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Bombeiros do Paraná completam dez dias de combate a incêndios no Pantanal

Bombeiros do Paraná completam dez dias de combate a incêndios no Pantanal

Os bombeiros militares do Paraná completaram na sexta-feira (25) dez dias de operação em campo contra os incêndios do Pantanal, no Centro-Oeste do País. Os 39 integrantes da equipe, sete caminhões-pipa capazes de armazenar seis mil litros de água e sete caminhonetes 4x4 foram enviados pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior para auxiliar estrategicamente as forças de combate às queimadas do Mato Grosso do Sul e da União. As equipes levaram equipamentos como abafadores, enxadas, mochilas e um drone.

 

Os bombeiros paranaenses estão combatendo incêndios em duas frentes no Mato Grosso do Sul, uma em Costa Rica e Alcinópolis, perto do Parque Nacional das Emas, e uma em Corumbá e na Serra do Amolar, na fronteira com a Bolívia e na divisa com o Mato Grosso. Eles chegaram no dia 16 de setembro nessas bases. Os representantes do Paraná ficarão na região por 15 dias, mas o prazo pode ser prorrogado na próxima segunda-feira (28).

 

“O Paraná se solidariza com o Mato Grosso do Sul neste momento de queimadas intensas e saúda todos os esforços já realizados pelos nossos bombeiros. O Estado conta com uma estrutura que nos permite ajudar a salvar uma região tão importante e tão bonita do Brasil como é o Pantanal”, destacou Ratinho Junior. “É um momento de solidariedade e união de forças”.

 

De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, coronel Samuel Prestes, a iniciativa é mais um exemplo de solidariedade do Estado, que também mandou equipes para Brumadinho e para controlar os incêndios da região amazônica, em 2019. “Essa ação mostra integração, solidariedade e também a importância que o Paraná tem no cenário nacional”, ressaltou.

 

Os bombeiros paranaenses estão participando de operações diárias de combate a focos de incêndio por terra e pelo ar, com apoio de equipamentos de outros estados. As equipes também estão ajudando a resgatar animais silvestres. Um dos símbolos dessa luta foi o salvamento de um filhote de jaguarundi, também conhecido como gato-mourisco, felino que está ameaçado de extinção. Os animais estão sendo levados para UTIs veterinárias móveis.

 

“Nossas ações já ajudaram o Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul em diversas frentes. Na região de Costa Rica e Alcinópolis, por exemplo, impedimos o fogo de ultrapassar um determinado ponto estratégico. Durante todo esse período também contamos com apoio de 150 militares do Exército Brasileiro”, afirmou o tenente-coronel Ezequias de Paula Natal, comandante da operação. “Os caminhões-tanque enviados pelo Paraná ao Mato Grosso do Sul também foram fundamentais nessa estratégia para ter água para reposição rápida”.

 

DIA A DIA – Os bombeiros paranaenses chegaram no Pantanal no dia 16 e já no dia 17 passaram a compor o efetivo da chamada Operação do Alto Taquari, onde também atuava o Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul e o Exército Brasileiro. As equipes da região de Costa Rica foram até o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari, próximo ao Parque Nacional das Emas, e participaram das primeiras ações preventivas e de combate a diversos focos de incêndios.

 

Um drone do Corpo de Bombeiros do Paraná ajudou a vistoriar as áreas, permitindo visualização de focos de incêndio na mata fechada, e desde os primeiros instantes no Pantanal eles utilizaram a técnica de ataque de fogo contra fogo, bem difundida pelas forças-tarefas que estão atuando nesse bioma. A operação apenas no primeiro dia durou 16 horas.

 

No dia 18 foi instalado um centro de comando integrado entre os bombeiros militares do Paraná e do Mato Grosso do Sul. Foram organizados os locais de Posto de Comando, almoxarifado, heliponto e demais estruturas de apoio e realizada uma vistoria na área para subsidiar a execução do planejamento estabelecido. Novamente foi utilizado o drone para visualizar focos do incêndio e foram solicitados quatro aeronaves Air Tractors para ataques aéreos. Também foi efetuado o resgate de animais silvestres, sendo um filhote de felino e um tatu.

 

No último fim de semana as equipes continuaram o monitoramento com drones e traçaram uma linha para ataque aéreo e combate direto pelas equipes em campo, com utilização de mochila costal e abafadores, assim como aceiros (criação de barreiras naturais contra incêndios) com apoio do maquinário do Mato Grosso do Sul. Um helicóptero da Polícia Militar de Minas Gerais passou a compor a operação integrada.

 

Foi feita, ainda, atividade de reconhecimento das áreas de combate e identificada uma “cabeça de fogo” de aproximadamente quatro quilômetros de extensão, e todo efetivo operacional dessa região foi empenhado para combate visando a contenção do avanço das chamas.

 

24 HORAS – Na primeira fase, a mais aguda, dos primeiros cinco dias, as forças paranaenses atuaram praticamente 24 horas por dia. Quando os focos começaram ser mais controlados houve uma separação em três grupos: enquanto uma equipe trabalhava, outra descansava e uma terceira ficava de sobreaviso na base. “Tivemos que fazer esse rodízio para recuperar as forças, os primeiros dias foram muito intensos para todas as nossas equipes, trabalhamos de maneira quase ininterrupta”, disse Natal.

 

Logo no começo dessa semana foram identificados nove focos em uma área de difícil acesso por tropas terrestres, sendo dois de grande porte em uma região de canyons no Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari. Houve mais um ataque aéreo com quatro Air Tractors e um helicóptero.

 

Enquanto isso, os bombeiros do Paraná da outra equipe (Corumbá) ajudaram a resgatar sete ribeirinhos que viviam na região da Serra do Amolar. Situada na divisa entre o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul, a região pantaneira ainda concentra vários focos de incêndio. Eles percorreram mais de 200 quilômetros de barco para chegar na parte atingida pelo fogo, uma viagem que dura em média seis horas. Os moradores foram levados para uma escola municipal que funciona na comunidade da Barra do São Lourenço.

 

Nesta semana também foram realizados ataques aéreos e terrestres na chamada Toca da Onça contra novos focos de incêndio. Apenas no dia 22, na região do Taquari, foram realizados 27 ataques aéreos por aeronave, com utilização de aproximadamente 162 mil litros de água durante todo o dia, ao mesmo tempo em que os bombeiros paranaenses faziam ataque direto em solo às chamas, dada à dificuldade do terreno de canyons.

 

PANTANAL – Os incêndios no Pantanal já devastaram 25 mil hectares de mata. Entre 1º de setembro e esta quarta-feira (23), foram registrados 6.048 pontos de queimadas no bioma, segundo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e em 2020 esse número já ultrapassa a marca de 16 mil focos. (Com AENl)

 

 

 

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