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Caso Marco Aurélio: Por que buscas foram retomadas 38 anos depois?

Caso Marco Aurélio: Por que buscas foram retomadas 38 anos depois?

O desaparecimento de Marco Aurélio Simon, escoteiro sumiu durante uma trilha no Pico dos Marins, em Piquete, cidade do interior de São Paulo que fica a 200 km da capital, já completou 38 anos.

Após quase quadro décadas sem uma resposta sobre o paradeiro do escoteiro, a Polícia Civil decidiu retomar o caso e realiza uma nova varredura com escavações no pico onde Marco foi visto pela última vez.

Desde 1985 que a polícia e a família buscam pelo escoteiro. Já foram feitos interrogatórios, escavações, o desaparecimento ganhou repercussão nacional, o caso foi arquivado, desarquivado, retratos de como o escoteiro estaria atualmente foram divulgados, novas buscas e escavações foram realizadas, mas nenhuma pista concreta sobre o que aconteceu com Marco foi encontrada ao longo desses anos.

 
Polícia retoma buscas por Marco Aurélio, escoteiro que desapareceu há 38 anos em Piquete (SP) — Foto: Rauston Naves/TV Vanguarda

Polícia retoma buscas por Marco Aurélio, escoteiro que desapareceu há 38 anos em Piquete (SP) — Foto: Rauston Naves/TV Vanguarda

Mas, afinal, porque as buscas por Marco Aurélio foram retomadas quase 40 anos após o desaparecimento? Segundo a Polícia Civil, o motivo da retomada repentina do caso é que surgiram novas pistas de que o corpo de Marco Aurélio pode estar enterrado no Pico dos Marins.

Drones de tecnologia alemã, que têm capacidade de fazer detecção de materiais mesmo em uma grande profundidade, sobrevoaram o Pico dos Marins e identificaram ao menos cinco pontos do terreno onde ossos estariam enterrados.

A polícia acredita que esses locais podem ser covas e que o corpo de Marco pode estar no local. Diante dessa suspeita, a partir dessa segunda-feira (18), dezenas de peritos e policiais vão iniciaram uma nova escavação em Piquete para localizar os ossos e descobrir se pertencem a Marco.

 
Local onde as buscas pelo escoteiro Marco Aurélio, desaparecida há 38 anos, se concentrarão — Foto: Rauston Naves/TV Vanguarda

Local onde as buscas pelo escoteiro Marco Aurélio, desaparecida há 38 anos, se concentrarão — Foto: Rauston Naves/TV Vanguarda

A expectativa é que a missão de varredura no local dure até cinco dias. A metodologia usada na escavação vai contar também com peneiração da terra, já que, devido ao longo tempo que se passou, os ossos podem estar esmigalhados pelo processo de decomposição.

A retomada das buscas foi acordada em uma reunião realizada na Delegacia Seccional de Guaratinguetá nesta semana e vai contar com a participação de peritos da capital, policiais do Vale do Paraíba e outros agentes de segurança.

 
Escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos em 1985 no Pico dos Marins em Piquete (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos em 1985 no Pico dos Marins em Piquete (SP) — Foto: Arquivo pessoal

 

Caso desarquivado

O caso foi desarquivado em 2021, após novos indícios abrirem duas linhas de investigação da polícia. A primeira delas é a de que ele pode ter sido morto e enterrado em uma área próxima ao acampamento.

Em novembro do ano passado e em julho de 2021, escavações chegaram a serem feitas pela Polícia Civil em uma casa e terrenos na área rural de Piquete (SP), mas nos dois casos a ação terminou sem o encontro de novas evidências sobre o caso Marco Aurélio.

Cães farejadores participaram da última busca em 2022, mas apenas um material orgânico, sem relação com o escoteiro, foi localizado na época.

 

ENTENDA O CASO:

 

Escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos em 1985 no Pico dos Marins em Piquete (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos em 1985 no Pico dos Marins em Piquete (SP) — Foto: Arquivo pessoal

 

Segunda linha de investigação

A outra possibilidade que será investigada pela Polícia Civil é a de que Marco Aurélio possa estar vivo e hoje esteja em situação de rua. Há depoimentos de que ele foi visto em Taubaté em mendicância.

A família encomendou de peritos uma imagem envelhecida do escoteiro, com características de morador de rua e usa para tentar encontrá-lo (veja abaixo). Para esta linha de investigação, a polícia acionou as penitenciárias da cidade, equipes da Polícia Civil e Militar.

Esta linha é também o que acredita a delegada Sandra Vergal, responsável pela investigação do caso à época.

Família fez imagem de como Marco Aurélio estaria hoje; hipótese é de que ele viva como andarilho — Foto: Arquivo Pessoal

Família fez imagem de como Marco Aurélio estaria hoje; hipótese é de que ele viva como andarilho — Foto: Arquivo Pessoal

 

Desaparecimento e histórico

Marco Aurélio Simon desapareceu na manhã do dia 8 de junho de 1985. Ele e outros três amigos, todos com 15 anos à época, faziam uma trilha como escoteiros ao cume do Pico dos Marins, o mais alto do estado de São Paulo, que fica na cidade de Piquete.

À época, polícia, bombeiros e equipes de inteligência fizeram buscas por 28 dias na área. Um inquérito foi aberto na Polícia Civil para investigar seu desaparecimento, mas terminou arquivado e sem resposta. Mais de 30 anos depois, com um novo depoimento, a polícia decidiu pela reabertura e investigação do caso.

A primeira linha já foi executada em parte, com uma escavação, que terminou sem o encontro de novos indícios. Ainda há uma área a ser escavada, mas é classificada como de preservação ambiental e, por isso, foi necessária uma série de autorizações.

A segunda aponta suspeita de que estaria em Taubaté, depois de terem visto um morador de rua com os mesmos traços dele. À época do desaparecimento, havia depoimento de um motorista de ônibus que disse ter visto Marco Aurélio e ter dado a ele carona para ele.

A polícia tem ouvido pessoas que estavam com o menino à época, pessoas que disseram ter visto Marco Aurélio e mapeado penitenciárias e espaços de acolhida de pessoas em situação de rua em busca de informações.

Reportagem da época lembrava desaparecimento de Marco Aurélio no Pico dos Marins — Foto: Reprodução/ TV Vanguarda

Reportagem da época lembrava desaparecimento de Marco Aurélio no Pico dos Marins — Foto: Reprodução/ TV Vanguarda

 

 

 

 

 

 

Por - G1

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