Em dois anos, Hospital Universitário da Unioeste recupera quase mil pacientes de Covid-19
Dia 21 de março é uma data que fica marcada para as equipes do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), vinculado à Unioeste.
Dois dias após a solicitação para que fossem abertos leitos exclusivos, graças à união de forças dos profissionais da instituição de saúde, a unidade Covid-19 ficou pronta e recebeu os primeiros infectados pelo coronavívurs. Dois anos depois são quase mil pacientes recuperados da doença.
O sentimento que prevalece é a gratidão. “Eu agradeço muito ao hospital e por tudo que fizeram por ele. É um milagre ele estar aqui hoje”, diz Evania Stein, esposa de Evelino Stein, que ficou mais de 30 dias internado no Huop em recuperação da Covid-19.
Evelino ainda teve acompanhamento no ambulatório do hospital após a alta. “Eu sentia muita tontura, não conseguir levantar, e dependia muito da minha esposa. Foi bem difícil”, conta.
Além dele, Celio José Prazeres também passou por essas dificuldades. “Respiração muito difícil, dificuldade para andar, não tinha nenhuma força nas mãos”, comenta.
Além destes pacientes, todos que passaram pelo internamento na unidade Covid-19 fazem o acompanhamento pós-alta e o exame de espirometria.
“Desde que começou a pandemia, esperamos quatro meses para fazer a espirometria e assim identificar o que ficou de sequela da Covid-19. Muitos dos pacientes têm restrição pulmonar, e por isso a importância desse exame para fazer o tratamento adequado”, afirma a fisioterapeuta Joseane Nobre.
MULTIPROFISSIONAL – Desde o início da pandemia, mais de 1,6 mil pacientes passaram pela unidade Covi-19, que chegou a ter 70 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Altas como a de Evelino e de Celio só foram possíveis com o atendimento de toda a equipe multiprofissional.
“É um serviço em conjunto, não é apenas um profissional que cuida do paciente, e todo atendimento é essencial para que ele possa se recuperar”, diz a dentista Marciane Fiori.
Hoje com 20 leitos de UTI, o Huop é referência para atendimento de pacientes com Covid-19. “Nessa unidade os pacientes são mais graves, mais instáveis e tendem a piorar mais rápido. Por isso, a rotina é mais puxada do que nas outras unidades”, explica a fisioterapeuta Eliziana Vieira.
HISTÓRICO DA UNIDADE – No primeiro momento, o setor Covid-19 do Huop contava com 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva e 20 leitos de enfermaria.
A abertura de mais leitos exclusivos por parte do Governo do Estado aconteceu de forma gradativa, conforme a demanda de atendimentos da macrorregião: em junho de 2020 foram acrescentados mais 10 leitos de UTI e, em julho, outros 10 de UTI e sete de enfermaria. Já eram 30 para aqueles pacientes graves e 27 de enfermaria.
Com a escalada da pandemia, em dezembro do mesmo ano foi necessária uma nova organização, somando, então, 38 leitos de UTI e 15 de enfermaria. Em março de 2021 a estrutura foi novamente reforçada com outros 12 leitos UTI, totalizando 50, e mais 15 para os pacientes menos graves. Até o fim do mesmo mês eram 70 leitos de UTI destinados ao suporte daqueles que tiveram o quadro agravado.
Conforme ocorreu a redução do número de casos, os leitos foram desativados, também gradativamente. Em setembro de 2021 foi possível transformar leitos de UTI Covid-19 em leitos de UTI Geral. Em novembro ocorreu o fechamento de mais 30 leitos, mantendo, atualmente, 20 leitos de UTI Covid-19, o dobro do que existia até então.
Por - AEN