O mea-culpa feito pela Globo, que admitiu “representatividade menor do que gostaria” em sua próxima novela das 9, Segundo Sol, que substitui O Outro Lado do Paraíso a partir de segunda dia 14, não adiantou.
O Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), enviou à emissora uma notificação recomendatória para levar o folhetim a “respeitar a diversidade racial” da cidade em que é ambientado.
Em linha com a atual tendência da Globo, de tirar suas novelas do eixo Rio-São Paulo, Segundo Sol se passará em Salvador, Bahia, estado com o maior porcentual de população negra do Brasil, de acordo com o Mapa de Distribuição Espacial da População do IBGE (2013). O elenco, no entanto, não reflete essa distribuição social e já desde o ano passado, quando começou a ser pré-produzida, a novela tem sido alvo de críticas pelo baixo número de atores negros e locais em seu elenco, estrelado por Emílio Dantas, Giovanna Antonelli, Adriana Esteves e Deborah Secco.
“O MPT entende que o não espelhamento da sociedade nos programas televisivos gera a perpetuação da exclusão e reafirma estereótipos de limitação de espaços a serem ocupados pela população negra. O Estatuto da Igualdade Racial recomenda ao Poder Público a promoção de ações que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a população negra, inclusive mediante a implementação de medidas visando à promoção da igualdade nas contratações do setor público e o incentivo à adoção de medidas similares nas empresas e organizações privadas”, diz comunicado do MPT, desta sexta-feira.
Em uma Notificação Recomendatória de doze páginas, o MPT faz catorze recomendações à Globo, para os quais dá um prazo de 45 dias. Entre elas, a de elaborar um “Plano de Ação que contemple medidas para garantir a inclusão, a igualdade de oportunidades e de remuneração da população negra nas relações de trabalho; a realização imediata de um censo entre os trabalhadores que prestam serviços à empresa, com recorte de raça/cor e gênero; um levantamento da quantidade de artistas negros e negras que aparecem em telenovelas, séries, propagandas, programas de entretenimento, entre outros produtos, produzidos pela empresa bem como o de jornalistas e comentaristas; promoção interna e externa de ações de conscientização sobre o racismo na sociedade; abster-se de reproduzir situações de representações negativas ou estereótipos da pessoa negra que sustentam as ações de negação simbólica e as diversas formas de violência”.
Vale lembrar que, no fim de 2017, a Globo passou por uma saia justa quando um comentário racista do âncora William Waack — imediatamente afastado e hoje fora do canal — vazou. Ele reclamava de uma buzina na rua, dizendo “É coisa de preto”.
Quanto à novela Segundo Sol, o MPT pede que sejam feitas “adequações necessárias no roteiro e produção a fim de assegurar a participação de atores e atrizes negros e negras de forma que represente a diversidade étnico-racial da sociedade brasileira”. O Ministério Público do Trabalho dá à Globo o prazo de dez dias para tomar as medidas pedidas. Do contrário, pode abrir uma ação contra a emissora.
“O descumprimento da recomendação poderá caracterizar inobservância de norma de ordem pública, cabendo ao Ministério Público convocar a empresa recalcitrante para prestar esclarecimentos em audiência e, eventualmente, firmar termo de compromisso de ajustamento de conduta, previsto na Lei 7.347/85, artigos 5º e 6º, ou propor ação judicial cabível, visando à defesa da ordem jurídica e de interesses sociais e individuais indisponíveis”, diz o documento do MPT.
O Outro Lado
A Notificação Recomendatória cita uma nota emitida na quinta dia 03, pela Globo, em que ela diz que suas estrelas negra, como Taís Araújo, estavam com a agenda tomada e não poderiam embarcar no folhetim de João Emanuel Carneiro:
“Na época da escalação de Segundo Sol discutiram-se nomes como o de Taís Araújo, que não poderia pois está em Mister Brau, e de Camila Pitanga, que não se sente pronta para voltar às novelas, depois do acidente que causou a morte de Domingos Montagner no final de Velho Chico. (…) Um grupo de atores de Segundo Sol procurou a diretora da DAA (Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico), Monica Albuquerque, para conhecer o posicionamento da empresa sobre os comentários críticos à escalação da novela que circularam nas redes sociais no fim de semana. Ouviram da Globo o que ela já havia esclarecido à imprensa. Que uma história como a de Segundo Sol, também pelo fato de se passar na Bahia, nos traz muitas oportunidades e, sem dúvida, reflexões sobre diversidade na sociedade, que serão abordadas ao longo da novela, que está estruturada em duas fases. Que as manifestações críticas que vimos até agora estão baseadas sobretudo na divulgação da primeira fase da novela, que se concentra na trama que vai desencadear as demais. Que estamos atentos, ouvindo e acompanhando esses comentários, seguros de que ainda temos muita história pela frente. Foi colocado que, de fato, ainda temos uma representatividade menor do que gostaríamos e vamos trabalhar para evoluir com essa questão. É importante esclarecer que conversas como as que aconteceram ontem são comuns e, inclusive, encorajadas numa empresa que preza a transparência e o diálogo com seus colaboradores.”
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Mariano (Juliano Cazarré) deu uma verdadeira chacoalhada no julgamento de Sophia (Marieta Severo)!
O garimpeiro reaparece depois de muito tempo e diz a todos que a ex-amante tentou matá-lo a facadas.
Chocada por ver que o garimpeiro continua vivo, Sophia se prepara para dar a palavra:
"Eu sou uma pobre mulher. Tive uma infância difícil. Tive que me submeter ao desejo dos homens, pra sobreviver. Mas consegui casar e constituir uma família."
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A ex-dona do garimpo choca tribunal.
Depois de contar a sua história, Sophia surpreende o tribunal com uma revelação.
O que será que ela vai dizer? (Com Gshow)
Rodolfo (Johnny Massaro) não tem mais nada a perder, por isso, ele decide abrir o jogo com o irmão, Afonso (Romulo Estrela), e contar tudo o que ele e Catarina (Bruna Marquezine) planejaram durante todo esse tempo, inclusive a destruição de Artena, e o exílio de Rei Augusto (Marco Nanini).
"A guerra entre Montemor e Artena! Catarina foi a responsável, ela planejou tudo."
Diante da acusação, Catarina se faz de vítima, e tenta ganhar a empatia de Afonso, mas Rodolfo continua a contar tudo o que sabe sobre a princesa.
"Catarina fez todos pensarem que o rei Augusto havia fugido ao fim da guerra, mas ela o mantém preso, até hoje, na torre de Zéria."
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Afonso fica indignado com as acusações de Rodolfo, e Catarina tenta se safar.
"Você passou de todos os limites, Rodolfo! Mentir desta forma usando meu próprio pai? A pessoa que mais amo neste mundo?", diz a princesa.
'Você não é uma pessoa... é um monstro!', diz Rodolfo a Catarina.
Rodolfo não aguenta as mentiras de Catarina e avisa à todos:
"Assim como eu, vocês estão prestes a se tornarem vítimas desta mulher ardilosa! Acreditem em mim."
E aí? Qual será a reação de Afonso à todas essas acusações? (Com Gshow)
Xavier Vidal (Ricardo Tozzi) está com medo de perder dinheiro por conta da ambição de Julieta (Gabriela Duarte).
Ela pretende comprar todas as fazendas ao redor da dele, o que seria péssimo para os negócios. Ele, então, decide armar uma emboscada para assustar a Rainha do Café!
“Que absurdo é esse? Não me toque, seu marginal! (...) E é bom que saibam que qualquer coisa que façam contra mim vai trazer duras consequências”, diz Julieta ao ser ameaçada.
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Xavier Vidal está disfarçado para que não descubram sua identidade.
“Aqui você não é rainha de nada. E nenhuma consequência vai vir se ninguém vai sequer saber onde você esteve... ‘madame’”, diz Xavier com o rosto coberto. (Com Gshow)
Alex (Daniel Rangel) procurou, procurou e achou!
Ao mexer nas coisas da mãe, o rapaz encontra um exame, que mostra que Gabriela (Camila Morgado) já tinha ficado grávida antes.
Junto com Flora (Jeniffer Oliveira), ele confronta a professora, e ela explica o que rolou no passado.
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"Eu ia ter o bebê. Mas fiquei doente e acabei perdendo."
Flora e Alex ficam chocados com a notícia, e o rapaz pede desculpas mãe. (Com Gshow)
As histórias de vingança e de superação de "O Outro Lado do Paraíso" (Globo) cativaram o público. A trama de Walcyr Carrasco marcou 38 pontos de audiência até agora, média do dia de sua estreia até sábado passado. Segundo a emissora, a trama tem o melhor resultado no horário desde 2012, ano de "Avenida Brasil", que quebrou todos os recordes.
Com o último capítulo da trama das nove, na noite desta sexta dia 11, os números devem subir ainda mais. Só nesta última terça, a novela chegou a 48 pontos (cada ponto equivale a 72 mil domicílios na Grande São Paulo). Foi o dia do beijo de Samuel (Eriberto Leão) e Cido (Rafael Zulu) e do resgate do filho de Clara (Bianca Bin).
Destaque na pela da vilã Sophia, a atriz Marieta Severo se diz satisfeita com o trabalho.
"Walcyr [Carrasco] é um autor que cria personagens fortes e conduz muito bem a trama, envolvendo o público, apostando em suspenses ao longo da novela", afirma. "Eu me surpreendo com a capacidade que ele tem de apresentar caminhos que você nem poderia imaginar. Costumo ler os capítulos inteiros porque não consigo ler só a minha parte."
A atriz Erika Januza concorda. "Foi uma trama com gostinho de final de novela em muitos capítulos", define.
"O Outro Lado" ainda ficou marcada por discussões sobre racismo, homofobia e outros temas. "Gosto quando os autores decidem abordar assuntos de utilidade social, como a discriminação ou a violência contra a mulher", diz Marieta.
A atriz ainda afirma que, mesmo depois de tudo o que Sophia já passou -enfrentando as consequências de um AVC que a deixou com sequelas e as tentativas frustradas de assassinato-, a vingança de Clara só deve ser finalizada nesta noite.
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"O fim da Sophia ainda não chegou, não! Aguardem! Ela só não conseguirá aprontar mais porque está um tanto debilitada agora", complementa a atriz.
Juliana Caldas, que vive Estela, revela que vem sentindo o retorno do público ao longo da trama.
"Tive mais abertura não só para falar sobre o meu trabalho, mas sobre preconceito e respeito", diz a atriz. "A novela deu visibilidade para mostrar que somos humanos. Abordou temas muito bons e importantes, que conquistaram a atenção do público e tenho certeza de que o fizeram pensar", conclui ela. (Com FolhaPress)