Paraná

Moro determina transferência de Cabral para prisão no Paraná

Moro determina transferência de Cabral para prisão no Paraná

O juiz Sergio Moro determinou nesta quinta dia 18, a transferência de Sérgio Cabral para o complexo médico penal de Pinhais, no Paraná.

 

A decisão atende o requerimento do Ministério Público Federal por irregularidades no tratamento concedido ao ex-governador em Benfica, no Rio de Janeiro.

 

Na decisão, Moro cita a apuração feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que aponta que Cabral teria recebido alimentação de restaurantes, colchões de padrão superior, eletrodomésticos e equipamentos de ginástica.

 

 

"Há indícios de irregularidades na situação prisional de Sergio de Oliveira Cabral Santos Filho no Rio de Janeiro, com benesses, ainda que de dimensão moderada, a ele concedidas na Cadeia Pública José Frederico Marques", escreve Moro.

 

A transferência é necessária, segundo a decisão, pois "há um risco concreto de que ele [Cabral] possa utilizar essas relações para, continuamente, obter ou tentar obter privilégios no cárcere".

 

Moro ainda observa que há outros presos da Lava Jato em Pinhais e que há "condições adequadas, ainda que não perfeitas, para abrigar com segurança e dignidade quaisquer presos, inclusive condenados por crimes de colarinho branco".

 

A defesa do político vai tentar uma liminar para evitar a saída do ex-governador do Rio.

 

Os procuradores citaram ainda dezenas de visitas recebidas pelo político fora do horário estabelecido, além da instalação de um "home theater" no presídio.

 

O equipamento foi instalado em outubro e retirado em novembro após a divulgação de que pastores assinaram o recibo de doação a pedido de Cabral. Essa seria a única forma de o aparelho entrar no sistema penitenciário.

 

No pedido encaminhado ao Judiciário, os integrantes do Ministério Público afirmam que o ex-governador "continua liderando uma nefasta e poderosa organização criminosa que ainda se encontra ativa e infiltrada na Administração Pública do Estado do Rio de Janeiro e que exerce influência na Secretaria Estadual de Administração Penitenciária".

 

Os procuradores também pediram o afastamento do secretário estadual de Administração Penitenciária, Erir Ribeiro Costa Filho, do subsecretário adjunto de gestão operacional da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, Sauler Antônio Sakalen, e de outros três diretores do órgão em razão da constatação de tratamento diferenciado e regalias permitidas sem respaldo legal a Cabral.

 

Em outubro, o juiz Marcelo Bretas, do Rio, havia autorizado a transferência do ex-governador para Mato Grosso do Sul.

 

Dias depois, o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu habeas corpus suspendendo a transferência do político.

 

Na unidade de Campo Grande estão detidos alguns integrantes do Comando Vermelho no Rio.

 

Bretas pediu a transferência de Cabral após se sentir ameaçado pelo ex-governador durante um depoimento.

 

Ele mencionou familiares do magistrado quando prestava depoimento na ação penal em que é acusado de comprar R$ 4,5 milhões na H. Stern para lavar dinheiro de propina.

 

Cabral afirmou que seria "burrice" branquear recursos desta forma porque as peças perdem valor assim que saem das lojas e então mencionou a família do juiz.

 

"Vossa Excelência tem um relativo conhecimento sobre o assunto porque sua família mexe com bijuterias. Se não me engano, é a maior empresa de bijuteria do Estado", afirmou.

 

Cabral foi preso em novembro de 2016. Neste período, ele foi condenado a 87 anos de prisão na Operação Lava Jato.

 

Em dezembro, o ex-governador foi transferido para a sede da Polícia Federal em Curitiba, depois de a Justiça do Rio entender que havia regalias na penitenciária de Bangu -para onde ele foi levado inicialmente.

 

A defesa de Cabral, porém, conseguiu uma decisão judicial para o político voltar ao Rio. (Com Folhapress)

 

 

 

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