Paraná

Um ano sem pedágio no Paraná: veja o que mudou

Um ano sem pedágio no Paraná

Há um ano, em 27 de novembro de 2021, ocorria a desativação de 27 praças de pedágio no Anel da Integração do Paraná.

 

Um levantamento do setor produtivo do estado indica que a condição das estradas, aliada a demora no atendimento de emergências diminuiu a velocidade média das viagens em cerca de 20%. Com isso, uma viagem de 1h passou a ser de 1h15.

Para o setor que depende do transporte pelas rodovias, o impacto pode ser grande.

"Se antes tinha uma empresa com dez caminhões para fazer uma determinada rota, e aumenta esse tempo de viagem em 20%, você precisa ter dois caminhões a mais naquela mesma rota para compensar. Isso gera custo", exemplifica o gerente de assuntos estratégicos da FIEP, João Mohr.

O estudo indica também que, com o pedágio, as ambulâncias demoravam uma média de 7 minutos para chegar em casos de acidente. Agora, o tempo é de 20 minutos.

A desobstrução parcial da BR-277 após um deslizamento de pedras em Morretes, por exemplo, demorou cerca de dois meses para ser iniciada.

O caminhoneiro autônomo Valdecir Ramos Vieira conta que economizou R$ 20 mil em pedágio neste último ano, mas teve prejuízo por conta das condições do asfalto.

"Hoje em dia já não tá compensando mais. Eu já estourei pneu do caminhão da minha esposa na estrada, porque bateu em buraco e cortou o pneu zero. Hoje um pneu novo custa R$ 2 mil", relata.

 

 

Manutenção

 

Com o fim dos contratos de pedágio, a responsabilidade da manutenção das rodovias voltou a ser do governo federal e estadual.

Para o gerente de assuntos estratégicos da FIEP, houve também uma mudança no estilo da gestão.

"Nós passamos de uma manutenção preventiva – que evitava o aparecimento de buracos na rodovia, ou até de deslizamentos de encostas – para ações corretivas. Ou seja, depois que apareceu o buraco, você vai lá e tampa, depois que há um deslizamento, você tenta desobstruir a estrada", explica Mohr.

Entre as condições indicadas pelo estudo, há buracos em trechos importantes das BR-277 e BR-376, e as praças de pesagem dos caminhões estão destruídas.

A Justiça determinou que a responsabilidade pelas estruturas nas rodovias federais é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que afirmou ter criado um plano de ação da manutenção das praças.

Entretanto, Hélio Gomes da Silva Junior, superintendente do DNIT no Paraná, reitera a explicação de Mohr.

"Se nós tivéssemos feito a guarda e vigilância nós teríamos um custo gigantesco. Na verdade, nós jogamos a favor da economia da União. É muto mais fácil reconstruir essas praças, que infelizmente foram vandalizadas, do que fazer a guarda e a vigilância", afirma.

 Ainda conforme o superintendente, o órgão foi "pego de surpresa".

"Não tínhamos essa expectativa financeira. Não tínhamos como saber se nós teríamos, ou não, que assumir a rodovia. Era para, no momento em que acabou uma concessão, ter sido feita outra", defende.

 

 

 

 

 

Com G1 e RPC

 

 

 

SICREDI 02