Paraná

Fuzis apreendidos no Paraguai tinham inscrição do maior contrabandista de armas da América do Sul

Fuzis apreendidos no Paraguai tinham inscrição do maior contrabandista de armas da América do Sul

Armas de grosso calibre apreendidas no Paraguai tinham a inscrição IAS-PY, segundo a Secretaria Nacional Antidrogas do país. Conforme a pasta, a sigla se refere a empresa de Diego Hernan Dirísio, considerado pela Polícia Federal (PF) como o maior contrabandista de armas da América do Sul.

Para a secretaria, isto é indicativo de que as armas manuseadas pela empresa acabam nas mãos de criminosos de várias regiões.

Os itens foram apreendidos na última terça-feira (19) em operação conjunta da polícia paraguaia e da Polícia Federal. Entre as apreensões estão 30 fuzis, carregadores e uma metralhadora capaz derrubar aviões.

Caminhões e caminhonetes que eram utilizados para o transporte do armamento e de drogas também foram apreendidos, segundo a polícia paraguaia.

Na mesma operação de terça, foi preso o paranaense Ricardo Luiz Picolotto, suspeito de encabeçar a logística de uma organização criminosa do tráfico internacional de armas para facções do Rio de Janeiro e São Paulo.

Outras 10 pessoas também foram presas. Entenda mais abaixo.

Metralhadora capaz de derrubar avião e fuzis apreendidos no Paraguai tinham inscrição do maior contrabandista de armas da América do Sul — Foto: Reprodução

Metralhadora capaz de derrubar avião e fuzis apreendidos no Paraguai tinham inscrição do maior contrabandista de armas da América do Sul — Foto: Reprodução

 

Quem é Diego Dirísio

Em 5 de dezembro, em Assunção, no Paraguai, Diego Dirísio foi o principal alvo de uma operação contra um grupo suspeito de entregar 43 mil armas para os chefes das maiores facções do Brasil, movimentando R$ 1,2 bilhão.

Na ocasião, ele não foi localizado.

Segundo as investigações, Dirísio compra armas fabricadas em países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia, para revender a criminosos brasileiros.

 

Paranaense ligado ao tráfico de armas para facções do RJ e SP

 A operação de terça-feira (19), que apreendeu as armas de grosso calibre, se concentrou no estado de Canindeyú, que abriga a cidade onde Ricardo Luiz Picolotto foi preso - e também onde o grupo tinha maior atuação. A prisão foi em Salto Del Guairá, no limite com Guaíra, no oeste do Paraná.

 

Além de Ricardo, outras 10 pessoas foram presas, incluindo três brasileiros, conforme a polícia paraguaia. Houve confronto na operação e nove suspeitos foram mortos.

Segundo o ministro da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, Jalil Rachid, a organização criminosa que o paranaense integrava é bem estruturada, e o principal mercado do grupo criminoso é o Brasil. Entretanto, outros países também recebiam armas e drogas da facção.

Metralhadora capaz de derrubar avião e fuzis apreendidos no Paraguai tinham inscrição do maior contrabandista de armas da América do Sul — Foto: Reprodução

Metralhadora capaz de derrubar avião e fuzis apreendidos no Paraguai tinham inscrição do maior contrabandista de armas da América do Sul — Foto: Reprodução

Em nota, a defesa de Ricardo disse que ele é réu primário, ou seja, que não possui qualquer tipo de condenação e nem relação com outros crimes ou facções.

"Ricardo foi absolvido em sentença que já transitou em julgado, portanto, teve seu pedido de prisão revogado em junho de 2023. [...] Ricardo está colaborando da melhor maneira possível para o esclarecimento dos fatos", diz a nota.

O mapa a seguir mostra o local onde Picolotto foi preso, assim como o estado paraguaio de Canadeyu onde se concentraram as ações da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai e da Polícia Federal. Veja abaixo:

Mapa mostra rota de armas e drogas que saiam do Paraguai — Foto: g1

Mapa mostra rota de armas e drogas que saiam do Paraguai — Foto: g1

 

Funcionamento da organização criminosa

De acordo com a investigação, o grupo integrado pelo paranaense é chefiado por um paraguaio conhecido como "Macho".

Além do tráfico internacional para facções do Rio de Janeiro e São Paulo, o grupo é investigado por assassinatos de policiais brasileiros e paraguaios.

Segundo a investigação, a organização se caracteriza por ações de extrema violência contra facções rivais e contra policiais.

Picolotto, outros dois brasileiros e sete paraguaios foram presos nesta terça (19) — Foto: SENAD PY

Picolotto, outros dois brasileiros e sete paraguaios foram presos nesta terça (19) — Foto: SENAD PY

 

Em fevereiro de 2021, quando tinha sido visto pela última vez, Picolotto conseguiu escapar de um cerco da Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, em Assunção.

No Brasil, Picolotto é investigado por tráfico de drogas e armas. No Paraguai, ele é apontado como sócio de criminosos presos com o arsenal e o responsável pelo fornecimento de armas para o grupo.

Na casa onde o paranaense morava também foram encontrados documentos falsos, rádios comunicadores, joias, armas, munição e coletes à prova de bala.

 

 

 

 

 

 

 

Por - G1

SICREDI 02