Por que o pinheiro se tornou símbolo do Natal?
A tradição de usar árvores para decorar as casas vem da antiguidade. Gregos, egípcios, celtas e romanos já tinham o costume de trazer plantas para o ambiente familiar. As árvores eram usadas, principalmente, como decoração para o solstício de inverno e simbolizavam que, ao final dessa estação, o sol iria reaparecer e as plantas voltariam a crescer.
Tradição pagã
Sabe-se que esse símbolo foi herdado de religiões pagãs da antiguidade. Os romanos, por exemplo, durante a Saturnália, festival em homenagem ao deus Saturno, usavam árvores para enfeitar os templos à divindade. Já os egípcios usavam palmeiras durante os rituais de adoração a Rá, o deus Sol.
Para muitas culturas antigas, as árvores que ficavam verdes durante todo o ano, chamadas de perenifólias, eram símbolos de prosperidade. Nos povos que habitavam locais de inverno rígido, os pinheiros eram marcantes, pois permaneciam verdes mesmo durante o inverno.
Assim, a ideia de colocar árvores com folhas verdes dentro de casa passou a ser associada à garantia de fertilidade. Com o passar do tempo e à medida que a Europa era cristianizada, a árvore como símbolo pagão foi aos poucos integrada aos costumes cristãos.
Origem no protestantismo
Os germânicos, por volta do século XV, tinham o costume de decorar as casas com pirâmides de madeira e folhas de árvores. Segundo os relatos históricos, enquanto caminhava pela floresta, Martinho Lutero ficou encantado com a visão de um pinheiro coberto de neve e sob o brilho das estrelas.
Quando chegou em casa, tentou reproduzir para seus familiares a imagem que havia visto, usando galhos de um pinheiro, algodões (para simbolizar a neve) e algumas velas imitando as estrelas.
No entanto, a tradição da árvore de Natal não se espalhou rapidamente pela Europa. Foi somente em 1846, após uma ilustração da rainha Vitória e do príncipe Albert (Reino Unido) com seus filhos em volta de uma árvore de Natal cheia de presentes, que pessoas de outros países passaram a utilizá-la.
O costume se espalhou pelo mundo e alcançou a cultura popular. As bolas que enfeitam as árvores de Natal foram criadas já em 1847 por um soprador de vidro de Lauscha, na Alemanha. Esse enfeite passou, então, a ser produzido de diferentes formas e tamanhos. Eventualmente, outros enfeites, como a estrela foram acrescentados na decoração da árvore de Natal.
Apesar da popularidade, a Igreja Católica demorou para reconhecer a árvore de Natal como um símbolo. O primeiro pinheiro para a festividade foi erguido na Praça de São Pedro em 1982, sob o pontificado do Papa João Paulo II e tornou-se uma tradição anual.
Por Globo Rural