Paraná poderá produzir 42 milhões de toneladas de grãos
A safra de grãos 2020/2021 do Paraná poderá somar 42 milhões de toneladas, volume 3% superior ao do ciclo passado. A área total, de 10,2 milhões de hectares, é 2% maior. As informações são do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
O relatório mensal, divulgado nesta quinta-feira (25), inclui a primeira estimativa da safra de inverno, cuja produção deve ser de 4,5 milhões de toneladas em 1,4 milhão de hectares. Do total, 3,8 milhões de toneladas correspondem à cultura do trigo, volume 21% maior do que na safra passada.
Entre os dados divulgados neste mês, também destacam-se a evolução da colheita da soja (75%) e do milho da primeira safra (74%), culturas impactadas pela seca no início da safra e, posteriormente, pelo excesso de chuvas.
“Apesar das dificuldades devido aos fatores climáticos, os produtores de soja estão bem remunerados”, diz o chefe do Deral, Salatiel Turra. O atraso no início do plantio do milho chegou a preocupar os produtores quanto ao abastecimento, e também o setor de proteína animal, pois o grão é o principal insumo dessa cadeia.
SOJA – A colheita de soja no Paraná avançou significativamente neste mês de março e atingiu 75% da área, mas ainda está atrasada comparativamente às safras anteriores, causando atraso no plantio do milho. A cultura sofreu impacto da estiagem no início do plantio e, mais tarde, das chuvas excessivas. No mesmo período do ano passado, o estado tinha 85% da área de soja colhida.
Com a reavaliação realizada pelos técnicos do Deral, estima-se a produção de 20,1 milhões de toneladas. No último mês, foram feitos ajustes principalmente nos números da região Oeste. A perspectiva, no início do ciclo, era de cerca de 20,6 milhões de toneladas. “De modo geral, esta safra ainda é considerada boa. O volume está dentro da média esperada para o Paraná, sendo 3% inferior ao produzido na safra 19/20”, explica o economista do Deral, Marcelo Garrido.
O preço da saca de 60 kg ficou próximo de R$ 153 nesta semana. No mesmo período do ano passado, os produtores recebiam, em média, R$ 70 pelo produto. A ocorrência de doenças em algumas lavouras e o reajuste no preço dos insumos, com a alta do dólar, geraram aumento nos custos de produção. Por outro lado, o câmbio favoreceu as exportações. Já o índice de comercialização segue um padrão semelhante ao da safra 2019/20, de 53% neste período.
Nos próximos dias, o clima deve ser benéfico para o andamento da colheita. A produtividade teve uma pequena redução em relação ao ano passado, de 3.700 kg/hectare para 3.600 kg/hectare. Quanto à qualidade, 82% das lavouras estão em boas condições, 17% médias e 1% ruim. Para a segunda safra, o Deral estima a produção de 108 mil toneladas de soja em 38 mil hectares, concentrados principalmente no Oeste do Estado. A colheita da segunda safra deve iniciar em abril.
MILHO PRIMEIRA SAFRA – A colheita do milho da primeira safra evoluiu para 74% da área de 363 mil hectares nesta semana. Espera-se a produção de 3 milhões de toneladas, volume 14% inferior ao do ciclo 19/2020. “Essa redução segue uma tendência dos outros estados do Sul e do País como um todo. O Brasil soma um volume de 23 milhões de toneladas”, explica o técnico Edmar Gervásio.
MILHO SEGUNDA SAFRA – O plantio da segunda safra atingiu 88% e 94% das lavouras estão em boas condições. O volume produzido deve ser de 13,4 milhões de toneladas, 12% maior do que o do ciclo 19/20. A estimativa para a área é de 2,4 milhões de hectares, um recorde para o Estado, com crescimento de 3% em relação à safra anterior.
Apenas no último mês, a área plantada teve um ajuste positivo de aproximadamente 12 mil hectares. Os preços estão satisfatórios para os produtores. A saca de 60 kg foi comercializada por R$ 78,68 nesta semana, em média. “A tendência é de que os preços continuem elevados ao longo do ano”, diz Gervásio. (Com AEN).