Irmãos brigam na Justiça por blusa de moletom e levam 'pito' de juiz
O 1º Juizado Especial Cível de Cascavel precisou se debruçar sobre uma briga de irmãos, moradores do Bairro São Cristóvão, em Cascavel, para definir de quem é a posse de uma blusa de moletom. A sentença foi dada nesta segunda dia 27, não sem constar um 'pito' do juiz sobre 'ódio, insensatez e birra'.
A irmã entrou com a ação em fevereiro pois comprou a blusa de R$ 79,99 pela internet e colocou a encomenda para entrega no nome da mãe.
"Quando a encomenda chegou, porém, foi o irmão quem abriu, viu, gostou e pegou a blusa com desenhos de caveiras nas mangas para ele, e não devolve!
Essa é a disputa trazida ao Judiciário!", diz o juiz na sentença, surpreso.
Chegou a ocorrer uma audiência de conciliação em abril, mas os ‘brothers’ não chegaram a um consenso.
O magistrado disse que se a blusa fosse da mãe o irmão estaria isento da pena de apropriação indébita ou furto, mas sendo a blusa da irmã o caso seria crime, deixando de lado o princípio da insignificância.
A ordem foi dada para que o réu entregue a blusa Moletom OKL Mangas Caveira Primeira Linha, tamanho P, cor preta em 24 horas ou o valor equivalente.
O juiz Rosaldo Elias Pacagnan ironizou a situação e disse que teve que aplicar o direito onde o amor deveria ter resolvido.
“Será que se o moletom não aparecer teremos que chegar ao cúmulo de mandar um Oficial de Justiça procurá-lo com mandado de busca e apreensão?
É o ódio, a insensatez ou a birra sendo mais forte que os laços de sangue, e, em igual medida, a indisposição para perdoar, tolerar, suportar o dano no ambiente doméstico.
Fazer o quê?
Aplicar o direito onde o amor deveria ter resolvido”
O processo tramitou em 88 dias e ainda não consta se a decisão foi cumprida. (Com CGN)
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