Chuva bate recorde no Paraná e alaga lavouras de arroz
O mês de dezembro tem registrado chuvas acima da média no Estado do Paraná, desde o litoral, até a capital e o interior. Entre os dias 4 e 18 de dezembro, o Estado teve o maior índice de chuva do Brasil, com acumulados acima de 200 milímetros, incluindo a capital Curitiba, segundo a Climatempo.
As chuvas intensas têm prejudicado lavouras pelo Estado. De acordo com Kleber Canassa, presidente da Associação dos Produtores de Arroz Irrigado do Paraná (Apai-PR), do total de 16,7 mil hectares de arroz irrigado no Estado, 9 mil hectares foram afetados. São cerca de 60 famílias atingidas, 72 mil toneladas perdidas e prejuízo de cerca de R$ 140 milhões de reais em decorrência das chuvas em dezembro, segundo os cálculos da associação.
“É o segundo ano consecutivo de chuvas excessivas em toda a extensão do Rio Ivaí. Ano passado também perdemos com o enchentes”, afirmou Canassa.
No período de 1991 a 2020, a média de chuva do Paraná em dezembro, em geral, não passa de 220 milímetros, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No norte do Estado, algumas regiões já ultrapassaram os 260 milímetros.
Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), Curitiba acumulou 219,2 milímetros entre 1 e 18 de dezembro. Isso representa 44% acima do volume médio de precipitação para dezembro, que é de aproximadamente 152 milímetros.
Os produtores atingidos são de Planaltina do Paraná, Santa Mônica, Santa Isabel, Santa Cruz de Monte Castelo, Querência do Norte, Icaraíma, Ivaté, Douradina, Tapira e Cidade Gaúcha.
De acordo com Ângela Ishiyama, gestora do Sindicato Rural de Santa Cruz de Monte Castelo, município localizado no noroeste do Paraná, alguns produtores relataram perdas. "[Os danos] foram principalmente em lavouras de arroz. E alguns pecuaristas precisaram remover o gado do pasto".
O Departamento de Economia Rural (Deral) informou em seu último boletim de condições de tempo e cultivo que algumas lavouras de arroz foram submersas. As lavouras que já estão na fase final de desenvolvimento devem sofrer menos impacto, porém as que estão no início de frutificação podem ter perdas totais.
Para outras culturas, as chuvas mantiveram boas perspectivas para a safra de verão que começa a ser colhida, informou o Deral. “Espera-se uma recuperação nas produtividades obtidas no ciclo anterior, que podem gerar 25,3 milhões de toneladas ou 19% a mais que as 21,3 milhões obtidas em 23/24”, informou o último boletim do órgão.
A previsão é que chova ainda mais até o fim do ano. A partir desta segunda-feira (23/12) até a quarta-feira (25/12) de Natal, o sol aparece, mas devem acontecer pancadas isoladas de chuva durante a tarde e a noite, com temperaturas amenas.
As cidades que mais acumularam chuva entre 4 e 18 de dezembro foram: Dois Vizinhos, com 321 milímetros; Nova Tebas, com 320 milímetros; Arapuã, com 314 milímetros; Laranjeiras do Sul, com 300 milímetros; e Prudentópolis, com 299 milímetros. As informações são do Inmet, Simepar e Cemaden (Centro de monitoramento e Alerta de Desastres Naturais).
Cidades que mais acumularam chuva entre 4 e 18 de dezembro
- Dois Vizinhos - 321 milímetros
- Nova Tebas - 320 milímetros
- Arapuã - 314 milímetros
- Laranjeiras do Sul - 300 milímetros
- Prudentópolis - 299 milímetros
- Cantagalo - 297 milímetros
- Entre Rios - 289 milímetros
- Guarapuava - 280 milímetros
- Borrazópolis - 278 milímetros
- Assis Chateaubriand - 270 milímetros
Por Globo Rural