um nascimento recente. Uma família que retornava do hospital com o brilho nos olhos de quem testemunhou a chegada de uma nova vida.
A condição humana é frágil. Vivemos sob a ilusão de controle, de que é possível planejar o próximo passo. Mas basta um desvio inesperado, uma escolha imprudente, para que a existência se desfaça em pedaços. E foi isso que aconteceu naquele dia, quando o motorista, segundo relatos, desviou a rota e demonstrava comportamento alterado. O carro bateu contra uma árvore. A nenêm, que havia nascido há poucos dias, morreu na hora. Uma senhora que também estava no carro faleceu dias depois, em decorrência dos ferimentos. As demais passageiras foram socorridas com ferimentos.
A mãe da bebê, descreveu a cena: “A minha filha faleceu. Ela faleceu na hora. Um homem pegou eu e a minha nenêm e levou para o hospital. […] O motorista estava com cheiro de álcool, ele entrou numa lanchonete. Quando nós passamos pela polícia, ele falou para nós colocar o cinto, aí ele falou para tirar o cinto. Não tinha nenhuma cadeirinha para a nenêm”.
Outra mulher que estava no carro reforçou os sinais de imprudência: “Ele soltava do volante para abrir a garrafa de água. Ele colocava a mão na nuca, parecia que estava cansado. Estava em alta velocidade. […] Ele não passou segurança em nenhum momento, pânico ele passou muito para nós”.
Esses testemunhos revelam mais que um acidente: mostram a negligência de um sistema que deveria proteger. O veículo era público. O motorista, um servidor. A responsabilidade, portanto, também é institucional.
A sentença judicial reconheceu essa culpa. A Justiça condenou o Município de Quedas do Iguaçu a indenizar as vítimas por danos morais, estéticos e materiais. A decisão fala da dor, mas também do direito de ser reparado. Ainda que nenhuma quantia seja capaz de devolver o que foi perdido.
Entre as cicatrizes físicas, uma mulher relata que não consegue mais trabalhar. A cirurgia no braço direito deixou sequelas permanentes. Entre as emocionais, há a ausência da filha, o medo de pegar um carro oficial novamente, a sensação de abandono.
Mas mesmo na dor, brota uma centelha de coragem. A mãe que perdeu a filha contou sua história. Buscou justiça. Resistiu. Como tantas outras mulheres que, diariamente, enfrentam os escombros de um sistema negligente com a firmeza de quem sabe que a verdade também é uma forma de amor.
Não se trata apenas de responsabilizar culpados, mas de aprender a olhar com mais cuidado. Porque cada trajeto rotineiro, cada volta para casa, carrega dentro de si o desejo humano mais essencial: chegar com vida.
Por - CGN
Na sexta-feira dia 23, o Centro de Cultura de Quedas do Iguaçu recebeu público, artistas e estudantes para três ações financiadas pela Lei Aldir Blanc 2024: a final do Concurso de Poemas – projeto de Maria Blaca, a abertura da Exposição Cultural produzida por Lemane Pereira e a exibição especial da “Session” do artista Solivan Brugnara, produzida por Joel Ramos.
Concurso de Poemas
Com 30 inscritos dos ensinos Fundamental e Médio, o certame anunciou os seguintes vencedores:
Categoria 1º lugar 2º lugar 3º lugar
Ensino Fundamental Lariny Maria Borges da Luz – Col. Cívico Alto Recreio Maria Eduarda da Silva – Col. Busato Manuela de Oliveira Prudêncio
Ensino Médio Aline Mariane Kuffel – Col. Lageado Bonito Laura Gasparetto – Col. Anchieta Joice Staszewski – Col. Anchieta
Exposição Cultural
A mostra coletiva reúne obras de 5 artistas quedenses e recebeu, inscrições de obras de 120 alunos. As obras permanecem expostas até 1º de junho, com entrada gratuita.
“Session” de Solivan Brugnara
Paralelamente, o público pôde conhecer as músicas do artista Solivan Brugnara, na Green Session, produzida pelo Quedense Joel Ramos
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Serviço
• Exposição aberta até 01/06, de segunda a sexta, 8h–17h
• Local: Centro de Cultura de Quedas do Iguaçu – Av. Tarumã, 1880
• Entrada franca
Realização: Associação do Centro de Cultura de Quedas do Iguaçu | Ministério da Cultura | Governo Federal – Brasil União e Reconstrução.
Fotos: Bruno Caimi e Lemane Pereira
No bairro John Kennedy, um homem, de 52 anos, foi preso em flagrante após efetuar diversos disparos de arma de fogo contra uma vítima, de 36 anos. Os envolvidos eram conhecidos e os disparos foram realizados após um desentendimento motivado por consumo de bebida alcoólica, de acordo com a Polícia Civil.
A vítima foi socorrida ao hospital com ferimentos graves no tórax e na perna. A equipe da Polícia Militar localizou o autor ainda no local. Um revólver calibre.38, munições, uma faca e uma pedra utilizada durante o crime foram apreendidos. O homem foi preso e encaminhado à Central de Flagrantes.
Por CATVE
Três homens, de 28, 27 e 30 anos, foram presos, todos com histórico pelo crime de furto. Os detidos foram flagrados trafegando em um veículo Volkswagen Gol, com placa de Francisco Beltrão. O veículo foi furtado de uma casa.
O trio foi localizado às margens da PR-475. Após serem abordados, confessaram que o veículo estava escondido em uma estrada vicinal próxima e que estavam oferecendo o automóvel em ferros-velhos da cidade pelo valor de R$ 1 mil. O veículo foi recuperado com danos e avaliado em R$ 25.000,00. Eles foram levados à delegacia.
Por Quedas do Iguaçu
Homem, de 43 anos, foi preso em flagrante na noite de sexta-feira (23) por embriaguez ao volante em Quedas do Iguaçu.
Conforme repassado a reportagem, o motorista de um Classic com placas de Maringá trafegava sentido Quedas pela PR 473, quando no entroncamento da PR-475 foi atingido transversalmente pelo motorista do Corcel que tentava acessar uma estrada rural às margens da rodovia.
Equipe do BPRv (Batalhão de Polícia Rodoviária) foi acionada.
Os condutores realizaram o teste do bafômetro, o que apontou o valor de 0,87 Mg/L do condutor do Corcel.
Ele foi detido e conduzido a Delegacia de Polícia Civil de Quedas do Iguaçu para os procedimentos cabíveis.
Não houve registro de feridos.
Por CATVE
O Ministério Público do Paraná, por meio do Núcleo de Cascavel do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na manhã desta terça-feira (13) a terceira fase da Operação Juros e Pólvora. A ação ocorreu em Quedas do Iguaçu, no Centro-Sul do estado, com o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão.
Nesta etapa, são investigados crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos. Os alvos incluem cinco vereadores em exercício, um secretário municipal e dois ex-servidores públicos, suspeitos de envolvimento em um esquema de propina e movimentações financeiras ilegais por meio de contas de terceiros.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo Criminal de Quedas do Iguaçu.
Esquema de corrupção
De acordo com as investigações, os agentes públicos teriam recebido valores entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, logo após as eleições municipais de 2024. O dinheiro teria sido utilizado para viabilizar uma chapa para a mesa diretora da Câmara Municipal. Parte dos recursos foi movimentada por meio de contas bancárias de terceiros, incluindo pessoas com contratos ativos com o poder público.
Durante as diligências, foram apreendidos celulares, computadores, documentos e outros materiais relevantes para a investigação. Uma pessoa foi presa em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Origem da operação
A Operação Juros e Pólvora teve início em meados de 2024, após uma denúncia apontar que um advogado de Quedas do Iguaçu estaria envolvido na venda ilegal de armas de fogo e munições. Ele também é suspeito de praticar agiotagem, emprestando dinheiro e trocando cheques a juros abusivos.
As investigações seguem em andamento.
Por - Catve