Deppen capacita servidores do sistema penitenciário para atuarem como policiais penais
O Departamento de Polícia Penal (Deppen) concluiu nesta segunda-feira (22), em Curitiba, a capacitação da primeira turma do curso de transição em operações da polícia penal (CTOPP).
Ministrado pela Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciário (Espen), o curso objetiva promover o nivelamento dos futuros policiais penais do Estado. Na primeira turma foram formados 12 profissionais.
A capacitação é uma ação decorrente da transformação do Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen) em Departamento de Polícia Penal (Deppen), ampliando o poder de fiscalização do grupo operacional. O objetivo é garantir mais segurança à população.
A iniciativa atendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 1/2021, de autoria do Poder Executivo, promulgada pela Mesa Executiva da Assembleia Legislativa no dia 27 de outubro de 2021. A alteração no status do setor responsável por administrar a população carcerária faz a Constituição Estadual acompanhar a legislação federal.
O curso de transição em operações de polícia penal tem carga horária de 260 horas, sendo 140 do módulo operacional presencial e mais 120 de atividade na plataforma de educação a distância da Espen. O projeto pretende atender mais de 2 mil servidores no Estado, envolvendo todas as regionais do Deppen. A próxima turma está prevista para dezembro, em Curitiba, e com a possibilidade de participação de algumas cidades do Interior.
PRÁTICA – Para o diretor-geral da Secretaria da Segurança Pública do Paraná, João Alfredo Zampieri, o curso representa a largada em relação à criação da Polícia Penal não só na parte jurídica, mas principalmente, com a capacitação dos futuros policiais penais e com a dedicação dos instrutores. “O Deppen está muito bem estruturado para dar um bom início à Polícia Penal e atender a toda a complexidade de atividades que o sistema oferece”, afirmou Zampieri
Para essa ação foram mobilizados mais de 25 instrutores titulares de todo o Estado, que atendem cerca de 20 disciplinas do módulo operacional, ligados à segurança interna das unidades prisionais, segurança externa (controle de acesso e portarias e também muralhas), escolta, cultura de planejamento e avaliação de atividades, gestão da administração prisional, além de tópicos sobre desenvolvimento humano e saúde do trabalhador.
O coordenador regional do Deppen de Curitiba, Jeferson Walkiu, que representou o Departamento da Polícia Penal na cerimônia de conclusão do curso, destacou a profissionalização do policial penal. “O curso agrega o profissionalismo, pois necessitamos de capacitação, treinamento no sentido tático, técnico de operação. Isso é benéfico ao Deppen, à Secretaria da Segurança Pública e a todo o Paraná”, disse.
Para a diretora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciário, Marilza Hack, esse reconhecimento foi muito aguardado, porque os servidores se reconhecem como importantes perante a sociedade.
“Lidar com um setor do qual a sociedade quer distância é, às vezes, muito complicado. A capacitação é a valorização e a identidade que eles esperavam perante à população. Este curso é uma transição para as atividades que eram só de segurança interna e que agora também são de segurança externa, sempre voltadas à população privada de liberdade”, destacou.
Um dos alunos formados, Marcelo Leôncio de Lima Bueno disse que se sente gratificado com toda essa mudança e esforço da Secretaria da Segurança Pública para a transformação da carreira. “O agente penitenciário passando a policial penal se torna operador da segurança pública. E realmente essa transformação é gigantesca para nós. Com 30 anos de carreira, vejo essa transformação com bons olhos, me espelho muito no pessoal que iniciou toda essa mudança e sinto orgulho em dizer que sou um policial penal”, acrescentou.
PRIMEIRO INTERVENTOR – O Deppen também iniciou nesta segunda-feira o processo de oferta de vagas para a formação de primeiro interventor para Curitiba (abrangendo a Regional de Guarapuava e Ponta Grossa) com duas turmas de 20 alunos. O curso promove o conhecimento básico em gerenciamento de crise e serve como etapa seletiva para 16 vagas no curso de Negociação Policial, que acontecerá em dezembro de 2021.
A iniciativa é do Departamento de Polícia Penal para, com a ajuda da Polícia Militar do Paraná, aprimorar ainda mais o conhecimento para atuar durante as ocorrências de crises no sistema prisional. Todos os candidatos foram selecionados conforme critérios estabelecidos em edital e a etapa de dezembro contará com a classificação em atividades objetivas e subjetivas durante o curso, além de análise de perfil feita pelos instrutores.
O curso já aconteceu de maneira descentralizada em Londrina (abrangendo a Regional de Maringá e Cruzeiro do Oeste) e Cascavel (integrando as Regionais de Foz do Iguaçu e Francisco Beltrão).
Por - AEN