PR tem aumento expressivo de mortes em confrontos policiais
O Paraná teve redução de 8% na taxa de homicídios em dez anos, entre 2006 e 2016. Essa queda foi registrada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA, no seu Atlas da Violência 2018. Por outro lado, o número de mortes em intervenções policiais disparou na mesma época: de seis para 88 em uma década.
As mortes de civis nessas condições têm investigações acompanhadas pelo Gaeco, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e segundo o coordenador do grupo, Leonir Batisti, o recorte não se perde do contexto geral: uma sociedade tomada pela violência.
Apesar de o aumento registrado no Atlas já ser alto, o próprio IPEA afirma que o número, baseado no Sistema de Informações de Mortalidade, tem subnotificação de casos. Na comparação com os registros policiais há 67% de diferença: conforme o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública o Paraná teve 267 mortes de civis por policiais em 2016.
O dado é muito similar aos registros mantidos pelo Gaeco, que pontua ainda aumento nos índices desde 2015: com números subindo de 247 para 264 e 275 no ano passado.
A maioria das mortes é causada por PMs, em razão da natureza da função pondera Batisti: de enfrentamento próximo à criminalidade. Questionado sobre uma possível relação da preparação dos policiais com a quantidade de mortes, o coordenador do Gaeco respondeu.
Sobre os dados relacionados às mortes de civis em confrontos policiais, a Secretaria de Segurança Pública se manifestou por meio de nota. No texto a SESP afirma que, as polícias do Paraná são extremamente preparadas e eficientes, agindo sempre dentro da lei. Com relação aos altos números de mortes causadas por agentes da segurança, a secretaria defende que “um dos motivos que pode explicar a maior incidência de confrontos é justamente a maior atuação das polícias militar e civil em todo o Estado. Com mais efetivo e viaturas, os policiais conseguem responder mais prontamente as ocorrências policiais chegando, por muitas vezes, no momento em que o delito ainda está sendo cometido. E com criminosos cada vez mais bem armados, com fuzis e metralhadoras, eles optam por enfrentar os policiais que, por terem um treinamento de excelência, acabam por disparar e por vezes matar os bandidos”.
Por fim, a Secretaria da Segurança salienta que todos os confrontos envolvendo policiais são investigados pelas Corregedorias que têm plena autonomia para apurar as circunstâncias da troca de tiros. (Com CBN)
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