Dia da Saúde: ações ambientais ajudam a prevenir doenças e resguardar a população

Referência mundial em sustentabilidade, o Paraná faz da conservação da natureza uma grande aliada do cuidado sanitário da população. No Dia Nacional da Saúde, celebrado nesta terça-feira (5), o Governo do Estado destaca algumas ações ambientais que ajudam a prevenir doenças e preservar o bem-estar da população.
“Ecologia vem do grego e significa ‘sabedoria da casa’. E qual é a casa de todos nós? Não é onde a gente mora, é onde a gente pisa, é onde a gente anda, é onde a gente respira. A casa de todos nós é o mundo. Precisamos cuidar do mundo para cuidar de nós mesmos”, diz o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca.
Conheça alguns projetos ambientais com impacto direto na saúde dos paranaenses:
CASTRAPET – O programa CastraPet Paraná oferece castração gratuita de cães e gatos, priorizando famílias de baixa renda, protetores independentes e animais em situação de rua. A iniciativa, entretanto, vai além do bem-estar animal: é uma política pública integrada que contribui diretamente para o controle de zoonoses — doenças que podem ser transmitidas de animais para humanos, como leishmaniose, raiva, esporotricose e sarna sarcóptica.
Coordenadora do projeto, a veterinária Girlene Jacob explica que a disseminação dessas doenças está diretamente ligada ao número de cães e gatos abandonados e a castração é uma das formas de enfrentamento a essa questão. “A ausência de controle populacional pode levar a um aumento no número de animais errantes, o que potencializa o risco de transmissão de zoonoses. Ao castrar, estamos evitando a reprodução descontrolada e, consequentemente, contribuindo para ambientes urbanos e rurais mais seguros e saudáveis”, afirma a especialista.
Girlene destaca que animais errantes — aqueles que vivem soltos nas ruas — são mais vulneráveis a diversas doenças, tanto as infecciosas quanto as parasitárias. Por isso, contribuem para a disseminação desses agentes patogênicos. “Esses animais não são vacinados, não são vermifugados, vivem em ambientes insalubres e compartilham espaços com animais doentes, ajudando na proliferação de doenças”, diz.
Ainda segundo a veterinária, a superpopulação de cães e gatos em determinadas regiões pode afetar a saúde dos seres humanos de outras maneiras. “Em alguns casos é capaz até comprometer a qualidade da água e do solo, por meio da contaminação com fezes, urina e restos de alimentos”.
Implementando pelo Governo do Estado em 2020, o CastraPet Paraná vai para o 5º ciclo neste ano. Até o momento, cerca de 105 mil cães e gatos foram beneficiados pelo projeto.
AR MAIS PURO – Além de iniciativas voltadas à proteção animal, a Sedest, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), atua diretamente na vigilância da qualidade do ar respirado pelos paranaenses. Em maio deste ano, o Governo do Estado adotou, por meio da Resolução Sedest nº 02/2025, os novos padrões nacionais de controle de poluição do ar estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), parâmetros alinhados às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A partir desta mudança, foram reduzidos os limites máximos permitidos para a concentração de poluentes nocivos (MP2,5 e MP10), que passaram de concentração média em 24 horas de 150 µg/m³ (micrograma por metro cúbico) para 100 µg/m³; de dióxido de enxofre (SO2), concentração média em 24 horas de 365 µg/m³ para 50 µg/m³; e de dióxido de nitrogênio (NO2), média por hora de 320 µg/m³ para 240 µg/m³.
Especialista em monitoramento, o agente de Execução do IAT, João Carlos de Oliveira, explica que o controle da qualidade do ar ocorre de duas maneiras distintas: por meio da fiscalização de indústrias poluidoras e pelo acompanhamento ativo de poluição do ar.
Atualmente, além de operações de rotina para averiguar a quantidade de poluentes dispensados por chaminés de fábricas, o Estado mantém uma robusta infraestrutura de controle de qualidade do ar, que conta com 22 equipamentos em operação, distribuídos por 13 diferentes cidades.
“Além de mitigar os riscos à saúde pública, como doenças respiratórias e cardiovasculares, a fiscalização da qualidade do ar também bota em cheque agentes poluidores que contribuem para o agravamento das mudanças climáticas”, afirma. “Por exemplo, na medida em que se tem mudança para um combustível menos poluente, haverá redução das emissões de gases de efeito estufa. Uma coisa puxa outra”, completa.
SANEAMENTO AMBIENTAL – Outro ponto bastante importante são obras de saneamento, como a que está em andamento na Ilha do Mel, em Paranaguá. O projeto, executado pela empresa Paranaguá Saneamento, tornará a Ilha do Mel na primeira ilha brasileira sem tráfego de veículos movidos a combustão a contar com sistema completo de coleta e tratamento de esgoto, o que representa um marco para o desenvolvimento sustentável, saúde pública e qualidade de vida no Litoral. O investimento é de R$ 30 milhões.
“Viva a ideia de praias limpas, de ilhas com saneamento básico, natureza abundante, mar de água pura e balneabilidade, tudo o que teremos na nossa Ilha do Mel. Sustentabilidade é a condição e o nome para o desenvolvimento e o progresso”, diz o secretário Rafael Greca.
O investimento prevê um sistema eficiente e sustentável, respeitando as particularidades da ilha. Serão dois Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES) independentes, com Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), estações elevatórias, linhas de recalque e redes coletoras nos dois lados da ilha.
A implementação do projeto acontece em duas fases, com a primeira delas já iniciada, em Nova Brasília. Na sequência será a vez da Praia de Encantadas, seguindo o mesmo rigor técnico e estrutural. As residências mais afastadas das regiões centrais serão atendidas individualmente ou agrupadas em sistemas específicos, garantindo cobertura universal do saneamento.
Por -AEN