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A cada dois dias, Paraná registra um acidente com trem: ocorrências estão em alta

A cada dois dias, Paraná registra um acidente com trem: ocorrências estão em alta

A cada dois dias, um acidente ferroviário é registrado no Paraná, em média. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), ao longo de todo o ano passado foram registradas 160 ocorrências no estado, número que aponta para uma alta de 25,98% na comparação com 2017, quando haviam sido registrados 127 acidentes. Trata-se, ainda, do segundo maior número de registros desde 2013.

 

Ao todo, nesses últimos seis anos foram registrados 857 acidentes envolvendo trens em todo o estado, com um total de 415 feridos e 176 mortes. O ano com maior número de ocorrências foi 2015, com 188.

 

Com relação aos tipos de ocorrência, o principal destaque é para os abalroamentos (o impacto ou colisão de um trem com veículo não ferroviário) com 386 registros (45% do toital). Em seguida aparecem os casos de descarrilamento (281 ou 32,8%), atropelamento (173 ou 20,1%), colisão (entre trens, com 12 registros ou 1,4%) e incêndios (5 ou 0,6%).

 

No último ano, porém, foram registrados mais casos de atropelamento (34) do que de descarrilamento (26). Além disso, os casos de abalroamento bateram recorde (99 registros), com alta de 45,6% na comparação com o ano anterior.

 

Procurada pelo Bem Paraná, a Rumo Logística apontou que o aumento no número de acidentes ferroviários no estado estaria diretamente relacionado à imprudência de motoristas e pedestres.

 

“Enquanto a concessionária reduziu em 11% o índice de descarrilamentos, os números de ocorrências provocadas por terceiros (abalroamentos e atropelamentos) tiveram alta de 47% e 26%, respectivamente. Para reverter esse quadro é fundamental que a população respeite a legislação de trânsito e adote os cuidados necessários ao cruzar a ferrovia”, disse a concessionária por meio de nota.

 

Paraná é referência nacional na historia sobre trilhos

 

O primeiro trecho da rede ferroviária paranaense foi inaugurado em fevereiro de 1885, ligando a cidade de Curitiba ao porto e à cidade de Paranaguá, no litoral paranaense. Foi um verdadeiro marco para a engenharia brasileira, uma vez que muitos técnicos europeus consideravam a obra como ‘irrealizável’, diante do desafio de transposição da Serra do Mar. A conclusão, no entanto, se deu em menos de cinco anos, tendo sido possível, em grande parte, pela atuação e esforço dos engenheiros negros André e Antonio Rebouças.

 

Diferente de outros trechos ferroviários em Curitiba, o ramal Curitiba – Paranaguá é hoje uma das poucas linhas por onde ainda circulam trens de passageiros, ainda que de forma turística. Ao longo de seu caminho a ferrovia possui, segundo a ANTT, 420 obras de arte, incluindo, hoje, 14 túneis, 30 pontes e vários viadutos de grande vão, estando o ponto mais elevado da linha a 955 m acima do nível do mar.

 

Novo contorno na Grande Curitiba: foi de sonho a ilusão

 

Para se reduzir o número de acidentes e também os incômodos aos moradores das regiões onde há malha ferroviária em funcionamento, uma antiga proposta, que já esteve em pauta diversas vezes, é a criação de um contorno ferroviário que retiraria a linha férrea dos centros urbanos da Grande Curitiba- além da Capital, a malha férrea passa também por Almirante Tamandaré, Rio Branco do Sul, Pinhais e Piraquara, além de trechos em Campo Largo e Balsa Nova.

 

Há cerca de 10 anos, a Prefeitura de Curitiba e o Ministério dos Transportes chegaram a elaborar um plano para criar um novo traçado ferroviário.A ideia mais aceita e que chegou a ser aprovada propunha que a ferrovia seguisse paralelamente aos traçados dos Contorsos rodoviários Norte e Sul, interligando as linhas ferroviárias de Rio Branco do Sul diretamente com a Estrada de Ferro da Araucária, percorrendo ainda a Cidade Industrial de Curitiba (CIC), favorecendo as indústrias instaladas na região.

 

Contudo, as mudanças no desenho político da cidade, com consecutivas trocas no comando da Prefeitura (que nos últimos 10 anos teve quatro prefeitos - Beto Richa, Luciano Ducci, Gustavo Fruet e agora Rafael Greca), e também questões de licença ambiental (áreas de preservação importantes seriam afetadas com a medida) acabaram travando o andamento do projeto, que hoje está parado.

 

Ocorrências recentes

 

Nos últimos dias, foram dois acidentes envolvendo trens em Curitiba. No domingo, dois adolescentes foram atropeladas por uma locomotiva no bairro Uberaba. Segundo o Corpo de Bombeiros, eles se distraíram ao tentar resgatar uma pipa que estava próxima do trilho e não perceberam a aproximação da máquina. Por sorte, tiveram apenas ferimentos leves e foram encaminhados ao Hospital do Trabalhador. Já na manhã de ontem o acidente, que envolveu um carro e um trem, foi no bairro Cajuru, no cruzamento das ruas Maurício Fruet com a Santo André. Segundo a Rumo Logística, a ocorrência teria sido provocada pela imprudência do motorista, que tentou cruzar a ferrovia no momento em que o trem se aproximava, não respeitando as normas previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). (Com Bem Paraná)

 

 

 

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