Saiba quais bens podem ser refinanciados para a quitação de dívidas
Em momentos de crise econômica, como esta que o Brasil está vivendo, a população tende a ficar mais endividada. Com a alta do desemprego e dos trabalhos informais, muitos ficam sem fonte de renda fixa e algumas contas acabam acumulando.
Muitas vezes, são dívidas simples, mas a depender do juros, o que era uma pequena parcela, acaba virando uma enorme bola de neve. Nesta situação, muitas pessoas, por já estarem endividadas, simplesmente não conseguem créditos em bancos ou outras instituições financeiras.
Uma boa alternativa, neste caso, é o refinanciamento imobiliário. Não sabe o que é, nem se você pode pleiteá-lo? Nós reunimos algumas das dúvidas mais frequentes para você conhecer melhor sobre essa modalidade de empréstimo.
O que é?
O refinanciamento imobiliário nada mais é do que utilizar o seu imóvel próprio ou o de outra pessoa para obter crédito junto a instituições financeiras. O refinanciamento imobiliário é também conhecido por Crédito por Garantia de Imóvel (CGI). Em inglês, é chamado de Home Equity.
A modalidade é bastante comum em países da Europa e nos Estados Unidos e só recentemente chegou ao Brasil.
Como funciona?
O refinanciamento é um empréstimo feito junto ao banco ou outra instituição financeira, tendo como garantia a casa ou outro imóvel. Mas o que isso significa?
Significa que se, eventualmente, você não conseguir pagar as parcelas do empréstimo, o seu imóvel servirá para cobrir o débito devido, ou seja, funciona como um caução.
Então, eu vou perder a casa?
Não necessariamente. O banco não tem a intenção de te deixar sem casa. Mas se você não conseguir pagar até 3 parcelas da quantia emprestada, então, por contrato, ele fica sim autorizado a tomar o seu imóvel.
Só posso refinanciar se o imóvel for meu?
Não. Muitas pessoas acabam desistindo desse tipo de empréstimo porque não têm imóvel próprio e quitado. Mas o que muita gente não sabe é que é possível usar o imóvel de outra pessoa como caução.
Obviamente, a pessoa precisa estar ciente e de acordo, já que também vai assinar o contrato junto ao banco. Neste caso, essa pessoa é chamada de interveniente garantidor.
Vantagens
Por ter essa garantia do imóvel, os bancos costumam oferecer algumas vantagens, como os juros que são consideravelmente menores. Enquanto os empréstimos tradicionais têm taxas de juros a 4% ao mês, por exemplo, o com garantia de imóvel pode ser menos da metade, girando em torno de 1,5% ao mês.
Outro atrativo é o tempo para quitar a dívida, que também costuma ser maior que os empréstimos comuns (de 1 a 20 anos).
Valores
É possível obter empréstimo de até 60% o valor do imóvel, ou seja, são empréstimos para valores altos, a partir de R$ 30 mil podendo chegar à casa dos milhões.
Quando fazer
Esse tipo de prática é recomendada quando a pessoa está precisando de uma quantia relativamente alta de crédito e tem um bem que pode oferecer como garantia.
Mas, além desse caso, também é possível aproveitá-lo se você quer fazer uma nova compra de imóvel, para pagar o financiamento de uma faculdade ou para investir em um negócio, por exemplo.
Os bancos não costumam divulgar muito a existência dessa modalidade porque é menos vantajosa para eles, principalmente por causa do juros mais baixo.
Quando evitar
O crédito por garantia de imóvel não é recomendado se você precisa de dinheiro urgentemente. Geralmente, costuma ser um processo um pouco demorado.
Também não é sugerido para pessoas que possuem outras dívidas, oriundas de antigos empréstimos. Neste caso, é muito provável que você de fato não consiga efetuar o pagamento do novo empréstimo e o risco de perder o imóvel é ainda maior.
Também não é recomendado se você tiver que comprometer mais de 30% da sua renda mensal com o pagamento das prestações.
Cuidados básicos
O refinanciamento requer a mesma atenção dos empréstimos normais. Então, por exemplo, é imprescindível checar se as taxas de juros são fixas ou serão constantemente corrigidas pela taxa da inflação. Prefira as que não oscilam tanto.
Também é bom ficar atento às possíveis cobranças de encargos extra, como os seguros.
Só a casa pode ser dada como garantia?
Não, se você tiver outros bens, como carros ou motos, por exemplo, também é possível pleitear o refinanciamento. Neste caso, os valores costumam ser menores, girando em torno de R$ 10 mil e R$30 mil.
Os juros costumam ser maiores, se comparados aos do crédito com imóvel de garantia. O prazo para pagamento também é menor, chegando a no máximo 5 anos.
Outro detalhe é que os bancos não costumam financiar veículos com mais de 10 anos de uso, ou seja, se você tem um veículo de 2008, provavelmente, não conseguirá refinanciá-lo.
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