Pinhão - Queijo fabricado no município ganha reconhecimento nacional
A produção leiteira mudou a vida de Angelita e Rogério Surkamp, moradores de Pinhão. Até pouco tempo atrás eles viviam com dificuldade na propriedade de 13,3 hectares onde a atividade leiteira era a principal fonte de renda. O cenário se transformou gradativamente a partir da assistência técnica da Emater.
Além do ganho significativo na produção, um dos queijos produzidos por eles recebeu medalha de ouro no V Concurso Nacional de Queijos, no fim de semana passado, em Florianópolis (SC). O concurso é o maior e mais importante evento do gênero do Brasil e nesta edição contou com a participação de 711 queijos de todo o país.
Na prática
A orientação técnica atacou os principais problemas da propriedade e afastou a ideia do casal que pensou até em desistir da atividade leiteira. O extensionista da Emater Ivan Junior de Oliveira conta que foi necessário atuar em quase todos os segmentos do trabalho da família. Um problema sério era a falta de alimento de qualidade para o gado, o que derrubava a produção de leite. A solução foi implantar pastagem perene de verão.
“Também orientamos o casal a buscar recursos de programas oficiais de crédito para investir em silagem para alimentar o rebanho”, explicou Oliveira. Foi preciso, ainda, construir instalações mais adequadas para tratar as vacas e para o trator usado na propriedade.
A produção de leite que era de 170 litros por dia hoje chega a 500 l/dia. No ano passado eles conseguiram o registro no Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e passaram a fabricar 22 quilos de queijo colonial diariamente, abastecendo o mercado local e engordando a renda da família em cerca de 40%.
A família
Com as mudanças, a produção de leite e a renda começaram a aumentar. Rogério deixou de ser empregado em uma fazenda da região para se dedicar exclusivamente a sua propriedade. Uma das filhas do casal que vivia na cidade também resolveu ajudar os pais e passou a trabalhar no sítio. Atualmente, os três estão envolvidos com a produção de leite. É com a renda da atividade que o casal paga a faculdade das outras duas filhas.
A produção de leite da propriedade é tão significativa que o casal hoje destina apenas metade a um laticínio da região. O restante é transformado em queijo colonial na agroindústria construída este ano.
Segundo Angelita, ela fazia e vendia os queijos informalmente como grande parte dos produtores do município, mas resolveu aumentar a escala e legalizar a produção para comercializar o queijo na feira e nos mercados da cidade. (Com Jornal Correio do Povo do PR)