Defesa de Manvailer faz novo pedido de suspensão do caso Tatiane
O prazo adicional concedido à defesa de Luís Felipe Manvailer para apresentar resposta à acusação terminou com a alegação dos advogados Cláudio Dalledone Junior, Caio Fortes De Matheus e Adriano Bretas declarando, novamente, que ainda há, segundo eles, “impossibilidade de se apresentar uma resposta à acusação”.
Eles pedem, novamente, a suspensão do processo que investiga a morte da advogada Tatiane Spitzner, ocorrido em 22 de julho, em Guarapuava, até que venham ao processo os laudos de exame de necropsia e de exame anatomopatológico.
Para os advogados que defendem o réu, Manvailer, preso há 55 dias na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG), acusado dos crimes de feminicídio, fraude processual e cárcere privado, a acusação estaria sendo “construída, aos poucos”. De acordo com o documento de resposta da defesa, o Ministério Público (MP), que ofereceu a denúncia contra Manvailer, ainda está acrescentando novas informações ao caso.
“Embora tenha havido um encerramento (meramente formal) do inquérito, a bem da verdade, os fatos ainda não foram elucidados. Tanto é assim que o Ministério Público vem, aos poucos, carreando aos autos novos elementos de informação, a conta gotas, ora um depoimento (mov. 242.2), ora um laudo (mov. 225), ora um ofício (mov. 252) – o que só reforça a incompletude de uma acusação que ainda está sendo construída, aos poucos”, diz o documento.
Para os advogados, a situação inviabiliza a apresentação consistente de uma resposta à acusação. O argumento é o mesmo apresentado pelos advogados do réu Manvailer no início de agosto, quando realizaram o primeiro pedido de suspensão do processo. Em 24 de agosto, o pedido foi negado pela juíza do caso, Paola Mancini, que concedeu um novo prazo para apresentação de resposta à acusação.
No documento, a defesa reitera a solicitação levantada ainda no primeiro pedido de suspensão do caso, na qual reivindica que o laudo de necropsia seja anexado ao processo para que, a partir do conhecimento de tal, possa construir uma argumentação.
“Ainda que o exame anatomopatológico não tenha sido realizado, a necropsia propriamente dita já o foi. E nada impede que o laudo primevo de exame de necropsia seja aportado aos autos, para que, depois, o exame complementar venha à tona, trazendo esclarecimentos adicionais à materialidade. Isto é rotineiro em outros casos (..)”.
Sobre o segundo pedido, o Ministério Público, o advogado auxiliar de acusação Gustavo Britta Scandelari e a juíza Paola Mancini ainda não se manifestaram.
O CASO
Tatiane Spitzner morreu em 22 de julho, após sofrer uma queda da sacada do quarto andar do apartamento onde residia com Luís Felipe Manvailer. A advogada era casada com o professor universitário há cinco anos.
Na madrugada de sua morte, o casal retornava de uma festa em um bar de Guarapuava quando, as imagens das câmeras de segurança do prédio residencial registraram Manvailer agredindo Tatiane por cerca de 20 minutos, de modo progressivo.
Luís Felipe obriga Tatiane a entrar no apartamento e, minutos depois, as câmeras registraram Tatiane caindo da sacada. Manvailer desce, arrasta o corpo da advogada para dentro do apartamento, troca sua roupa suja de sangue, tranca o apartamento, limpa as manchas do elevador e, com o carro do casal, foge em direção ao Paraguai.
Manvailer foi encontrado e preso pela Polícia de São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Estado, horas depois. Na mesma semana, o professor foi transferido para a PIG, em Guarapuava, onde permanece até hoje (14). O inquérito sobre a morte de Tatiane foi encerrado no prazo de 10 dias e o Ministério Público ofereceu denúncia contra ele por homicídio qualificado, fraude processual e cárcere privado. (Com RSN)
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