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Clima prejudica safra de maçãs no Sul do Brasil

Clima prejudica safra de maçãs no Sul do Brasil

A colheita da maçã já começou no Sul do Brasil, confirmando perdas que a cultura sofreu devido ao clima em 2023. Com um inverno mais quente do que o normal, e chuvas excessivas no período da florada, os pomares estão produzindo menos frutas e com tamanhos menores do que o esperado.

“Mais uma vez, não veremos os pomares expressarem seu potencial produtivo”, afirma Moisés Lopes de Albuquerque, diretor Executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM) . Segundo o dirigente, 2024 é o terceiro ano consecutivo em que o clima prejudica a produção de maçãs. Em 2022 e 2023, os pomares enfrentaram os efeitos da seca. Agora, foram as chuvas que atrapalharam.

“Até o começo do segundo semestre havia uma expectativa de supersafra, mesmo com um inverno mais quente. Mas o período chuvoso durante a florada afetou a produção, todas as regiões tiveram perdas”, afirma Albuquerque.

O Brasil possui cerca de 33 mil hectares ocupados por macieiras, segundo a ABPM. De acordo com a entidade, em 2023, a colheita de maçãs no Brasil alcançou 1,05 milhão de toneladas. Para 2024, a expectativa é de 1,1 milhão de toneladas. Em comparação, em 2021, quando não ocorreram problemas climáticos, a produção foi de 1,28 milhão de toneladas.

Uma preocupação dos produtores é com a remuneração mais baixa nesta safra, uma vez que as frutas apresentam tamanhos menores. Segundo o dirigente da ABPM, os preços médios estão em R$ 110 a caixa de 18 quilos, uma queda de cerca de 12% em relação aos R$ 125 registrados na mesma época em 2023.

“O mercado paga mais por maçãs com calibre maior. Mas isso é apenas uma questão estética, porque em todos outros fatores, como sabor, coloração, aspecto, crocância, as frutas estão excelentes”, explica Albuquerque.

 

Empresa gaúcha quer aumentar produção

No Rio Grande do Sul, a Rasip, empresa integrante do grupo RAR, pretende aumentar a colheita em relação ao ano passado, com uma projeção de atingir números acima de 61 mil toneladas de maçãs na safra de 2024.

“Em 2023, enfrentamos condições climáticas adversas, resultando em uma colheita de aproximadamente 55 mil toneladas. Pretendemos aumentar em 6 mil toneladas a safra deste ano”, afirmou o presidente da RAR, Sergio Martins Barbosa. A empresa, localizada em Vacaria (RS), é uma das maiores produtoras de maçãs do Brasil.

A exportação dos frutos da empresa também será incrementada na safra de 2024. O presidente revela que a Rasip pretende elevar as vendas para exportação em 30% ao longo dos próximos anos, um aumento de 10% em relação à taxa atual. Serão mais de 13 países recebendo os frutos da RASIP em 2024, totalizando mais de 13 mil toneladas de maçãs destinadas ao mercado exterior”, declarou Barbosa. Rússia, Bangladesh, Irlanda, Inglaterra, Colômbia, Singapura e Emirados Árabes estão entre os destinos das maçãs produzidas pela empresa de Vacaria.

Cerca de 75% de toda a produção é destinada à variedade de maçãs Gala, enquanto os 25% restantes correspondem à Fuji e demais variedades.

 

 

 

Por Globo Rural

 

 

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