A cada duas horas, um incêndio em edificação é registrado no Paraná
A cada duas horas, uma ocorrência de incêndio em edificação é registrada no Paraná. Segundo o Sistema Digital de Dados Operacionais do Corpo de Bombeiros do Paraná (SYSBM-CCB), entre 2014 e 2018 foram registrados 22.825 incêndios desse tipo no estado, com um total de 194 vítimas (pessoas em óbito). Apenas no ano passado foram 4.519 ocorrências, com 36 pessoas mortas.
De acordo com o Tenente Bruno Arantes Hanauer, do Corpo de Bombeiros, esse tipo de situação é registrada nos mais variados imóveis. Contudo, são as residências de madeira que costumam Ter os maiores prejuízos e também mais mortes.
“Devido ao potencial desses incêndios, residências de madeiras são as que costumam ter o maior prejuízo, tanto na questão de destruição da edificação e até possíveis óbitos. Em edifícios maiores também temos muitas ocorrências, mas essas edificações tem uma parte preventiva melhor, que consegue minimizar ou até extinguir os princípios de incêndio”, explica o bombeiro.
Ainda segundo o tenente Hanauer, problemas relacionados ao sistema elétrico dos imóveis costumam ser o principal causador de acidentes.Isso ocorre por causa do subdimensionamento dos sistemas elétricos, já que trabalhamos cada vez mais com equipamentos que consomem muita energia e as instalações elétricas, principalmente as mais antigas, não estão preparadas.
“Sabemos de uma maneira empirica e até pelo que conseguimos levantar no dia a dia, vivenciando as ocorrências, que temos muitas questões envolvendo circuitos elétricos, principalmente aqueles mais antigos e expostos. Mas já tivemos casos envolvendo também velas acesas que caem no carpê ou atingem a cortina. São materiais muito inflamáveis e isso favorece e facilita o alastramento do fogo”, aponta Hanauer.
O recomendado, então, é que o proprietáro do imóvel sempre faça o acompanhamento da fiação elétrica com o apoio de um profissional especializado. Também deve se evitar utilizar um mesmo ponto para conectar várias cargas (o famoso T), o que pode provocar curtos e faíscas em locais em que não é possível ver, em caso de sobrecarga.
“O que nos cabe é a segurança geral”
Questionado sobre as vistorias técnicas feitas pelo Corpo de Bombeiros do Paraná, o tenente Bruno Hanauer explicou que a corporação, ao vistoriar um imóvel, não se atenta para a parte elétrica da edificação, mas apenas à segurança geral e questões relacionadas à prevenção, medidas de proteção à vida e prevenção de desastres.
“Verificamos a proteção por extintores, meios de abandono, rotas de saída de emergência, rotas de fuga, sinalização e sistemas preventivos em geral. A situação elétrica não passa por vistoria, mas no caso de edificações maiores solicitamos que seja apresentado o responsável técnico”, diz.
Fogo no Ninho do Urubu teria começado com ar-condicionado
Na última sexta dia 08, 10 jovens jogadores do Flamengo morreram e outros três ficaram feridos num incêndio que atingiu o Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube carioca. A tragédia teria sido provocada por um problema envolvendo um ar-condicionado, que pegou fogo e teria gerado curto-circuito em todos os outros ar-condicionados, alastrando rapidamente o incêndio e, na sequência, provocando ainda explosões.
Dentre as vítimas, estão jogadores com passagens pelo futebol paranaense. São eles: Victor Isaías, Gedson Santos e Bernardo Pissetta. Todos jogaram no Trieste Futebol Clube, equipe do bairro Santa Felicidade, e também pela base do Athletico. Por outro lado, quatro jovens atletas paranaenses sobreviveram ao incêndio no Rio de Janeiro: Naydjel Callebe, de Marechal Cândido Rondon; Pablo Ruan, de Londrina; Juninho Brandão, também londrinense, e João Gasparin, de Curitiba.
A diretoria do Flamengo afirmou que, em apoio às famílias, manterá o pagamento dos salários de todos os atletas que faleceram.
INCÊNDIOS EM EDIFICAÇÃO
2018 4.519
2017 4.622
2016 4.508
2015 4.513
2014 4.663
TOTAL 22.825 (Com Bem Paraná)
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