Arrependido, pai explica por que matou filha e conta que antes de morrer ela disse: ‘Eu te amo’
“Pai, eu te amo. Pai, eu te amo”. Antes de ser morta pelo pai, Aline Miotto Nadolny, de 27 anos sussurrou a frase no ouvido de Luiz Carlos Nadolny, de 48, que confessou o crime está preso na Delegacia de Piraquara, região metropolitana de Curitiba.
A declaração não impediu que a terapeuta ocupacional fosse morta por esganadura na quinta-feira da semana passada, dia 6. O crime foi motivado por Aline ter se negado a ajudar o pai, que queria que ela conversasse com a ex-esposa, mãe da terapeuta, para diminuir o valor de uma pensão paga a outra filha mais nova deles.
Luiz Carlos não tem passagem pela polícia e se mostra muito arrependido por ter cometido o crime. Ele alegou que tudo aconteceu em um momento de raiva, durante uma conversa que teve com a filha, no momento em que Aline saía de casa para trabalhar, ainda no bairro Alto da XV, em Curitiba. “Havia um desacordo dele com a mãe da vítima, sobre o valor de uma pensão para uma irmã menor. Ela se negou a ajudar e falar com a mãe e, em razão disso, o suspeito alega que teve um rompante de ódio e a atacou”, descreveu, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (14), o delegado Reinaldo Zequinão, da Delegacia de Piraquara, onde o corpo da terapeuta foi localizado.
De acordo com o delegado, câmeras de segurança foram importantes para se chegar até o pai como autor do crime. “Não foi um assassinato premeditado, ele tinha a intenção de conversar com a filha, quando dentro do carro aconteceu isso. Então, para chegar a autoria, foi necessário um trabalho minucioso. Uma denúncia anônima e imagens de câmeras de segurança foram fundamentais para levantarmos o carro usado, um Sandero vermelho. Como entre os familiares dela, a esposa do pai tinha o veículo, conseguimos descobrir o que tinha acontecido”, destacou.
Confissão
Trabalhando diretamente nas investigações, o superintendente da Delegacia de Piraquara, Job de Freitas, disse que o pai, ao ser ouvido na delegacia, imediatamente confessou o crime. “Após o terceiro dia de investigação, suspeitamos do pai, porque no começo até investigamos o marido. Ao ser ouvido, Luiz Carlos imediatamente confessou o assassinato e demonstrou muito arrependimento. Afirmou que não sabia o que fazer com o corpo e veio até Piraquara para desovar”, descreveu.
Segundo Job, o pai foi para casa normalmente após o crime. “Não contou para ninguém o que aconteceu e inclusive ligou para a ex-mulher, que disse que a Aline estava linda no caixão. A ficha acabou caindo alguns dias depois, quando decidiu cooperar e confessar o crime”, relatou o superintendente, confirmando que a filha se declarou ao pai enquanto era morta. “Dizia que amava ele. Os dois não se vinham pessoalmente há três anos, mas não tinham problemas de relacionamento até então”, concluiu.
Pai preso
A Vara Criminal de Piraquara determinou, na tarde de ontem, a prisão de Nadolny, que confessou ter matado a terapeuta ocupacional Aline Miotto. Com a decisão, ele está preso na delegacia da cidade. (Com Banda B)
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