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UFMG identifica veneno de aranha com potencial para tratar disfunção erétil

UFMG identifica veneno de aranha com potencial para tratar disfunção erétil

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificaram um veneno de aranha com potencial para tratar a disfunção erétil.

O estudo é desenvolvido há 20 anos e resultou em uma molécula que pode ser usada em gel para favorecer a ereção masculina.

Nesta reportagem você vai entender:

  1. Que aranha é essa?
  2. O que é disfunção erétil?
  3. Como a pesquisa surgiu?
  4. Quais os resultados do estudo?
  5. Quando o produto vai estar no mercado?

 

Veja abaixo os principais pontos da pesquisa.

 

🕷️ Que aranha é essa?

 

Ao se levantar, armadeira mostra os ferrões para afastar a ameaça. — Foto: Marlon Oliveira/VC no TG

Ao se levantar, armadeira mostra os ferrões para afastar a ameaça. — Foto: Marlon Oliveira/VC no TG

 
  • A Phoneutria nigriventer, nome científico da aranha-armadeira, é encontrada em países da América do Sul, incluindo o Brasil. Em Minas Gerais, está presente em áreas urbanas e rurais.
  • O animal recebeu esse nome por causa de sua posição de ataque, com as patas dianteiras levantadas (veja foto acima). Quando se sente ameaçada, pode saltar até 40 centímetros.
  • A espécie é uma das mais venenosas do mundo. A toxina é capaz de causar, especialmente em homens jovens, uma ereção involuntária e dolorosa, conhecida como priapismo, que pode levar à necrose do pênis.
  • Uma mordida dela pode ser fatal.

 

🤔 O que é disfunção erétil?

Disfunções sexuais afetam homens e mulheres.

  • A disfunção erétil é a incapacidade persistente de produzir ou manter uma ereção suficiente para uma relação sexual satisfatória.
  • Segundo especialistas, é o principal problema sexual vivido pelos homens.
  • As causas variam e, muitas vezes, estão relacionadas com fatores psicológicos, como ansiedade e estresse.
  • Também pode ser consequência de problemas físicos, que afetam a vascularização ou enervação do pênis.

 

 

🔍 Como a pesquisa surgiu?

Professora Maria Elena de Lima, da UFMG. — Foto: Assessoria de Comunicação da Santa Casa de BH

Professora Maria Elena de Lima, da UFMG. — Foto: Assessoria de Comunicação da Santa Casa de BH

  • Os pesquisadores da UFMG buscaram compreender, do ponto de vista farmacológico, os mecanismos que geram o priapismo ocasionado pelo veneno da aranha-armadeira.
  • O estudo começou há quase 20 anos, com base em uma tese de doutorado. Ele é liderado pela professora aposentada Maria Elena de Lima, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFMG).
  • Em laboratório, a partir do veneno da aranha, os cientistas conseguiram extrair uma molécula sintética com propriedades promissoras para a criação de um gel contra a disfunção erétil.

 

🧪 Quais os resultados do estudo?

  • Até o momento, a molécula, batizada de BZ371A, já gerou 22 patentes internacionais e nove aplicadas.
  • De acordo com a professora Maria Elena de Lima, a pesquisa é "inspirada pela nossa biodiversidade, que começa com o estudo do veneno de uma aranha e está próxima de gerar um possível medicamento".
  • O candidato a fármaco para disfunção erétil foi aprovado recentemente na fase 1 de testes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que avalia os possíveis efeitos no organismo. A primeira etapa provou que o composto não é tóxico para humanos.
  • Em teste-piloto, realizado em homens e mulheres, os pesquisadores observaram que a aplicação tópica (na pele) do BZ371A resulta na vasodilatação e no aumento do fluxo sanguíneo local, facilitando a ereção peniana. O mesmo ocorreu em experimentos anteriores com camundongos.

 

🙋‍♂️ Quando o produto vai estar no mercado?

  • A Biozeus Biopharmaceutical, empresa que adquiriu a patente do fármaco, prepara o início dos ensaios clínicos da fase 2, quando o BZ371A será testado em homens que passaram por cirurgia de retirada da próstata (prostatectomizados). A intervenção geralmente leva à disfunção erétil.
  • Nesta etapa, será testado o potencial do remédio, ao comparar o efeito em indivíduos saudáveis com o gerado nas pessoas prostatectomizadas.
  • Se aprovado na segunda fase, os testes vão para a fase 3, quando serão ampliados e poderão ser feitos em hospitais. Apenas depois disso, o fármaco poderá ser validado como medicamento.
  • Apesar de não ter uma previsão para chegar ao mercado, a pesquisa indica que o possível fármaco tem potencial para ajudar homens que, por diferentes motivos, não podem fazer uso dos medicamentos disponíveis atualmente nas farmácias, como o Viagra e Cialis.
  • Segundo os pesquisadores, uma vantagem é que a aprovação de medicamentos tópicos, como o gel, costuma ser bem mais rápida, em razão da menor possibilidade de efeitos colaterais adversos.

 

 

 

 

 

 

Por - G1

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