Estresse crônico pode causar danos à saúde e favorecer o surgimento de doenças
O estresse crônico pode ser uma das causas de muitas doenças que afetam o organismo. Para além da saúde mental, especialistas afirmam que o desequilíbrio nos níveis de cortisol pode afetar também o físico, como órgãos e reações do corpo.
“"O alto nível de estresse leva ao comprometimento do funcionamento adequado de uma série de órgãos vitais, em função do descontrole hormonal causado principalmente pelo desequilíbrio nos de cortisol, hormônio secretado pelas glândulas adrenais localizadas uma sobre cada rim”, explica a nefrologista Caroline Reigada.
Abaixo, um time de especialistas listou as principais estruturas afetadas pelo estresse. Veja:
Pele
“O cortisol aciona as glândulas sebáceas, aumentando a produção de oleosidade com consequente entupimento dos poros e surgimento de cravos e espinhas. Além disso, a baixa imunidade e o excesso de queratina associados ao estresse favorecem a proliferação de bactérias relacionadas à acne”, explica a dermatologista Paola Pomerantzeff,
Outra doença cutânea associada ao estresse é a rosácea. “A rosácea tem um componente inflamatório vascular, com vermelhidão, inchaço local, sensação de ardor e queimação e pústulas estéreis. Esse fenômeno está relacionado a situações como mudanças de temperatura ou estresse", destaca Cláudia Merlo, médica especialista em cosmetologia.
Infertilidade
A modulação do estresse é fundamental para garantir a fertilidade e o sucesso da gravidez. “Altos níveis de estresse podem tornar as chances de gravidez menores. Isso porque o estresse causa processos fisiológicos que podem interferir na produção de hormônios reprodutivos importantes, além de, no homem, favorecer o surgimento de proteínas inflamatórias que prejudicam a qualidade do esperma”, explica o Rodrigo Rosa, ginecologista e especialista em reprodução humana.
Circulação
“Quando estamos sob estresse, nosso fluxo sanguíneo diminui devido a liberação de hormônios como cortisol e adrenalina. E qualquer redução na circulação sanguínea significa que as funções corporais podem ser prejudicadas, levando ao surgimento de uma série de sintomas, como frieza ou dormência nas mãos e pés, devido à insuficiência de sangue chegando nos membros, tom azulado ou arroxeado nas pernas”, explica a cirurgiã vascular Aline Lamaita.
“A inflamação gerada pelo cortisol também pode fazer com que os vasos sanguíneos sofram com lesões que podem reduzir o calibre das veias e artérias, assim aumentando o risco de hipertensão e trombose”, continua.
Coração
Além de impactar a circulação periférica, a liberação de hormônios causada pelo estresse ainda leva a danos celulares estruturais que podem prejudicar o funcionamento adequado do coração. “O estresse favorece a elevação da pressão arterial, a aceleração da frequência cardíaca e o aumento dos níveis de gorduras e açúcar no sangue, assim contribuindo para o surgimento de hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares”, afirma Caroline Reigada.
Metabolismo
“O apetite emocional é uma das respostas ao estresse, já que o cortisol aumenta o desejo por uma alimentação altamente enérgica. Além disso, os hormônios do estresse também estimulam a formação de células adiposas, que armazenam gordura”, explica a nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
Em todos esses casos, é importante buscar um médico que avalie qual é a melhor orientação a ser seguida. Mas também é possível inserir atividades no dia a dia que sejam capazes de reduzir o estresse. “Praticar meditação, fazer exercícios físicos ou realizar atividades prazerosas, como ler e cozinhar, são excelentes maneiras de quebrar a rotina corrida e modular o estresse”, recomenda a professora.
Por - Marie Clarie