Guaraniaçu - Outubro Rosa: A história da campanha que movimenta o país na luta contra o câncer de mama - Saiba mias com a Psicóloga Eliane Racoski
Eliane de Fatima Bruger Racoski
Psicóloga com ênfase na psicanálise e Palestrante, Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional. Especialista em Psicologia do Trânsito. Cursando pós graduação em Arteterapia e Neuropsicologia. Possui experiência com atendimento clínico com ênfase na Psicanálise, na Ciretran na realização de Avaliação Psicológica de candidatos para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Atuou como docente na pós-graduação em Psicopedagogia na Faculdade de Educação e Tecnologia da Região Missionária – FETREMIS. Tem experiência na escola de ensino fundamental como Psicóloga e Psicopedagoga nas avaliações com alunos.
Outubro Rosa: a história da campanha que movimenta o país na luta contra o câncer de mama
Todo ano no mês de outubro podemos ver detalhes cor de rosa na decoração em consultórios, escolas, pontos comerciais e até mesmo nas ruas. Ainda, os profissionais das mais diversas áreas, como da saúde e da educação, usam uma fitinha rosa em forma de laço. Esse é o Outubro Rosa, uma importante campanha pela prevenção do câncer de mama.
Tudo isso tem como objetivo principal de trazer conhecimento sobre o câncer de mama para a população, além de servir como um lembrete para aqueles que já reconhecem a causa. Mas você sabe exatamente o que é Outubro Rosa e como surgiu a sua história?
O que é Outubro Rosa?
Desde os anos 90, o mês de outubro é conhecido mundialmente como o período reservado especialmente para a campanha de prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. O grande objetivo desse movimento é compartilhar informações sobre essa doença e, mais recentemente, sobre o câncer no colo do útero também.
O laço rosa é um símbolo internacional, sendo utilizado por organizações públicas e privadas ao longo de todo o mês.A atenção constante ao risco de câncer mama é decisiva para a promoção de um tratamento mais eficaz da doença. Além disso, o diagnóstico precoce pode impedir que o câncer se espalhe para outros órgãos. Dessa forma, é necessário estimular a realização dos exames o quanto antes, principalmente entre mulheres que compõem o grupo de risco.
Como surgiu a campanha?
A campanha do Outubro Rosa foi inicialmente organizada pela Fundação Susan G. Komen for the Cure (Para a Cura). Hoje é a maior organização de câncer de mama do mundo,essa empresa lançou o laço cor-de-rosa em 1991, e o distribuiu aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York por sobreviventes do câncer de mama.[
KomenRace for the Cure de 1991, em Nova York. (Foto: Divulgação)
O movimento ganhou força apenas em 1997, quando as cidades de Lodi e Yuba, também nosEstados Unidos, algumas entidades começaram a fomentar ações com o objetivo de realizar o diagnóstico e prevenção do câncer de mama. Assim, o mês de outubro foi selecionado como a data oficial das ações em prol da causa, surgindo daí o nome Outubro Rosa.
Chamado simplesmente de “Outubro Rosa”, a campanha tem aumento na adesão da população, empresas e entidades a cada ano, e procura chamar a atenção para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce. Nenhuma entidade, associação ou empresa é proprietária ou representante legal do movimento, e seu nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra a doença.
No Brasil, a primeira iniciativa marcante ocorreu em São Paulo, no dia 2 de outubro de 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera foi iluminado com a cor rosa. O aumento do acesso aos recursos de tecnologia contribuiu bastante para divulgar a campanha, principalmente em redes sociais de instituições ou celebridades que abraçaram a causa.
Após o ano de 2010, houve maior envolvimento do governo e da sociedade com o Outubro Rosa. Por consequência, diversas entidades começaram a divulgar a campanha e passaram a iluminar, com a cor do movimento, muitos prédios e monumentos de destaque em diferentes cidades do Brasil e do mundo.
Conceito
O câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos. A heterogeneidade deste câncer pode ser observada pelas variadas manifestações clínicas e morfológicas, diferentes assinaturas genéticas e consequentes diferenças nas respostas terapêuticas.
O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama inclui hiperplasia, hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Dentre esses últimos, o carcinoma ductalinfiltrante é o tipo histológico mais comum e compreende entre 80 e 90% do total de casos.
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.
Quais são as contribuições do Outubro Rosa?
De acordo com dados do Ministério da Saúde, que foram amplamente divulgados pela mídia, o sucesso da campanha Outubro Rosa é tão grande que aumentou em 37% o número de mamografias realizadas no país. Além disso, há um maior compartilhamento de informações para a promoção da conscientização sobre a relevância do controle da doença.
Antes, existia a crença de que a mamografia gerava uma dor intensa; por isso, muitas mulheres tinham medo de fazê-la. Por meio do movimento, a conscientização quanto à doença se espalhou pelo Brasil e, a cada ano, aumenta o número de pessoas que tentam prevenir-se e diagnosticá-la precocemente.
Empresas, escolas e segmentos de saúde estão mais integrados às propostas das políticas públicas do governo em prol da disseminação do conhecimento sobre o câncer de mama. Com isso, a campanha também trouxe resultados positivos ao otimizar serviços de diagnóstico, prevenção e tratamento para a redução da mortalidade.
Quais são os dados sobre o câncer de mama no Brasil?
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, representando 24,2% do total de casos em 2018, com aproximadamente 2,1 milhão de casos novos. É a quinta causa de morte por câncer em geral (626.679 óbitos) e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres.
No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões. Para o ano de 2020 foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres.
A taxa de mortalidade por câncer de mama ajustada pela população mundial apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira, com 13,84 óbitos/100.000 mulheres em 2018. As regiões Sudeste e Sul são as que apresentam as maiores taxas, com 14,76 e 14,64 óbitos/100.000 mulheres em 2018, respectivamente.
Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, no período 2014-2018, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,5% do total de óbitos. Esse padrão é semelhante para as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama ocupam o segundo lugar, com 13,2%. Os maiores percentuais na mortalidade proporcional por câncer de mama foram os do Sudeste (16,9%) e Centro-Oeste (16,7%), seguidos pelos Sul (15,4%) e Nordeste (15,23%).
A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia. [3]. Na população feminina abaixo de 40 anos, ocorrem menos de 10 óbitos a cada 100 mil mulheres, enquanto na faixa etária a partir de 60 anos o risco é 10 vezes maior.
Tais estatísticas reafirmam a importância de campanhas como o Outubro Rosa para conscientizar sobre o quanto as medidas de educação preventivassão fundamentais para o controle desse tipo de neoplasia. Por isso, é necessário estimular a maior participação feminina nos mutirões que realizam exames gratuitos para detecção da doença.
Mulheres com idades entre 40 e 69 anos precisam fazer a mamografia pelo menos uma vez ao ano. No entanto, para quem já tem histórico familiar da doença, é importante fazer o exame ainda que não apresente idade de risco. Assim como com todas as enfermidades, o diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento.
Por mais que o autoexame seja importante, ele não é capaz de identificar o câncer de mama com antecedência. Isso, porque os nódulos se formam apenas quando o estágio da doença já está avançado.
Quais são os fatores de risco?
Quando o assunto é Outubro Rosa, muitas pessoas questionam o porquê de essa campanha ser voltada, principalmente, para as mulheres. Isso acontece porque o gênero é o primeiro fator de risco do câncer de mama, pois o aspecto hormonal é decisivo nesse caso.
Então, pessoas do sexo feminino costumam ter o seio mais protuberante e maior quantidade de hormônios femininos. Ainda que possa surgir na classe masculina, o percentual de incidência neles é muito menor que nas mulheres. Sendo assim, a cada homem que descobre ter câncer de mama, existem 100 mulheres diagnosticadas com a doença.
Por questões hormonais, a menstruação precoce e a gestação tardia são fatores que podem provocar o câncer de mama. No entanto, os principais fatores de risco são ter pessoas na família com o histórico da doença e não manter um estilo de vida saudável.
Além disso, mulheres fumantes são mais propensas ao desenvolvimento da doença, já que as toxinas do cigarro e a ação do álcool no organismo favorecem a formação de tumores.
Quais são os tipos de câncer de mama?
Ao contrário do que muitos pensam, as neoplasias de mama não são iguais. Existem vários tipos de tumor, que, inclusive, apresentam diferenças determinantes para o prognóstico. Na linguagem técnica, prognóstico significa o modo de evolução da doença e a forma como se espera que ela responda aos tratamentos.
Assim, o câncer de mama pode evoluir de diferentes maneiras. Alguns tipos de tumor apresentam desenvolvimento rápido, enquanto outros têm um crescimento mais lento. Nos tópicos abaixo, os tipos mais comuns de câncer de mama. Confira!
Carcinoma ductal in situ
O carcinoma ductal in situ engloba em torno de 20% dos novos casos de câncer de mama. É um tipo de tumor mamário que apresenta excelente prognóstico, pois a maioria das mulheres diagnosticadas com esse câncer pode ser curada. Vale ressaltar que a identificação precoce é fundamental para o controle da evolução e o sucesso do tratamento.
Também conhecido como carcinoma intraductal, esse tipo de câncer de mama é classificado como uma neoplasia não invasiva ou apenas como câncer de mama pré-invasivo. Tumores com essa característica são mais fáceis de ser controlados, já que ficam restritos à área original do tumor.
Nesse caso, as células responsáveis pelo revestimento dos ductos são de caráter tumoral, mas não costumam se espalhar para o tecido mamário que forma o órgão. Isso é importante porque indica que não há a formação de metástase — ou seja, o câncer não afeta outros órgãos próximos.
Carcinoma lobular in situ
O carcinoma lobular in situ ocupa a segunda posição entre os tipos câncer de mama mais presentes na população feminina, mas apresenta boas respostas às terapias. Esse tumor se caracteriza pelo crescimento de células cancerígenas nas glândulas produtoras de leite. Isso acontece especificamente naqueles tecidos globulares que ainda não romperam a parede dos lóbulos.
Câncer de mama invasivo
Os cânceres são classificados como invasivos quando as células tumorais podem se disseminar para as regiões adjacentes e afetar o tecido mamário. A maioria dos tumores mamários está inserida nessa categoria, sendo os mais comuns o carcinoma ductal invasivo e o carcinoma lobular invasivo, que veremos a seguir.
Carcinoma ductal invasivo
Também denominado carcinoma infiltrante, esse é o câncer de mama mais comum entre as mulheres. Quase 80% dos tipos de câncer classificados como invasivos são carcinomas ductais. Em sua trajetória, ele afeta, primeiramente, o ducto mamário, rompe a parede ductal e passa a se desenvolver no tecido adiposo mamário.
Esse é um câncer perigoso, pois causa metástase e não apresenta bom prognóstico. As células tumorais atingem outras partes do corpo por meio da circulação do sangue e pelo sistema linfático.
Carcinoma lobular invasivo
Essa modalidade de carcinoma lobular também se inicia nas glândulas responsáveis pela produção de leite, os chamados lóbulos mamários. Assim como o carcinoma ductal invasivo, causa metástase e, ainda, pode afetar os dois seios.
O que é a doença de Paget?
Este é um tipo mais raro de câncer mamário, que acomete a pele que envolve o mamilo, assim como o revestimento epitelial da aréola. Normalmente, a doença de Paget é unilateral, ou seja, afeta somente um dos mamilos. Na maioria dos casos, esse tipo de tumor está relacionado ao carcinoma ductal in situ. Algumas vezes, a doença pode surgir associada ao carcinoma ductal invasivo.
Conheça os principais sintomas da doença de Paget:
- vermelhidão;
- descamação;
- prurido e coceira na mama;
- irritação no mamilo e na aréola.
O primeiro aspecto importante na avaliação é o exame físico das mamas, que deve ser feito no consultório médico. Mediante a suspeita da doença de Paget, o médico deverá solicitar, além dos exames de imagem, a realização de uma biópsia.
O tratamento mais indicado para a doença de Paget é a intervenção cirúrgica para a retirada da mama, processo conhecido como mastectomia. Também pode ser feita uma cirurgia conservadora da mama, que retira o mamilo, mas preserva a mama afetada. Nesse caso, a paciente segue o tratamento com radioterapia.
Durante o Outubro Rosa, várias instituições de saúde, mesmo as privadas, oferecem exames gratuitos para avaliação do câncer de mama. Por isso, é importante incentivar o público feminino, sobretudo mulheres que integram o grupo de risco, a que realizem o autocuidado com as mamas e participem de maneira mais intensa da campanha.
Quais as características do câncer de mama inflamatório?
O câncer de mama inflamatório também é um tipo raro e tem ligação com o carcinoma ductal invasivo. Essa doença merece atenção especial, pois apresenta algumas características diferentes das dos demais tumores mamários.
Tanto as manifestações clínicas como as respostas aos tratamentos são variadas. Além disso, a evolução da doença segue um curso incomum. Esse tipo de neoplasia é caracterizado por fatores tipicamente inflamatórios: vermelhidão, inchaço e distensão da pele local.
Listamos algumas particularidades do câncer de mama inflamatório. Observe:
- o tumor é mais comum em mulheres mais jovens;
- é um câncer de difícil diagnóstico, pois não apresenta nódulos e nem sempre aparece na mamografia;
- as mulheres negras parecem ser mais suscetíveis à doença;
- independentemente da idade ou cor da pele, mulheres obesas são mais atingidas pela doença;
- o câncer de mama inflamatório tem características mais agressivas e maior potencial de metástase;
- as células cancerígenas tendem a se desenvolver na pele, o que faz com que a doença seja identificada já no estágio avançado;
- mulheres diagnosticadas com câncer de mama inflamatório apresentam mau prognóstico em relação às outras neoplasias mamárias.
Por que a questão hormonal facilita o surgimento do câncer de mama?
O câncer de mama é causado por uma multiplicidade de fatores, mas que são influenciados por alterações genéticas, pela herança familiar e por alguns importantes critérios relacionados à biologia celular. Essas questões internas (ou endógenas) podem ser estimuladas por questões externas, chamadas exógenas.
A carga hormonal da mulher é bem mais expressiva que a dos homens. Ou seja, as respostas femininas às influências hormonais são mais acentuadas, o que pode ser determinante para o desempenho de algumas funções do organismo como um todo.
Vale ressaltar, entretanto, que as glândulas produtoras de hormônios seguem uma hierarquia funcional, o que explica o mau desempenho dos órgãos quando há desequilíbrios hormonais. Um exemplo clássico é o da glândula tireoide: se alterada, ela descontrola os níveis de insulina no sangue e prejudica o coração, além de causar emagrecimento ou obesidade.
Nesse contexto, a questão hormonal também é considerada um dos principais fatores endógenos de risco, pois estimula as questões exógenas para o surgimento do câncer de mama. Por isso, o processo que desencadeia o tumor mamário é, quase sempre, estimulado pelos hormônios, o que torna a terapia de reposição hormonal (TRH) um facilitador do surgimento da doença.
Mediante algumas anormalidades hormonais, o tecido mamário “entende” que é preciso aumentar o seu trabalho. Como o câncer é caracterizado pela produção descontrolada de células, se houver mais fatores internos e externos presentes, esse desajuste hormonal contribui bastante para o surgimento dos tumores mamários.
Como é feito o diagnóstico do câncer de mama?
Geralmente, as suspeitas de câncer de mama podem ser identificadas no autoexame das mamas. Durante o Outubro Rosa, há diversas oportunidades de participação em palestras e cursos — que, nestes tempos de pandemia, serão oferecidos online — com o objetivo de orientar as mulheres sobre esses procedimentos.
Mediante a suspeita de caroços nos seios, o ideal é buscar ajuda profissional o quanto antes. Também merece atenção a presença de secreção ou de pus nos mamilos. Contudo, vale frisar que nem todo nódulo mamário significa tumor. Por isso, a manutenção de consultas ginecológicas periódicas é a forma mais segura de prevenção contra a doença.
A confirmação diagnóstica é feita por exames específicos, como mamografia, ressonância magnética e ultrassonografia. Os casos suspeitos são confirmados por biópsia, exame que consiste na retirada de um fragmento de tecido da mama para investigação de suas células.
O câncer de mama pode ser detectado precocemente? Como?
Sim. Salvo exceções, o câncer de mama pode ser identificado precocemente, desde que a mulher se submeta aos exames clínicos para essa finalidade. Quando descoberto em fases iniciais, a possibilidade de cura é bem maior, além de permitir tratamentos menos agressivos para a mulher.
Assim sendo, independentemente da idade, todas as mulheres precisam conhecer bem o seu corpo, para saber identificar anormalidades, principalmente em relação às mamas. A maioria dos tumores de mama é descoberto em casa, pelas próprias mulheres, por meio do autoexame ou pela identificação de sinais como os caroços dolorosos nos seios.
No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) segue as mesmas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto às medidas preventivas contra o câncer de mama. O rastreamento mamográfico deve ser realizado anualmente em todas as mulheres com idade acima de 50 anos.
Faz-se exceção se houver algum risco elevado para o desenvolvimento da doença. Nesse caso, o ideal é fazer um acompanhamento em intervalos menores e conversar com o ginecologista sobre a melhor conduta a ser adotada para efetivar um melhor controle dos riscos.
Portanto, a mamografia de rastreamento é a forma mais segura para diminuir os índices de mortalidade por câncer de mama. Embora a exposição aos raios X gere controvérsias, raramente isso aumentará o risco para a doença, já que a exposição à radiação é muito pequena durante o exame.
Quais são os sinais e sintomas da doença?
Perceber os sinais e sintomas do câncer de mama é um dos passos mais relevantes para a busca de diagnóstico precoce e a definição do tratamento mais adequado, caso se confirme a doença. Na maioria das vezes, a neoplasia mamária pode ser identificada por meio de alguns sintomas característicos. Observe:
- nódulos mamários: podem ser indolores ou não e são considerados uma das mais importantes manifestações iniciais da doença;
- alterações na pele: a pele da mama pode ficar avermelhada, retraída ou com uma textura mais áspera;
- sinais no mamilo: o bico do peito pode ficar inchado, dolorido ou deformado. Também pode haver a saída espontânea de líquidos dos mamilos;
- linfonodos: pode ocorrer a presença de pequenos nódulos na região do pescoço e nas axilas.
Quais são os estágios da doença?
O tratamento para o controle do câncer de mama varia conforme o estágio da doença. Também é necessário considerar as características biológicas do tumor e os fatores ligados às condições da paciente. Nesse sentido, os mais importantes são a idade, a raça, o histórico familiar, se já atingiu ou não a menopausa e o estilo de vida.
Para compreender melhor o tema, confira os principais estágios da doença!
Estágios I e II
Representam o início. Aqui, a conduta habitual é a adoção de métodos cirúrgicos. As intervenções do tipo mais comuns são a conservadora, a mastectomia e a reconstrução parcial ou total da mama.
Após a cirurgia, a paciente deverá seguir com o tratamento complementar por meio de sessões de radioterapia. Vale frisar que a opção pela reconstrução mamária é uma forma de melhorar o tratamento e tornar o atendimento mais humanizado, uma das propostas do Outubro Rosa. O objetivo é minimizar os prejuízos físicos e emocionais da mulher durante o processo.
Também é preciso analisar a possibilidade de submissão ao tratamento sistêmico, que é voltado para a avaliação de risco de o câncer de mama retornar, condição conhecida por recidiva. Essa análise é baseada no perfil da paciente, no tipo e no tamanho do tumor e nas chances de ocorrência de metástases.
Estágio III
Aqui, são incluídas as pacientes com tumores com tamanho acima de 4 ou 5 cm, mas que ainda estejam localizados e restritos à região da mama. O tratamento sistêmico de escolha exige, já de início, o uso de quimioterapia.
Com a evolução do tratamento, geralmente, o tumor é reduzido. Após essa melhora, a sequência requer intervenção cirúrgica e sessões de radioterapia. Dependendo do tipo de tumor, é possível conseguir bons resultados terapêuticos, mesmo nesse estágio da doença.
Estágio IV
O estágio IV é o de pior prognóstico, porque já engloba metástase. Ou seja, focos de células malignas já se espalharam para outros órgãos. Nessa etapa, o apoio emocional é essencial para que a paciente mantenha-se firme para continuar o tratamento.
Igualmente relevante é buscar o controle da doença e o equilíbrio dos eventuais efeitos colaterais do tratamento. Quando atinge essa fase, o câncer precisa ser encarado sob uma nova perspectiva: assegurar mais qualidade de vida e bem-estar da paciente enquanto for possível manter o processo terapêutico.
O que aumenta o risco do câncer de mama?
Vale destacar que o desenvolvimento do câncer é multifatorial. Logo, um elemento isolado dificilmente terá potencial para promover a doença. Tendo isso em vista, existe alguns pontos mais relevantes que podem influenciar o surgimento dos tumores benignos e malignos. Veja quais são!
- Fatores ambientais e comportamentais:Entre os fatores que mais influenciam, destacam-se a obesidade, a falta de atividade física e a exposição à radiação ionizante com muita frequência. A poluição do ar também é composta por elementos que podem somar condições para o surgimento do câncer.
- Fatores da história reprodutiva e hormonal: O histórico reprodutivo pode ser determinante, devido à maior exposição aos riscos de desequilíbrio hormonal. Por exemplo, quem teve a primeira menstruação antes de 11 ou 12 anos, não teve filhos ou foi mãe tardiamente (após os 35 anos) incorre no maior risco de desenvolver a doença.
- Fatores genéticos e hereditários: Algumas questões genéticas e de herança familiar também influenciam o desenvolvimento do câncer de mama. Quem tem histórico de câncer de mama ou de ovário em familiar com menos de 50 anos de idade e casos de câncer mamário masculino deve ser mais vigilante com a prevenção.
- A questão da amamentação: A mulher que apresenta um ou mais desses fatores faz parte do grupo de risco e tem mais propensão ao desenvolvimento do câncer de mama. Contudo, vale frisar que a presença de uma ou mais dessas características não significa, necessariamente, que ela terá a doença. Porém, é importante fazer exames de prevenção em intervalos regulares.
Igualmente relevante é ter a plena consciência de que o fato de uma mulher nunca ter amamentado não a inclui em grupo de risco para a neoplasia de mama. Ainda assim, o ato de amamentar é considerado pela medicina como um dos mais importantes fatores de proteção contra o desenvolvimento do câncer.
Isso indica que o não aleitamento materno não pode ser visto como fator de risco, mas apenas como a perda de um dos mecanismos de proteção da doença.
Dada a complexidade dessa doença, a campanha Outubro Rosa assume um importante caráter informativo, pois a educação preventiva e o conhecimento das reais características do câncer de mama precisam ser disseminados.
Condições insalubres
Existem riscos maiores para o surgimento da doença em algumas classes de profissionais. A exposição frequente a certos produtos químicos ou a algumas condições insalubres eleva as chances de desenvolver a doença. Desse modo, entre as profissões de risco, as mais vulneráveis são:
- cabeleireiros;
- operadores de rádio e telefone;
- enfermeiros e auxiliares de enfermagem;
- trabalhadores de indústria e de refinarias de petróleo, devido à exposição ao benzeno e a outros poluentes.
É possível prevenir o câncer de mama?
Sim. Ainda que essa enfermidade não surja por apenas um motivo, diversos fatores de risco estão relacionados a hábitos pouco saudáveis, por exemplo. Isso torna o Outubro Rosa uma campanha muito importante para estimular formas de prevenção do câncer mamário e a adoção de hábitos mais saudáveis entre as mulheres.
Por ser multifatorial, ou seja, ter diversas causas para o surgimento, nem sempre existe a possibilidade de evitar o aparecimento do câncer de mama, uma das grandes preocupações com a saúde feminina. Ainda assim, é importante tentar preveni-lo da forma que for possível.
Como vimos, o estilo de vida influencia bastante o desenvolvimento da doença. Nesse contexto, as práticas mais importantes são:
- evitar uso de anticoncepcionais e de terapias de reposição hormonal;
- manter uma rotina regular de exercícios físicos;
- optar pela dieta mais equilibrada e saudável;
- reduzir o consumo de bebidas alcoólicas;
- manter o peso corporal adequado;
- dormir bem;
- não fumar.
Quais são os principais tratamentos contra o câncer de mama?
Ainda que o câncer de mama seja uma doença de difícil controle, a boa notícia é que houve avanços importantes na abordagem e nas formas de tratamento da doença.
Atualmente, as cirurgias para retirada do tumor são menos mutilantes, já que a proposta é adotar procedimentos cada vez mais humanizados. Com essa nova visão terapêutica, o tumor pode ser tratado localmente, sem que as outras partes do corpo sejam afetadas.
As terapias exigem uma abordagem multidisciplinar, incluindo profissionais da psicologia, que desempenham um importante papel no apoio emocional. Afinal, reduzir a ansiedade e os prejuízos do estresse é essencial à promoção da saúde mental.
Destacamos os principais tipos de tratamento contra o câncer de mama nos tópicos a seguir. Descubra quais são!
Cirurgia
Os métodos cirúrgicos são adotados quando outras regiões do corpo da mulher não foram atingidas — ou seja, quando não há metástase. O objetivo desse procedimento é evitar a progressão da doença para estágios mais avançados, aliviar os sintomas e permitir que a paciente tenha mais chances de vencer o câncer.
Radioterapia
A radioterapia é realizada pela aplicação de radiação ionizante sobre a região da mama atingida pelo tumor. Essa técnica é feita com um aparelho parecido com o de raios X. É um tratamento indolor e que objetiva destruir as células tumorais.
Quimioterapia
É uma modalidade de tratamento que utiliza medicamentos específicos para destruição das células afetadas pelo tumor. Os remédios se misturam ao sangue e, assim, impedem que o tumor se espalhe para órgãos sadios.
Chegamos ao fim do nosso artigo! Agora, você sabe que, embora a classe feminina esteja mais propensa aos diversos tipos de câncer de mama, é possível prevenir e evitar esse mal por meio de medidas simples estimuladas pelo Outubro Rosa. Assim, o incentivo ao hábito do autoexame, as visitas regulares ao ginecologista e a adoção de um estilo de vida saudável são essenciais para o controle dessa doença.
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Eliane Bruger Racoski
(45)99966-3648
Referências
- WORLD HEALTH ORGANIZATION. InternationalAgency for ResearchonCancer. Globocan. Acesso em 05/02/2020.
- INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Estimativa 2020. Incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2019.
- INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (Brasil). Atlas da Mortalidade. Acesso em: 01/10/2020.
https://blog.amorsaude.com.br/cancer-de-mama-tem-cura/