Clima e redução de área plantada fazem preço do feijão disparar
O mês de abril pode ser muito bem-vindo pela dona de casa, já que marca a colheita da 2ª safra do feijão no sul do Brasil. Isso porque, com um possível aumento de oferta do produto, existe a perspectiva de que os preços voltem a patamares menores. Hoje, o quilo do feijão carioca é vendido por preços superiores a R$ 8 nos supermercados de Curitiba, segundo pesquisa do Disque Economia, Serviço da Secretaria Municipal de Abastecimento de Curitiba.
Em Curitiba, no ano, o preço do quilo do feijão carioca subiu 110,54% e do preto, 40,95%. Os números são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede a prévia da inflação mensal.
Essa alta teve como causa dois fatores preponderantes: clima e redução da área plantada, segundo Maiko Zanella, analista de Desenvolvimento e Técnico da Área de Mercado do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar). Ele explica que, desde 2016, os produtores têm dado preferência ao plantio da soja na safra de verão, reduzindo a área cultivada da primeira safra de feijão, que é colhida em janeiro. “A soma dos fatores fez com que a safra apresentasse uma quebra de 25%”, diz. A soja paga melhor ao produtor do que o feijão, pois tem o preço negociado no mercado de comodities.
Além da redução de área, outro fator que contribuiu para impulsionar o preço do feijão carioca foi a estiagem que entre novembro e janeiro atingiu as lavouras nas regiões produtoras do Sul e do Sudeste, provocando queda da produtividade. O feijão que está chegando no mercado agora é o mais tardio, que foi menos castigado pela falta de chuvas.
Já os prognósticos para essa 2º safra, que é a principal e responde por 62% da produção de feijão no Estado, são bons para 95% do total plantado, conforme o último relatório de acompanhamento das lavouras datado de 25 de março, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab). A produção desta 2ª safra deve ser de 436.146 toneladas. Na primeira safra foram produzidas 246.777’ toneladas. (Com Bem Paraná)
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