Em interrogatório, Manvailer nega ter matado Tatiane Spitzner e não comenta espancamento
Em interrogatório na Justiça nesta quinta dia 21, Luis Felipe Manvailer, marido da advogada Tatiane Spitzner, morta em 22 de julho de 2018, em Guarapuava, região central do Paraná, preferiu não comentar os fatos relacionados à morte de sua esposa. Preso, acusação de ter matado Tatiane e tentado forjar um suicídio jogando o corpo da vítima da sacada do 4º andar do prédio onde moravam, no centro da cidade, Manvailer apenas negou ter sido autor do homicídio.
“Sempre falei a verdade, eu não matei minha esposa. Tanto que uma testemunha ouvida ontem, no Espírito Santo, afirmou que ouviu minha esposa gritando durante a queda” , disse Manvailer na audiência, segundo a assessoria da defesa.
Câmeras de segurança, no entanto, registraram Luis Felipe agredindo violentamente a esposa antes da queda e, depois, carregando o corpo para cima em um elevador do prédio onde o casal morava.
De acordo com a defesa, Manvailer preferiu não comentar sobre os fatos e os momentos que antecederam a morte da esposa. O acusado "disse que aguarda perícias complementares e mais informações que chegarão ao processo", afirmou a assessoria da defesa.
Na audiência, que durou cerca de 20 minutos, defesa e assistência de acusação abriram mão de fazer perguntas diante do fato de Manvailer afirmar que não irá se manifestar até que todas as informações sejam juntadas ao processo.
Nas audiências anteriores, testemunhas e familiares do casal foram ouvidos pela Justiça. Esta foi a segunda vez que o réu falou sobre o crime. A primeira foi durante uma audiência de custódia em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Estado, onde ele foi preso andando às margens da rodovia, após bater e abandonar o carro da vítima no qual ele havia fugido após a morte da mulher. Segundo a acusação, após matar Tatiane, Manvailer teria tentado fugir para o Paraguai.
As audiências servem para que a juíza Paola Mancini, responsável pelo caso, defina se o réu irá para júri popular, ou não. Luis Felipe Manvailer é acusado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por homicídio qualificado, cárcere privado e fraude processual.
Segundo o MP-PR, o réu matou Tatiane Spitzner por asfixia mecânica. O crime de homicídio também foi qualificado por motivo torpe, dificultar a defesa da vítima, além de feminicídio, conforme a denúncia do Ministério Público.
Tatiane Spitzner foi encontrada morta após cair do 4º andar do prédio em que morava. no dia 22 de julho. A Polícia Militar recebeu um chamado de que uma mulher teria saltado ou sido jogada de um prédio e caído na calçada.
Ao chegar no local, a polícia encontrou sangue na calçada. Testemunhas relataram que um homem teria carregado o corpo para dentro do prédio. O corpo da advogada foi encontrado dentro do apartamento. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, mas Tatiane já estava morta.
Segundo o MP-PR, Luis Felipe Manvailer matou a mulher por esganadura após espancala dentro do carro da vítima, no elevador do prédio, conforme mostram imagens, e no apartamento. Após carregar o corpo da mulher, Manvailer ainda limpou manchas de sangue que ficaram no elevador. (Com Bem Paraná)
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